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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A espiritualidade que quero


Quero uma espiritualidade que envolva todos os aspectos da vida humana. Estou cansado da espiritualidade esquizofrênica que mutila a imagem humana, tornando-a um tipo de mutação genética, algo semelhante a um Frankenstein criado pela vaidade de homens cheios de conceitos rígidos e monocromáticos da vida.
Estou farto da espiritualidade que supervaloriza o satânico, que pauta suas práticas e conceitos pelo temor exacerbado de demônios e toda sorte de espíritos obcessores e encostos que possam vir a castigar com suas maldições, hereditárias ou adquiridas, aos que se comportarem mal.
Não me sacia a espiritualidade que se cerca de exterioridades para esconder o que por dentro nada mais é do que sepulcros cheios de podridões e morte. Causa-me asco a espiritualidade que ambiguamente, ao mesmo tempo que demoniza determinados aspectos da perfeita criação de Deus, santifica outros elementos materiais, tais como ouro, prata, papel moeda, mansões e carros do ano.
Em lugar desta espiritualidade cheia de frivolidades e excentricidades, busco aquela espiritualidade que vejo em Jesus. O tipo de espiritualidade que dignifica os pobres e famintos desta terra, que vê no sorriso inocente e gratuito de uma criança posse do reino de Deus. Que não faz distinção entre gente e gentes. Uma espiritualidade que come sem lavar as mãos, e mesmo assim não se contamina por nada do que come.
A espiritualidade que permita a homens e mulheres os mesmos direitos e deveres, que saiba perceber o traço da imagem do Criador em ambos os gêneros. Que a espiritualidade seja livre para dançar e cantar, para imaginar e criar, para sonhar e realizar, para errar e acertar, para se alegrar e chorar, para temer e tremer mas também para encarar e vencer.
Uma espiritualidade assim, que prega o evangelho não por torpe ganância ou por vaidade de grandes rebanhos, mas porque não pode negar a si mesmo, não cabe dentro dos padrões religiosos, isso porque a religião é a vergonhosa tentativa frustrada da humanidade de ser auto-suficiente, e a espiritualidade que vê com ternura o tropeço desajeitado mas bem intencionado do irmão, tem que, necessariamente, descansar sobre a própria dependência e carência, e nunca sobre a própria força e capacidade.
Uma espiritualidade genuína deve ser construída através de experiências pessoais com Cristo, e não sobre teorias e doutrinas decoradas de livros, ou de papagaios eletrônicos que sempre repetem os mesmos rígidos e mortos mandamentos empedernidos, e que são gravados em corações rochosos, que nunca aprendem o significado de misericórdia quero e não sacrifícios.
Para se alcançar este tipo de espiritualidade não existem métodos, nem 5 passos, nem segredos, ou “como fazer para”. Mas existe um requisito, básico, jamais julgar, porque com a mesma medida que julgar você será julgado. Aprenda a receber com gratidão o seu salário e nunca questionar a justiça do patrão quando o vir pagando o que, aos seus olhos, é melhor para aquele que trabalhou menos que você.
Enfim, como disse nada do que eu escrever aqui irá direcionar e, muito menos, construir a espiritualidade de ninguém. Exceto a minha própria. Assim sendo, que tal se você parar de ler este texto e começar a viver mais a vida do lado de pessoas reais? Tomando mais sol, sentindo mais o vento, conversando com gente de verdade, e consigo mesmo? Ou quem sabe fazendo uma oração?

sábado, 19 de abril de 2008

Filho Pródigo

"Quando se trata de um pecador Ele não fica simplesmente parado, com os braços abertos e dizendo: "Venha cá". Não. Ele fica ali e espera, como o pai do filho perdido esperou; ou melhor ele não fica parado esperando: sai procurando, como o pastor procurou a ovelha perdida, como a mulher procurou a moeda perdida. Ele vai - não, Ele foi - infinitamente mais longe do que qualquer pastor ou qualquer mulher, Ele seguiu calmamente o longo e infinito caminho de ser Deus para se tornar homem e, desse modo, foi procurar os pecadores."
Sören Kierkegaard