tag:blogger.com,1999:blog-11684443334878529142024-02-20T07:38:36.093-03:00Vivendo a Graça de DeusEspero que este espaço sirva como um canal para difundir o amor e a graça de Cristo.Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.comBlogger50125tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-49119399766416643852011-04-24T09:51:00.002-03:002011-04-24T10:05:47.910-03:00Morre o "deus vivo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-rVRjmx6OmT5LR9dyKXrSnYoU8Sf3yaL-Q1jugKq_SrwvPtYWDpxVS88d0dxUfDD6InH6rEK1b4jCE44MqAbvNIkNq0CeluoDSdvfsjrMMXvOosU58_oe0nqLhZZAvxkyFLXTeSsIUY/s1600/sri-sathya-sai-baba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" i8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-rVRjmx6OmT5LR9dyKXrSnYoU8Sf3yaL-Q1jugKq_SrwvPtYWDpxVS88d0dxUfDD6InH6rEK1b4jCE44MqAbvNIkNq0CeluoDSdvfsjrMMXvOosU58_oe0nqLhZZAvxkyFLXTeSsIUY/s320/sri-sathya-sai-baba.jpg" width="320" /></a></div><br />
<a href="http://glo.bo/e1biEJ">http://glo.bo/e1biEJ</a><br />
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<div style="text-align: justify;">Baghavan Sri Sathya Sai Baba, pseudônimo de Sathya Narayana Raju foi um guru indiano. É considerado por muitos como um Avatar (encarnação numa forma humana de um ser divino). O próprio Sai dizia ser a segunda de uma tríplice encarnação: teria sido Shirdi Sai Baba, e futuramente será Prema Sai Baba. Nasceu em 23 de novembro de 1926, numa pequena vila no sul da Índia, chamada Puttaparthi, no estado de Andhra Pradesh. </div><div align="right">fonte: Wikipédia.</div><br />
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<div style="text-align: justify;">Morreu o "deus vivo"! Está é uma afirmação um tanto quanto estranha, pra não dizer contraditória. Mas não mais estranha do que a alegação cristã de que Deus se fez homem em Cristo, morreu em uma cruz e ressuscitou ao terceiro dia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje é domingo de Páscoa, quando nós, que cremos na obra de Cristo, celebramos sua ressurreição, e comemoramos sua vitória sobre a morte, vitória esta que dá a todos quantos creem garantia de vida eterna pela fé em Jesus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os seguidores de Sathya alegam que ele fez milagres, curas, previu o futuro, e muitas outras coisas extraordinárias. Assim afirmam que Sathia é o seu "deus vivo", assim como nós cristãos cremos ser Jesus o nosso Deus vivo. Se olharmos para a história de Sathia, seus feitos, o fato de ter sido seguido por multidões, e de ser considerado deus por seus discípulos, podemos achar paralelos muito impressionantes com a história de Jesus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Contudo as semelhanças não vão muito longe, as diferenças são muito mais marcantes que as similitudes. Sathya morreu depois de passar vários dias em um bom hospital, lutando contra sua própria doença, recebeu cuidados dignos, o que deve ser direito de todo SER HUMANO, Sathia certamente passará por um funeral pomposo, terá seu corpo preparado com todos os rituais e honras funerárias regulamentares. E finalmente deve ser cremado conforme o costume hindu, e seu corpo será destrído completamente, desaparecendo pra sempre e deixando orfãos seus fieis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já Cristo, não morreu nem foi assassinado, diz ele: "Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai." Ele se sacrificou por todos nós, não lutou contra a morte enquanto estava "vivo", mas a venceu depois de ter entrado na morte. Não recebeu cuidado algum, foi torturado, humilhado, surrado, cuspido, e abandonado por todos na sua morte. Após morto foi sepultado sem que os rituais funerais judaicos pudessem ser feitos a contento. Mas, seu corpo não viu a corrupção, não foi cremado, não se deteriorou, mas foi ressuscitado ao terceiro dia e hoje VIVE ETERNAMENTE pois ele verdadeiramente é DEUS VIVO!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sathya alegava que seus seguidores não precisavam abandonar suas religiões originais, pois ele cria em um único Deus que teria formado todas as religiões. Eu porém vos digo, que todo aquele que queira seguir a Cristo deve abandonar toda e qualquer religião ou religiosidade, pois Ele, somente Ele é o caminho a verdade e a vida! Ele une o homem a Deus, sendo ele mesmo o elo de reunião entre Deus e homens, não havendo portanto, possibilidade de seguir a Jesus e manter ruma religião.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sathya concediam, em certas ocasiões, aos seus devotos o grande privilégio de terem uma entrevista com ele. Cristo enquanto em seu ministério terreno, aceitava a todos quantos o procuravam, ele estava nas ruas, nas praças, nas festas, nos guetos e era acessível a governadores, ministros, pescadores, cobradores de impostos, cegos, leprosos, hemorrágicas, prostitutas e ladrões. Hoje, ressurreto, ele não concede intrevistas e nem aceita visitas de ninguém, ao contrário ele vivem dentro de quem o aceita, estando acessível 24 horas por dia!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu poderia ficar o meu domingo inteiro apontando diferenças entre Sathya e Jesus, mas seria inútil, pois aqueles que seguem a Sathia só sabem sobre Sathia por lerem sobre ele, mas aqueles que são de Cristo só podem saber dele tendo sido cheios dele, e guardando-o no seu interior, não se pode entender ou compreender a Cristo pela leitura de textos como este ou como outro qualquer, só se pode saber de Cristo estando nEle e sendo dEle habitação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim sendo, deixo este texto, inútil, apenas como testemunho da minha compreensão do que seja Páscoa, e do que seja a verdade em mim impressa. A todos quantos entendem essa Páscoa Graça, misericórdia e paz no Senhor!!! Feliz Páscoa!!!</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-28705740865403163512011-02-03T02:37:00.004-02:002011-02-12T10:53:20.857-02:00Diabo, por C. S. Lewis<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2Al_NmLaSI_TlAhS8Zdj8F2Jpv4quBtNh-tP2j2H7pIbigS0fy56Bm-gWDwTSQ1-NaaTRQdjo5LolXoTF3-2vXfgYFCNCd0YO71XOZDXgCmhjmUwfY2md2PhT-e5XlpRMmHTzWMormlc/s1600/CS-Lewis1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2Al_NmLaSI_TlAhS8Zdj8F2Jpv4quBtNh-tP2j2H7pIbigS0fy56Bm-gWDwTSQ1-NaaTRQdjo5LolXoTF3-2vXfgYFCNCd0YO71XOZDXgCmhjmUwfY2md2PhT-e5XlpRMmHTzWMormlc/s320/CS-Lewis1.jpg" width="251" /></a></div><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>A mais comum de todas as questões a mim colocada, é se eu creio na existência do Diabo. Então eu digo: se por Diabo você está pensando num poder em oposição a Deus, como Deus, que seja auto-existente desde a eternidade, minha resposta é não.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Não há nenhum ser não-criado exceto Deus. Deus não tem um oposto a Ele. Nenhum ser poderia atingir maldade perfeita a fim de poder competir com a perfeita bondade de Deus. Isso porque, se desse ser tirássemos todas as coisas boas como inteligência, vontade, memória e energia, não ficaria nada que pudesse fazer esse ser existir.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>A questão correta, portanto, é se eu acredito em diabos. E minha resposta é sim, eu creio na existência deles. E assim dizendo, afirmo que creio em anjos, tanto quanto creio que</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>alguns deles, abusando de seu livre arbítrio, se tornaram inimigos de Deus e dos homens. Esses seres eu chamo de diabos. Eles não diferem como criaturas dos anjos bons, mas a natureza deles ficou depravada. O Diabo é o oposto de anjo somente na mesma medida em que um homem mau é o oposto de um homem bom.Satanás, o líder desses diabos, está em equivalência oposta não a Deus, mas a Miguel, o arcanjo.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>E com isto também quero dizer que não vejo esses seres como eles costumam ser pintados nas nossas artes e literaturas. Eles não são morcegos, bodes ou outros animais. Eles são seres com poderes extraordinários, e o maior deles é sua sutileza.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Anjos maus, à semelhança de homens maus, são absolutamente práticos. Eles agem baseados apenas em dois motivos: o primeiro é medo de punição, por isso eu creio que o inferno se aprofunda em suas próprias formas de tortura e sofrimento.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>O segundo motivo é fome. Eu penso que, num nível espiritual, os diabos são capazes de comer uns aos outros, e a nós. Mesmo entre nós, humanos, a gente vê essa fome em ação quando algumas pessoas dizem que estão apaixonadas. Em geral, quando isto acontece, vê-se alguém desejar tanto o outro que não se satisfaz com nada menos que a absorção do outro, com suas energias, sonhos, desejos e vida, a tal ponto que há até quem morra com essa fome.</i></span></span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;">C. S. Lewis, em Cartas do Inferno. </span></span></div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-45250572373199845052010-07-17T10:49:00.000-03:002010-07-17T10:49:55.728-03:00Palavras de um bêbado.<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxphebVlY1ROxessE9q9Mdb_MZI9OjVwazLgHl0Jek_6ZulklzlRMdNy7DholEZJm-SUjCTORvb4nVYl9L2RfqzMbJXz-oz3g-WwhjmYtG4UUiC-9OmDniwQhx8vADWz5B09w_GJ2o5I/s1600/dostoievski.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBxphebVlY1ROxessE9q9Mdb_MZI9OjVwazLgHl0Jek_6ZulklzlRMdNy7DholEZJm-SUjCTORvb4nVYl9L2RfqzMbJXz-oz3g-WwhjmYtG4UUiC-9OmDniwQhx8vADWz5B09w_GJ2o5I/s320/dostoievski.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Porque te lastimar? – bradou o dono da tasca, que apareceu novamente com dois homens.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Gargalhadas misturadas a impropérios estouravam no salão. Eram os ouvintes do funcionário que riam e zombavam. Os demais, que não o tinham ouvido, juntavam-se aos outros apenas para ver a sua cara.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- Lastimar-me? É por que me lastimarão eles – gritou de repente Marmeládov, levantando-se, agitando os braços, exaltado, como se não ouvisse senão palavras. – “Por que lastimar?”, disseste. Sim, o caso não é para lastimar, é preciso crucificar-me, pregar-me num cruz e não me lastimar. Crucifique-me, pois, juiz, faça-o e, crucificando-me, tenha dó do sacrificado. Então eu mesmo superarei o próprio suplício porque não é de alegria que tenho sede, mas de dor e de lágrimas. Acreditas, porventura, vendeiro, que tua meia garrafa me trouxe prazer? É a dor, a dor que procuro no fundo destes frascos, a dor e as lágrimas. Encontrei-as e sorvi-as. Porém não precisaremos apiedar-nos porque Aquele que teve piedade de todos os homens, Aquele que tudo compreendeu, o Único e nosso primeiro julgador, voltará no dia do Juízo e perguntará: “Onde está a virgem que se sacrificou por uma madrasta cruel e tísica, por crianças que não são suas irmãs? Onde está a filha que se apiedou de seu pai terrestre e não voltou a face, horrorizada, a esse bêbado crapuloso?”. Ele lhe dirá: “Vem. Já te perdoei uma vez... perdoei uma vez... E, agora, que todos os teus pecados te sejam remidos, porque muito amaste...”. E Ele perdoará a minha Sônia. Ele a perdoará, eu sei Ele a perdoará... Eu senti, há pouco, em meu coração, quando estive em sua casa. todos serão julgados por Ele, os bons e os maus, os sábios e os humildes, e nós ouviremos o seu verbo: Aproximai”, dirá Ele, “aproximai também os bêbados, as criaturas fracas e modestas”. Avançaremos todos, sem temor, pararemos diante d’Ele, que dirá: “Sois porcos, tendes a aparência do animal, trazeis a sua marca, mas vinde também”. Então, para Ele se voltarão os sensatos e os sábios e eles exclamarão: “Senhor, por que recebeis aqueles outros?”. E Ele lhes dirá: “Eu os recebo, ó sensatos, eu os recebo, ó sábios, porque nenhum deles se julgou digno dessa graça.” E Ele nos estenderá seus braços divinos e nós nos precipitaremos para eles... E nos desfaremos em lágrimas. E compreenderemos tudo... Então, compreenderemos tudo... E todos compreenderão... Ekaterína Ivánovna também compreenderá... Senhor, que o Teu reino não tarde mais!</div><div style="text-align: justify;"><br />
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Trecho do livro Crime e Castigo, de Fiodor Dostoiévski (primeira parte). É o que estou lendo nestas férias da facu, fica como indicação pra quem gosta de boa leitura.Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-69669834237642158832009-12-28T11:49:00.003-02:002009-12-28T16:31:42.001-02:00Tempo de Mitral<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtBMX3kRY8oL2nrGIXZqtFEmYdy5ALhUmrOucFVUk0pnFKx1fXMPU2CxcUg71eD7gbDifzJMirIL0GGzufp3QHbP_fNgzdN5dC7iVD2utpxr6YwxzqIWYit2DyMjFvSsNtk0MOC2eUCnA/s1600-h/Pai+Natal+Consumista.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 368px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtBMX3kRY8oL2nrGIXZqtFEmYdy5ALhUmrOucFVUk0pnFKx1fXMPU2CxcUg71eD7gbDifzJMirIL0GGzufp3QHbP_fNgzdN5dC7iVD2utpxr6YwxzqIWYit2DyMjFvSsNtk0MOC2eUCnA/s400/Pai+Natal+Consumista.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5420284839309477538" border="0" /></a><br /><style type="text/css"><!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } --></style>Não poderia mesmo dar certo, quando começou errado. Muitas vezes os cristãos lamentam o fato de a cada ano o espírito de natal estar mais corrompido pelo consumismo e pelas idéias pagãs acerca do significado desta data. <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Mas não há razão na queixa cristã, haja visto que a igreja se baseou em elementos pagãos para fundar o tal espírito natalino.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Comemorar o nascimento de Cristo nunca foi uma preocupação dos apóstolos, comemoravam a sua morte e ressurreição, visto que é na morte e ressurreição de Cristo que temos nossa redenção. Quando Constantino comprou a filosofia cristã e contratou os bispos católicos no quarto século, a concorrência do mitraísmo era o maior obstáculo à unificação religiosa pretendida pelo imperador, para criar uma unidade dentro de seus domínios universais.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Os adoradores de Mitra haviam penetrado no seio do império no primeiro século antes de Cristo, quando chegaram prisioneiros da ilha de Cilícia, e desde então difundiram sua religião por todo o território, uma vez que seus rituais caíram nas graças dos soldados romanos, que logo o levaram por todas as partes do império.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Assim, no tempo da institucionalização da igreja cristã como religião oficial do império, Constantino precisava dar aos milhares, talvez milhões de adoradores de Mitra, uma correspondência, como forma de compensação, no cristianismo que estava empurrando goela abaixo dos seus súditos. Constantino não escolheu o Cristianismo por ser um crente fiel. Dentre as candidatas a nova religião estatal, as duas que se destacavam, como novas doutrinas para substituir o antigo e defasado culto aos ancestrais e a vários deuses, eram o Mitraísmo e o Cristianismo. A escolha pelo cristianismo deve-se basicamente por dois motivos, o primeiro é que o mitraísmo não era uma religião de massa, era uma religião de mistérios, mulheres não podiam participar, os rituais eram permitidos apenas aos iniciados nos mistérios;e segundo porque o mitraísmo não aceitaria a união com o poder do estado. Assim o cristianismo foi a escolha: uma religião que incluía a todos e que aceitou se tornar lacaia do imperador.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Contudo, era necessário garantir que os adoradores de Mitra não causariam muitos problemas para aceitar a nova religião oficial e obrigatória do império, a solução foi criar o “Natal” elegendo o dia 25 de dezembro, quando era comemorado o dia do nascimento de Mitra como sendo também o dia do nascimento de Cristo. Além disso, os oficiais da igreja cristã adotaram vestimentas semelhantes às usadas pelos sacerdotes de mitra (como a tiara e a mitra, além dos barretes), além da utilização do incenso, velas e sinos em suas celebrações. Assim estava feita a correspondência entre o deus Mitra e o deus que inventaram para o cristianismo estatizado desde então.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Quando a igreja abandonou Jesus, para inventar um novo ícone popular, com data de nascimento e indumentária próprios do paganismo, na forma do mitraísmo, ela criou um espírito de natal pagão, assim fica fácil entender porque não deu certo, já começou errado! O Império Romano e a igreja são os responsáveis por todo este festival de consumismo revestido de sincretismo pagão que suplantaram a pseudo comemoração do nascimento de Jesus.<br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Não se pode querer comemorar o dia do nascimento daquele que é desde a eternidade, e que nasce todos os dias no interior de quem se arrepende e se entrega ao seu amor. Não é possível saber o dia em que Jesus nasceu, os primeiros cristãos não se importaram em registrar isso nas escrituras, porque a igreja foi fundada na morte e não no nascimento de Cristo. “Então é natal, a festa mitral” deveria ser assim a tradução feita por Cláudio Rabello, quando quis traduzir So This is Christmas. Natal de verdade seria a comemoração diária dos cristãos que verdadeiramente experimentaram o nascimento de Cristo em suas vidas, deixando que ele cresça a cada dia e que o “eu” diminua, até que Ele seja tudo em todos!</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="justify">Feliz Mitral a todos, e felizes os que vivem de natal em natal e que podem como Paulo dizer: “Eu protesto que cada dia morro”... pois pra estes o viver é Cristo, e o morrer é ganho.</p>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-62117763461414293862009-10-25T10:24:00.003-02:002009-10-25T10:30:39.762-02:00Sai dela povo meu!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjETYw20jJf9SltXLW6cM3OF1rR6LAXCkLeNai6p2USUHILmBTK9jwpp0H5TbMB-n5Kb_p_WrsjLP6AjmbXhFV47wr1oi7e2goFjBWNOpnBxuUVKjjdl9AF79dZ87iLRi2D_nUHR0c5rng/s1600-h/partida.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 253px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396513741176009618" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjETYw20jJf9SltXLW6cM3OF1rR6LAXCkLeNai6p2USUHILmBTK9jwpp0H5TbMB-n5Kb_p_WrsjLP6AjmbXhFV47wr1oi7e2goFjBWNOpnBxuUVKjjdl9AF79dZ87iLRi2D_nUHR0c5rng/s400/partida.jpg" /></a><br /><div align="justify">Há um só Deus, que se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo; sendo, no entanto, um só Deus; e tal realidade divina pode ser por nós apenas crida, mas jamais entendida. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus!<br />Tudo e todos os que existem foram criados por Deus e para Deus; e Deus ama a todas as Suas criaturas e criações; posto que sendo amor a natureza de Deus, tudo o que Ele criou por amor o criou.<br />Deus é Amor; portanto, Deus é Graça; visto que somente no Amor há Graça; sendo também esta a razão de Deus haver feito o Sacrifício Eterno pela Sua criação e todas as Suas criaturas, antes mesmo de criar qualquer coisa; posto que o Cordeiro Eterno de Deus, que é também o Filho, entregou-se como Redenção e Remissão de pecados antes que qualquer coisa, ente, criatura ou dimensão tivessem sido criadas.<br />As transgressões que houve e há na criação, não demandaram de Deus um “improviso”, um remendo; posto que a Graça do amor de Deus revelado aos homens não seja um improviso, mas a consecução do amor que já se dispusera a tudo por amor à criação antes de haver mundo.<br />Deus é amor, é, portanto, Pessoa; pois não há amor sem pessoalidade. Por isto ao criar seres capazes da pessoalidade, Deus chamava a Sua criação a um vinculo de relacionalidade com Ele, em amor, verdade e graça.<br />Sendo Deus Eterno e Infinito, e o homem mortal e finito, não há meios de o homem ou qualquer criatura discernirem Quem Deus é a menos que Deus faça revelação de Si mesmo.<br />Portanto, tudo quanto de Deus possa ser sabido nos vem exclusivamente por revelação; seja a revelação Dele mediante a Natureza das coisas criadas, seja pela iluminação da consciência, seja pelas Escrituras que decorreram da fé de Abraão, seja pela ciência como apreensão da revelação livre que Deus faz de Si mesmo.<br />A Palavra de Deus, portanto, se manifesta de muitos modos; entretanto, uma só é a Palavra; e toda a sua revelação está manifesta em Jesus, que é o Verbo Eterno, a Palavra antes de qualquer Natureza, Consciência, Ciência ou Escritura; posto que somente em Jesus seja possível discernir Deus em Sua plenitude de revelação aos homens. Afinal, Jesus disse: “Quem me vê a mim, vê o Pai” [...] “Eu e o Pai somos Um”.<br />Sendo Deus Eterno e totalmente transcendente ao homem, tudo o que Dele nos venha é Graça; e sem Graça, favor divino em todas as coisas, nada pode ser por nós apreendido como bem eterno em razão de nossa incapacidade de discernir o Eterno e Infinito, especialmente quanto a aprender a Sua vontade.<br />Além disso, pela mesma razão, somente se pode manter relação com Deus mediante a fé, posto que a fé se abra para todas as coisas, visíveis e invisíveis; e mais: somente a fé não conhece impossível; portanto, somente pela fé se pode manter vinculo com Aquele está para além de toda compreensão.<br />Ora, sendo Jesus o Cordeiro Eterno de Deus que se manifestou na História, o fez no mesmo espírito da Graça Eterna, a mesma concedida à criação e às criaturas antes que houvesse mundo. Por isto Jesus não é o Deus dos cristãos, nem de qualquer grupo humano, nem o fundador do Cristianismo, nem o Deus dos crentes que assim se confessem apenas pela filiação a uma agremiação religiosa... Antes pelo contrário, Ele é a verdadeira Luz que vinda ao mundo ilumina a todos os homens; posto que Jesus tenha sido apresentado a nós como pertencendo a uma Ordem Sacerdotal Superior, não religiosa, não humana, e que é descrita como sendo a Ordem de Melquizedeque, na qual todos os seres humanos, sabendo ou não de tamanha Graça a eles disponível em Cristo, nela estão incluídos por uma decisão unilateral do amor de Deus; posto que Deus estivesse em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo.<br />Desse modo, tudo quanto concerne ao homem como necessidade, surge de Deus como solução do amor na Graça; a saber: arrependimento, fé, salvação, redenção, perdão, justificação, alegria, santificação e esperança eterna. Assim, não há nada que seja essencial ao homem que seja provisão do homem para o homem; pelo contrário, tudo provém de Deus.<br />Por esta razão o povo de Deus é o Povo da Graça; pois, quem quer que esteja em Deus só o está em razão de ter sido incluído gratuitamente em tão grande salvação.<br />Além disso, esse Povo de Deus é chamado a tornar-se seguidor de Deus nos passos de Jesus; e, por isto, só é Povo de Deus [e, portanto, Igreja], aquele que se entregar a Deus apenas crendo que no Cordeiro Eterno, Cristo Jesus, Tudo Está Consumado; não restando ao homem nada a fazer a fim de completar o que já estava Feito antes de haver mundo.<br />É porque o Evangelho é assim, e porque Jesus assim ensina, e, além disso, por ter sido apenas este o Fundamento Apostólico sobre o qual a revelação da Nova Aliança se deu, é que afirmamos com temor e santo temor que:<br />O que se fez nesses 1700 anos de História Cristã Romana, da qual a própria Reforma Protestante não deixou de ser herdeira, rompendo com muitas coisas, mas não com todas, tornando-se assim, de certa forma, apenas uma Re-forma, mas não uma Revolução de sentidos, conteúdos, e, sobretudo, de simplificação não de formas, mas de espírito — é ainda algo totalmente insatisfatório; posto que seja ainda um reformar, mas não uma ruptura de conteúdos, de dogmas, de doutrinas humanas, de lógicas mundanas, todas elas criadas pelo Pai do Cristianismo e seus auxiliares históricos: o Imperador Constantino.<br />Que o que provocou a Reforma nos dias dos Reformadores do Século XVI, tornou-se algo revivido com ênfases e disfarces de maldade ainda maior entre nós, hoje; posto que agora tudo seja feito com máscaras do “nome de Jesus”, porém, com modos que fazem as vendas de Indulgências que deram pavio ao fogo da Reforma, tornarem-se temas inocentes de presépio infantil.<br />Que as barganhas, as negociatas, as campanhas de exploração da credulidade do povo, o uso perverso da Bíblia, o espírito de troca e comercio, as maldições e ameaças pronunciadas “em nome de Jesus”, os novos apóstolos do dinheiro e da prosperidade, o desenfreado comercio da fé como produto, a utilização de todos as formas de manipulação e engano, as inegáveis manifestações de ações criminosas em nome da fé, o uso político da igreja e do nome de Jesus, e tudo quanto entre nós hoje se define como “igreja” e sua prática histórica, não mais é que um estelionato sem tamanho e medida, e que faz a Igreja Católica do Século XVI uma entidade de bruxos aprendizes daqueles que entre nós hoje são pastores, bispos, apóstolos e candidatos diabólicos à divindade.<br />Que não é mais possível usar termos como “evangélico”, que deveria significar “aquilo que carrega a qualidade do Evangelho”, nem termos como “Igreja”, que deveria apenas ser a assembléia dos crentes no Jesus dos Evangelhos — posto que “evangélico” tenha se tornado aquilo que no Evangelho é descrito como sendo anti-evangélico, e “Igreja” tenha se tornado aquilo que no Evangelho é apenas uma multidão perdida e sem pastor, tamanho é o descaminho dos seus guias e condutores do engano.<br />Que não é mais possível conviver passivamente com tamanho engano blasfemo, sob pena de nos tornarmos indesculpáveis diante de Deus, desta geração, e das que ainda virão.<br />Que hoje se ouve a Voz de Deus, dizendo como fez antes muitas vezes, e no futuro ainda voltará a dizer: “Sai do meio dela, ó povo meu!” Sim, pois “o Senhor conhece os que Lhe pertencem”; e deseja separar Seu Povo do convívio perverso não no “mundo”, mas, sobretudo, no “ambiente chamado ‘igreja’”; posto que, pela anuência silenciosa, estamos corroborando o engano para aqueles que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda.<br />Portanto, convidamos a todo aquele que ainda crê em Jesus segundo a pureza do Evangelho, que assuma hoje, e para sempre, uma total ruptura com tudo aquilo que se disfarça sob o nome de Jesus, mas que nada mais é do que manifestação do engano, até que chegue o Dia quando todo “Senhor, Senhor” que não teve correspondência de obediência ao Evangelho, de Jesus ouvirá o terrível “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim todos vós que praticais a iniqüidade”.<br />Aqui, sem alarde, com total sinceridade no Evangelho, convidamos você a abraçar a busca da Regeneração; pois, o que a “igreja” precisa a fim de se tornar Igreja, segundo Jesus, é de Regeneração, de conversão, de arrependimento e de iluminação do Evangelho na Graça de Deus.<br />Portanto, não temos barganhas a fazer com tudo aquilo que, mesmo sendo anunciado “em nome de Jesus”, nada tenha de Jesus e do Evangelho; e assim fazemos porque temos certeza de que seremos cobrados por Deus se nos mantivermos alheios, silenciosos, perversamente educados no nosso assistir da mentira na sua prevalência histórica contra a verdade e a simplicidade do Evangelho.<br />Estas são as teses puras e simples deste momento/tempo de Busca de Regeneração de nós mesmos no Evangelho. Quem diz amém ao Evangelho de Jesus, esse não temerá viver todas as implicações dessa decisão proposta não como Reforma, mas como Regeneração.</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-52697883341619507662009-09-10T15:07:00.002-03:002009-09-10T15:15:21.203-03:00Feirante<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5oS9UyIeUKjX9ngYimhtmk-joK2UgJ-qop3J6zR-ZwLLuUQZctYe7eFL2qWwwFf41htKVyedQt9GYldCYBsjiMDNMoVnG3lRG-k27QHcLB-DimMQs6TbHmM_Fws5LBA-1MD9NirlvqTI/s1600-h/1111000044%2520%2520Tropeiro.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5379903879267012818" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5oS9UyIeUKjX9ngYimhtmk-joK2UgJ-qop3J6zR-ZwLLuUQZctYe7eFL2qWwwFf41htKVyedQt9GYldCYBsjiMDNMoVnG3lRG-k27QHcLB-DimMQs6TbHmM_Fws5LBA-1MD9NirlvqTI/s400/1111000044%2520%2520Tropeiro.jpg" /></a> <div></div><div></div><br /><div>Arruma a cangalha na cacunda que a rapadura é doce mas não é mole não</div><br /><div>E genipapo no balaio pesa,</div><br /><div>Anda, aperta o passo pra chegar ligeiro,</div><br /><div>Farinha boa se molhar não presta</div><br /><div>Olha lá na curva a chuva no lagedo</div><div> </div><br /><div>Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas?</div><br /><div>Rosas têm espinhos, e pedras no caminho</div><br /><div>Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas</div><br /><div>Firma o passo, segue em frente,</div><br /><div>Que essa luta não tem trégua</div><br /><div>Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega</div><br /><div>A granel felicidade não custeia o lavrador</div><div> </div><br /><div>Vamos embora que a jornada é muito longa</div><br /><div>E não há mais tempo de chorar por mais ninguém</div><br /><div>Lá na feira a gente compra, a gente vende,</div><br /><div>A gente pede, até barganha aquilo que comprou</div><br /><div>E te prometo que depois no fim de tudo na Quitanda da Esperança</div><br /><div>Eu te compro um sonho de açucar mascavo embrulhado num papel de seda azul</div><br /><div>[Só] Pra te consolar ôh</div><br /><div></div><br /><div>João Alexandre</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-62718631191697134132009-09-07T19:17:00.002-03:002009-09-07T20:21:38.036-03:00Sermão da Sexagésima<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsqvWlK-7tBlVdIqK361-tWQRNV_hs_1Sdw5Nfb1f_i-YU5DLs3MzxwLcwujW4NJz-EFAQc6wGEhZ5vB82oSI6YZziEeP3W_PstAR8xLQg1y_fh9hzwqrZ643aWMh42hL3obEXSxSZSIA/s1600-h/SEMEADOR.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 307px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5378869393529195026" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsqvWlK-7tBlVdIqK361-tWQRNV_hs_1Sdw5Nfb1f_i-YU5DLs3MzxwLcwujW4NJz-EFAQc6wGEhZ5vB82oSI6YZziEeP3W_PstAR8xLQg1y_fh9hzwqrZ643aWMh42hL3obEXSxSZSIA/s400/SEMEADOR.jpg" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O texto abaixo é uma adaptação dos capítulos IX e X de um sermão pregado em Lisboa no ano de 1655. Acho que serve bem aos dias atuais, e prova o fato de que a "igreja" vem repetindo os mesmos erros por séculos. A indignação do pregador com homens que se diziam ministros e pregavam interesses próprios ilustra bem a minha indignação com uma geração de homens que fazem o mesmo hoje. E ainda dizem que eu é quem estou desviado... boa leitura, medite no que está escrito.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">As palavras que tomei por tema o dizem. As sementes são a Palavra de Deus. Sabeis, Cristãos, a causa por que se faz hoje tão pouco fruto com tantas pregações? É porque as palavras dos pregadores são palavras, mas não são palavras de Deus. Falo do que ordinariamente se ouve. A palavra de Deus (como diria) é tão poderosa e tão eficaz, que não só na boa terra faz fruto, mas até nas pedras e nos espinhos nasce. Mas se as palavras dos pregadores não são palavras de Deus, que muito que não tenham a eficácia e os efeitos da palavra de Deus? Diz o Espírito Santo: «Quem semeia ventos, colhe tempestades». Se os pregadores semeiam vento, se o que se prega é vaidade, se não se prega a palavra de Deus, como não há a Igreja de Deus de correr tormenta, em vez de colher fruto?<br />Mas dir-me-eis: os pregadores de hoje não pregam do Evangelho, não pregam das Sagradas Escrituras? Pois como não pregam a palavra de Deus? Esse é o mal. Pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra de Deus. As palavras de Deus, pregadas no sentido em que Deus as disse, são palavras de Deus; mas pregadas no sentido que nós queremos, não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do Demônio. Tentou o Demônio a Cristo a que fizesse das pedras pão. Respondeu-lhe o Senhor: nem só de pão viverá homem, mas de tudo o que sai da boca de Deus. Esta sentença era tirada do capítulo oito do Deuteronômio. Vendo o Demônio que o Senhor se defendia da tentação com a Escritura, leva-o ao Templo, e alegando o lugar do salmo 91, diz-lhe desta maneira: «Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.» De sorte que Cristo defendeu-se do Diabo com a Escritura, e o Diabo tentou a Cristo com a Escritura. Todas as Escrituras são palavra de Deus: pois se Cristo toma a Escritura para se defender do Diabo, como toma o Diabo a Escritura para tentar a Cristo? A razão é porque Cristo tomava as palavras da Escritura em seu verdadeiro sentido, e o Diabo tomava as palavras da Escritura em sentido alheio e torcido; e as mesmas palavras, que tomadas em verdadeiro sentido são palavras de Deus, tomadas em sentido alheio, são armas do Diabo. As mesmas palavras que, tomadas no sentido em que Deus as disse, são defesa, tomadas no sentido em que Deus as não disse, são tentação. Eis aqui a tentação com que então quis o Diabo derrubar a Cristo, e com que hoje lhe faz a mesma guerra do pináculo do templo. O pináculo do templo é o púlpito, porque é o lugar mais alto dele. O Diabo tentou a Cristo no deserto, tentou-o no monte, tentou-o no templo: no deserto, tentou-o com a gula; no monte, tentou-o com a ambição; no templo, tentou-o com as Escrituras mal interpretadas, e essa é a tentação de que mais padece hoje a Igreja, e que em muitas partes tem derrubado dela, senão a Cristo, a sua fé. Dizei-me, pregadores (aqueles com quem eu falo indignos verdadeiramente de tão sagrado nome), dizei-me: esses assuntos inúteis que tantas vezes levantais, essas empresas ao vosso parecer agudas que prosseguis, achaste-las alguma vez nos Profetas do Velho Testamento, ou nos Apóstolos e Evangelistas do Novo Testamento, ou no autor de ambos os Testamentos, Cristo? É certo que não, porque desde a primeira palavra do Gênesis até à última do Apocalipse, não há tal coisa em todas as Escrituras. Pois se nas Escrituras não há o que dizeis e o que pregais, como cuidais que pregais a palavra de Deus? Mais: nesses lugares, nesses textos que alegais para prova do que dizeis, é esse o sentido em que Deus os disse? É esse o sentido que pretendiam os escritores? É esse o sentido da mesma gramática das palavras? Não, por certo; porque muitas vezes as tomais pelo que soam e não pelo que significam, e talvez nem pelo que soam. Pois se não é esse o sentido das palavras de Deus, segue-se que não são palavras de Deus. E se não são palavras de Deus, porque nos queixamos que não façam fruto as pregações? Basta que havemos de trazer as palavras de Deus a que digam o que nós queremos, e não havemos de querer dizer o que elas dizem?! E então ver cabecear o auditório a estas coisas, quando devíamos de dar com a cabeça pelas paredes de ouvi-las! Verdadeiramente não sei de que mais me espantar, se dos nossos conceitos, se dos vossos aplausos? Oh, que bem levantou o pregador! Assim é; mas que levantou? Um falso testemunho ao texto, outro falso testemunho ao santo, outro ao entendimento e ao sentido de ambos. Então que se converterá o mundo com falsos testemunhos da palavra de Deus? Se a alguém parecer demasiada a censura, ouça-me.<br />Estava Cristo acusado diante de Caifás, e diz Mateus que por fim vieram duas testemunhas falsas. Estas testemunhas referiram que ouviram dizer a Cristo que, se os Judeus destruíssem o templo, ele o tornaria a reedificar em três dias. Se lermos João, acharemos que Cristo verdadeiramente tinha dito as palavras referidas. Pois se Cristo tinha dito que havia de reedificar o templo dentro em três dias, e isto mesmo é o que referiram as testemunhas, como lhes chama o Evangelista testemunhas falsas? O mesmo João deu a razão. Quando Cristo disse que em três dias reedificaria o templo, falava o Senhor do templo místico de seu corpo, o qual os Judeus destruíram pela morte e o Senhor o reedificou pela ressurreição; e como Cristo falava do templo místico e as testemunhas o referiram ao templo material de Jerusalém, ainda que as palavras fossem verdadeiras, as testemunhas eram falsas. Eram falsas, porque Cristo as dissera em um sentido, e eles as referiram em outro; e referir as palavras de Deus em diferente sentido do que foram ditas, é levantar falso testemunho a Deus, é levantar falso testemunho às Escrituras. Ah, Senhor, quantos falsos testemunhos vos levantam! Quantas vezes ouço dizer que dizeis o que nunca dissestes! Quantas vezes ouço dizer que são palavras vossas, o que são imaginações minhas, que me não quero excluir deste número! Que muito logo que as nossas imaginações, e as nossas vaidades, e as nossas fábulas não tenham a eficácia de palavra de Deus!<br />Miseráveis de nós, e miseráveis dos nossos tempos! Pois neles se veio a cumprir a profecia de Paulo: Virá tempo em que os homens não sofrerão a sã doutrina. Mas para seu apetite terão grande número de pregadores feitos a montão e sem escolha, os quais não façam mais que adular-lhes as orelhas. E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Fábula tem duas significações: quer dizer fingimento e quer dizer comédia; e assim são muitas pregações deste tempo. São fingimento, porque são sutilezas e pensamentos aéreos, sem fundamento de verdade; são comédia, porque os ouvintes vêm à pregação como à comédia; e há pregadores que vêm ao púlpito como comediantes. Uma das felicidades que se contava entre as do tempo presente era acabarem-se as comédias em Portugal; mas não foi assim. Não se acabaram, mudaram-se; passaram-se do teatro ao púlpito. Não cuideis que encareço em chamar comédias a muitas pregações das que hoje se usam. Tomara ter aqui as comédias de Plauto, de Terêncio, de Séneca, e veríeis se não achariam nelas muitos desenganos da vida e vaidade do Mundo, muitos pontos de doutrina moral, muito mais verdadeiros, e muito mais sólidos, do que hoje se ouvem nos púlpitos. Grande miséria por certo, que se achem maiores documentos para a vida nos versos de um poeta profano, e gentio, que nas pregações de um orador cristão, e muitas vezes, sobre cristão, religioso!<br />Pouco disse Paulo em lhe chamar comédia, porque muitos sermões há que não são comédia, são farsa. Sobe talvez ao púlpito um pregador dos que professam serem mortos ao mundo, vestido ou amortalhado em um hábito de penitência; a vista é de horror, o nome de reverência, a matéria de compunção, a dignidade de oráculo, o lugar e a expectação de silêncio; e quando este se rompeu, que é o que se ouve? Se neste auditório estivesse um estrangeiro que nos não conhecesse e visse entrar este homem a falar em público naqueles trajos e em tal lugar, cuidaria que havia de ouvir uma trombeta do Céu; que cada palavra sua havia de ser um raio para os corações, que havia de pregar com o zelo e com o fervor de um Elias, que com a voz, com o gesto e com as ações havia de fazer em pó e em cinza os vícios. Isto havia de cuidar o estrangeiro. E nós que é o que vemos? Vemos sair da boca daquele homem, assim naqueles trajos, uma voz muito afetada e muito polida, e logo começar com muito desgarro, a quê? A motivar desvelos, a acreditar empenhos, a requintar finezas, a lisonjear precipícios, a brilhar auroras, a derreter cristais, a desmaiar jasmins, a toucar primaveras, e outras mil indignidades destas. Não é isto farsa a mais digna de riso, se não fora tanto para chorar? Na comédia o rei veste como rei, e fala como rei; o lacaio, veste como lacaio, e fala como lacaio; o rústico veste como rústico, e fala como rústico; mas um pregador, vestir como religioso e falar como... não o quero dizer, por reverência do lugar. Já que o púlpito é teatro, e o sermão comédia se quer, não faremos bem a figura? Não dirão as palavras com o vestido e com o ofício? Assim pregava Paulo, assim pregavam aqueles patriarcas que se vestiram e nos vestiram destes hábitos? Não louvamos e não admiramos o seu pregar? Não nos prezamos de seus filhos? Pois por que não os imitamos? Por que não pregamos como eles pregavam?<br /><br />Dir-me-eis o que a mim me dizem, e o que já tenho experimentado, que, se pregamos assim, zombam de nós os ouvintes, e não gostam de ouvir. Oh, boa razão para um servo de Jesus Cristo! Zombem e não gostem embora, e façamos nós nosso ofício! A doutrina de que eles zombam, a doutrina que eles desestimam, essa é a que lhes devemos pregar, e por isso mesmo, porque é mais proveitosa e a que mais hão mister. O trigo que caiu no caminho comeram-no as aves. Estas aves, como explicou o mesmo Cristo, são os demônios, que tiram a palavra de Deus dos corações dos homens. Por que não comeu o Diabo o trigo que caiu entre os espinhos, ou o trigo que caiu nas pedras, senão o trigo que caiu no caminho? Porque o trigo que caiu no caminho, Pisaram-no os homens; e a doutrina que os homens pisam, a doutrina que os homens desprezam, essa é a de que o Diabo se teme. Os conceitos, os pensamentos, as sutilezas que os homens estimam e prezam, dessas não se teme nem se acautela o Diabo, porque sabe que não são essas as pregações que lhe hão de tirar as almas das unhas. Mas daquela doutrina que cai, daquela doutrina que parece comum; daquela doutrina que parece trivial; daquela doutrina que parece trilhada; daquela doutrina que nos põe em caminho e em via da nossa salvação (que é a que os homens pisam e a que os homens desprezam), essa é a de que o Demônio se receia e se acautela, essa é a que procura comer e tirar do Mundo; e por isso mesmo essa é a que deviam pregar os pregadores, e a que deviam buscar os ouvintes. Mas se eles não o fizerem assim e zombarem de nós, zombemos nós tanto de suas zombarias como dos seus aplausos. Diz Paulo: O pregador há de saber pregar com fama e sem fama. Mais diz o Apóstolo: Há de pregar com fama e com infâmia. Pregar o pregador para ser afamado, isso é mundo: mas infamado, e pregar o que convém, ainda que seja com descrédito de sua fama? Isso é ser pregador de Jesus Cristo.<br />Pois o gostarem ou não gostarem os ouvintes! Oh, que advertência tão digna! Que médico há que repare no gosto do enfermo, quando trata de lhe dar saúde? Sarem e não gostem; salvem-se e amargue-lhes, que para isso somos médicos das almas. Quais vos parece que são as pedras sobre que caiu parte do trigo do Evangelho? Explicando Cristo a parábola, diz que as pedras são aqueles que ouvem a pregação com gosto. Pois será bem que os ouvintes gostem e que no cabo fiquem pedras?! Não gostem e abrandem-se; não gostem e quebrem-se; não gostem e frutifiquem. De maneira que o frutificar não se ajunta com o gostar, senão com o padecer; frutifiquemos nós, e tenham eles paciência. A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atônito, sem saber parte de si, então é a preparação qual convém, então se pode esperar que faça fruto.<br />Enfim, para que os pregadores saibam como hão de pregar e os ouvintes a quem hão de ouvir, acabo com um exemplo: Pregavam em Coimbra dois famosos pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos. Altercou-se entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e como não há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros, aquele. Mas um, que entre os mais tinha maior autoridade, concluiu desta maneira: «Entre dois sujeitos tão grandes não me atrevo a interpor juízo; só direi uma diferença, que sempre experimento: quando ouço um, saio do sermão muito contente do pregador; quando ouço outro, saio muito descontente de mim.»<br />Semeadores do Evangelho, eis aqui o que devemos pretender nos nossos sermões: não que os homens saiam contentes de nós, senão que saiam muito descontentes de si; não que lhes pareçam bem os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os seus costumes, as suas vidas, os seus passatempos, as suas ambições e, enfim, todos os seus pecados. Contanto que se descontentem de si, descontentem-se embora de nós. Dizia o maior de todos os pregadores, Paulo: Se eu contentara aos homens, não seria servo de Deus. Oh, contentemos a Deus, e acabemos de não fazer caso dos homens! Advirtamos que nesta mesma Igreja há tribunas mais altas que as que vemos: Acima das tribunas dos reis, estão as tribunas dos anjos, está a tribuna e o tribunal de Deus, que nos ouve e nos há-de julgar. Que conta há de dar a Deus um pregador no Dia do Juízo? O ouvinte dirá: Não mo disseram. Mas o pregador? Ai de mim, que não disse o que convinha! Não seja mais assim, por amor de Deus e de nós.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Pe. Antônio Vieira, Sermão da Sexagésima</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-42086965736565741952009-09-04T19:41:00.003-03:002009-09-04T20:23:25.415-03:00Razão<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7Tgw4BkdK9_APNtUuKAH4TqNZ1QOanvwR7hrEcVoJMOUhhnfk1MB30rjIgsjfitj6oeH8Ninz_Z5BvEUEiwBHJIDkV0n6ihfZ5jKanW2GVYarTzgV2g5NsWomnNhoklohSScwVzniQU/s1600-h/RAZO_X~1.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 315px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5377756129571925906" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7Tgw4BkdK9_APNtUuKAH4TqNZ1QOanvwR7hrEcVoJMOUhhnfk1MB30rjIgsjfitj6oeH8Ninz_Z5BvEUEiwBHJIDkV0n6ihfZ5jKanW2GVYarTzgV2g5NsWomnNhoklohSScwVzniQU/s400/RAZO_X~1.JPG" /></a><br /><div></div><br /><div align="justify">Você há de convir comigo que eu estou com a razão. As pessoas acham que porque estão com a razão estão certas e justificadas de tudo. Por causa da razão é que se cometem as maiores atrocidades, no passado, no presente e com certeza não será diferente no futuro, ou eu não tenho razão?<br />Ou você acha que os nazistas não tinham suas razões para fazerem tudo o que fizeram? Ou será que Roma não tinha razão em querer levar a luz da civilização aos povos bárbaros? Por certo também existiam boas razões para se colonizar as Américas, a África, ou Oceania. A razão move o mundo, e isso não é de agora, mesmo antes do renascimento e do iluminismo, a razão sempre foi conselheira de ricos, poderosos, governantes, mercadores de escravos, bandeirantes, fracos, oprimidos, rebeldes e insurgentes. Creio ter razão nisso também.<br />Mostre-me alguém que tenha feito algo, ou aponte-me algo que tenha sido feito por idealizadores que achavam estar equivocados, mas resolveram fazer mesmo assim, apenas por pirraça. A razão constitui-se assim na mola motriz de tudo, parafraseando João, na história da humanidade, todas as coisas foram feitas por alguma razão, e sem razão nada do que foi feito se fez. A razão é em suma aquilo que gera no homem a motivação primária para realizar qualquer coisa.<br />As pessoas têm razão para matar, outras muitas têm razão para morrer, razões não faltam para se roubar, para extorquir, para enganar, mesmo senadores têm razão quando decidem arquivar processos contra seus colegas, mesmo que haja outros que julgam ter razão em investigar os atos secretos de algum senador. Razão está em tudo e em todos, e todos tem sua razão. Basta abrir um fórum de discussões na internet para vermos quão acalorados ficam os que defendem suas razões.<br />Mas afinal, o que é razão? Será que uma razão pode ser mais razoável que outra? E será que existe uma razão descente em oposição a outra razão indecente? Como saber se a razão que me move é mesmo digna de ser cegamente seguida? Existem razões que a própria razão desconhece? Se eu tiver razão posso fazer o que minha razão me diz para fazer, independente da razão que diz ao outro que não tenho razão no que faço? Ter razão é muito sedutor, mas será que ter razão é mesmo tão importante?<br />Eu mesmo sempre estive coberto de razão, até agora. Digo até agora porque não quero mais ter razão. Ter razão é legal, é empolgante, mas ter razão nos torna responsáveis por todo estrago que nossa míope racionalidade provoca no mundo. Ter razão nos faz egoístas, nos torna intransigentes, para se ter razão abrimos mão da misericórdia e da bondade. Razão nos faz prepotentes, rígidos, imóveis e ríspidos.<br />Por isso quero abandonar toda minha razão, e quero abraçar o amor como única mola motriz e motivação primária para minhas realizações. O amor é a antítese da razão. O amor não busca motivações, ele despreza a razão, onde há amor a razão será envergonhada. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo razão, desaparecerá.<br />Você pode estar pensando que estou enganado, que não tenho razão no que digo, e se assim for, eu devo dizer que bom, pois é justamente o que quero, desvencilhar-me da razão, porque a sabedoria de Deus é loucura para o mundo. Para aqueles que entendem a loucura profética fica meu convite a que me sigam por esta estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, nem mesmo os loucos o errarão.</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-86413796851886497412009-07-24T13:37:00.002-03:002009-07-24T13:40:00.930-03:00Fernando Pessoa: TABACARIA<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggx2qxKHPkVzgCU__pQluPc47ZQlDVr1Kdj70ICcPi591IG69_p5TuT9mLWf6ljHBnEwMi4BdhfrdunyWciduf_fVz15B47_PibbriHm1OsZ8MJP9sRvAtRQt4OEeEooVnhzxnXBjNyIU/s1600-h/Pessoa.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 308px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggx2qxKHPkVzgCU__pQluPc47ZQlDVr1Kdj70ICcPi591IG69_p5TuT9mLWf6ljHBnEwMi4BdhfrdunyWciduf_fVz15B47_PibbriHm1OsZ8MJP9sRvAtRQt4OEeEooVnhzxnXBjNyIU/s400/Pessoa.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5362067257562673218" border="0" /></a><br /><br /><p> <span style=";font-family:Verdana;font-size:10;" lang="en-gb"> <b> <span style=";font-family:Verdana;font-size:10;" > <span style="color:#0000ff;"> <a name="Enlarged1"> </a></span></span></b></span><span style="color:#0000ff;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: 700;font-family:Verdana;" ></span></span><span style="font-weight: 700;font-family:Verdana;font-size:10;" > </span></span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Não sou nada.<br /> Nunca serei nada.<br /> Não posso querer ser nada.<br /> À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Janelas do meu quarto,<br /> Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é<br /> (E se soubessem quem é, o que saberiam?),<br /> Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,<br /> Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,<br /> Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,<br /> Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,<br /> Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,<br /> Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.<br /> Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,<br /> E não tivesse mais irmandade com as coisas<br /> Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua <br /> A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada<br /> De dentro da minha cabeça,<br /> E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.<br /> Estou hoje dividido entre a lealdade que devo<br /> À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,<br /> E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Falhei em tudo.<br /> Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.<br /> A aprendizagem que me deram,<br /> Desci dela pela janela das traseiras da casa,<br /> Fui até ao campo com grandes propósitos.<br /> Mas lá encontrei só ervas e árvores,<br /> E quando havia gente era igual à outra.<br /> Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar? </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?<br /> Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!<br /> E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!<br /> Génio? Neste momento<br /> Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,<br /> E a história não marcará, quem sabe?, nem um,<br /> Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.<br /> Não, não creio em mim.<br /> Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!<br /> Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?<br /> Não, nem em mim...<br /> Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo<br /> Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?<br /> Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -<br /> Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,<br /> E quem sabe se realizáveis,<br /> Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?<br /> O mundo é para quem nasce para o conquistar<br /> E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.<br /> Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.<br /> Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,<br /> Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.<br /> Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,<br /> Ainda que não more nela;<br /> Serei sempre o que não nasceu para isso;<br /> Serei sempre só o que tinha qualidades;<br /> Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta<br /> E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,<br /> E ouviu a voz de Deus num poço tapado.<br /> Crer em mim? Não, nem em nada.<br /> Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente<br /> O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,<br /> E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.<br /> Escravos cardíacos das estrelas,<br /> Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;<br /> Mas acordámos e ele é opaco,<br /> Levantámo-nos e ele é alheio,<br /> Saímos de casa e ele é a terra inteira,<br /> Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">(Come chocolates, pequena;<br /> Come chocolates!<br /> Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.<br /> Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. <br /> Come, pequena suja, come!<br /> Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! <br /> Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,<br /> Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei<br /> A caligrafia rápida destes versos,<br /> Pórtico partido para o Impossível.<br /> Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,<br /> Nobre ao menos no gesto largo com que atiro<br /> A roupa suja que sou, sem rol, para o decurso das coisas,<br /> E fico em casa sem camisa. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,<br /> Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,<br /> Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,<br /> Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,<br /> Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,<br /> Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,<br /> Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,<br /> Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!<br /> Meu coração é um balde despejado.<br /> Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco<br /> A mim mesmo e não encontro nada.<br /> Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.<br /> Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,<br /> Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,<br /> Vejo os cães que também existem,<br /> E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,<br /> E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Vivi, estudei, amei, e até cri, <br /> E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.<br /> Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,<br /> E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses<br /> (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);<br /> Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo<br /> E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Fiz de mim o que não soube,<br /> E o que podia fazer de mim não o fiz.<br /> O dominó que vesti era errado.<br /> Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. <br /> Quando quis tirar a máscara,<br /> Estava pegada à cara.<br /> Quando a tirei e me vi ao espelho,<br /> Já tinha envelhecido.<br /> Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.<br /> Deitei fora a máscara e dormi no vestiário<br /> Como um cão tolerado pela gerência<br /> Por ser inofensivo<br /> E vou escrever esta história para provar que sou sublime. </span> </p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Essência musical dos meus versos inúteis,<br /> Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,<br /> E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,<br /> Calcando aos pés a consciência de estar existindo,<br /> Como um tapete em que um bêbado tropeça<br /> Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. </span> </p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.<br /> Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada<br /> E com o desconforto da alma mal-entendendo.<br /> Ele morrerá e eu morrerei.<br /> Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.<br /> A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.<br /> Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,<br /> E a língua em que foram escritos os versos.<br /> Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.<br /> Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente<br /> Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,<br /> Sempre uma coisa defronte da outra,<br /> Sempre uma coisa tão inútil como a outra,<br /> Sempre o impossível tão estúpido como o real,<br /> Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,<br /> Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),<br /> E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.<br /> Semiergo-me enérgico, convencido, humano,<br /> E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los<br /> E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.<br /> Sigo o fumo como uma rota própria,<br /> E gozo, num momento sensitivo e competente,<br /> A libertação de todas as especulações<br /> E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Depois deito-me para trás na cadeira<br /> E continuo fumando.<br /> Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. </span></p> <p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira<br /> Talvez fosse feliz.)<br /> Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. </span></p> <span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).<br /> Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.<br /> (O dono da Tabacaria chegou à porta.)<br /> Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.<br /> Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo<br /> Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.<br /> </span><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;"><br /></span>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-41951489772839958102009-07-20T17:19:00.009-03:002009-07-20T17:42:47.029-03:00O QUE ESTÁ ACONTECENDO À ALMA DOS CRISTÃOS HOJE?<div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"><span style="font-size:78%;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVIxfs7sPa_7PUzRxxMxGQA5884-k9asOQC5Ge3CCgfBur7TF3CITT91QpkUzR_G0XEXlZvDzF7e8-NYfyWAoyxGbhoBPUrIvQBZh7oICDd5Q9QmO8vOYYuE9GqONZxQIjXDGy6IwWGr4/s1600-h/flor.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVIxfs7sPa_7PUzRxxMxGQA5884-k9asOQC5Ge3CCgfBur7TF3CITT91QpkUzR_G0XEXlZvDzF7e8-NYfyWAoyxGbhoBPUrIvQBZh7oICDd5Q9QmO8vOYYuE9GqONZxQIjXDGy6IwWGr4/s400/flor.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360640349243343922" border="0" /></a><o:smarttagtype namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" name="PersonName"></o:smarttagtype></span><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; 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font-family: verdana;font-family:courier new;"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><i><br /></i></span></p><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><i>Comamos e bebamos, que amanhã morreremos!</i> — Paulo, ironizando a desesperança cristã.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Na primeira carta enviada aos cristãos em Corinto, na Grécia Antiga, o autor faz uma gravíssima declaração ao alertar que se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, então, apesar de dizermos que cremos em Cristo, ainda assim somos os mais infelizes de TODOS os homens da Terra . <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Veja: ele não falava dos homens, mas, entre eles, de “nós”, de nossa esperança feita religião sem transcendência, sem amor pelo eterno, sem alegria no invisível.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Portanto, o cenário existencial que Paulo pintava era o de cristãos sem esperança ou com a esperança confinada por algo como a teologia da prosperidade. Tal teologia não celebra a eternidade, mas apenas a temporalidade dos sucessos humanos mensuráveis pelas quantificações materiais. Para a teologia da prosperidade, o maior poder da ressurreição de Jesus é a ressurreição de negócios e a restituição de finanças dos falidos.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Paulo está afirmando que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, mas confinam sua relação com Jesus apenas aos horizontes deste mundo. Elas O vêem apenas como um poder; um mestre-de-resultados; um Cristo para consumo social, psicológico, comunitário, mágico-imediato para ser acionado como solução para as questiúnculas desta existência. “Jesus” é uma massa energética de natureza psico-religiosa, que dá às pessoas a magia necessária para que não vivam sem crença, o que para muitos é algo indispensável.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Essa foi uma crença comum no primeiro século, quando havia uma horda de falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, profetas e mestres . Todos afirmavam um Cristo à feitura do paganismo da época, e que se relacionava com os homens dependendo da generosidade deles para com esses “seus” supostos “representantes”. Mesmo na tentativa de confinar a esperança somente a esta existência, esse não seria o “produto” do Evangelho, que propõe frutificar ainda que a videira não floresça. O contentamento em qualquer circunstância, produzido pela Palavra, é o poder de Deus que não se transforma em mercadoria.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Sim, a tal declaração de Paulo sobre os cristãos se tornarem os mais infelizes de todos os seres humanos tem um contexto muito claro. De fato, o apóstolo estava lidando com uma comunidade perdida entre a fé que ouviram dos discípulos de Jesus, os assédios dos cristãos judaizantes (que queriam fazer um mix entre Jesus e Moisés), a sedução dos gnósticos e a volúpia dos milagreiros oportunistas — sempre (e todos) desejosos de cativar o interesse “dos de Corinto” para o seu próprio “mover-movido-de-ganância”. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p>O fato é que entre tantas loucuras, que iam desde legalismos judaicos tornados obsoletos em Cristo até a submissão burra a tudo o que se dizia em nome de Jesus (não importando se o que se ensinasse fosse o oposto do que Jesus viveu e ensinou), não havia nada diferente do que se tem hoje!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">E Paulo prossegue fazendo outras assertivas. Entretanto, a mais forte delas, para a existência presente, é aquela que afirma que a Ressurreição de Jesus é o fator de transcendência sem o qual o espírito humano não tem razão para viver, especialmente depois de ter dito que crê <st1:personname productid="em Cristo. Paulo" st="on">em Cristo. Paulo</st1:personname> é claro: Se Cristo não ressuscitou, comamos e bebamos, que amanhã morreremos! Fica tudo sem razão de ser, porque tudo que é na FÉ é em função da esperança de transcender a própria morte!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:courier new;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Desse modo, Paulo revela-nos uma categoria existencial desgraçada, a saber, a daqueles que “crêem em Jesus” como instrumento de manipulação dos destinos DESTA vida, numa esperança oca, tosca e de curta validade que está destituída de reais referências à Segurança Eterna de pertencer a Ele! Assim, se tudo vai bem, o céu desceu à Terra; entretanto, se algo vai mal, é a alma que desce ao Inferno: “Onde foi que eu errei”?<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Esse tal “Cristo de Corinto” é como o “Jesus” pregado nos cultos cristãos de hoje! Ora, entre nós, quase que invariavelmente, o que se tem é essa crença num Cristo que é o Despachante dos Crentes que dão ordens a Deus, conforme a diabólica “Teologia da Prosperidade” e seus filhotes confessionais — e que nada mais são que ensino de demônios. Sim, ninguém duvide: A desgraça da Teologia da Prosperidade é que ela transformou os cristãos em discípulos de um “Cristo” que não é Jesus.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">É o Cristo da primeira casa, da segunda casa, da casa com piscina, da casa de campo. É o Cristo do primeiro emprego, do melhor emprego, da primeira empresa, das muitas empresas e das vitórias sobre sócios inconvenientes. Esse “Jesus”, além disso tudo, ainda funciona como Cupido em problemas amorosos!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">O problema é que a Verdade demanda verdade na pessoa; caso contrário, a própria Verdade a precipitará no abismo de um pânico existencial difuso, mas que se torna angústia inexplicável, um dia, quando ela perceber que poderá até ter tudo, mas não terá NADA.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Esse “Cristo”, que apresenta esperança apenas para esta vida, somente torna a existência muito pior. Como diz Pedro, melhor é viver sem consciência, como um pagão, do que uma vez que se tenha conhecido a Palavra da Verdade, vir a trocá-la pela mentira do “deus-do-imediato”. Esse “Senhor e Salvador” serve apenas para as conquistas perversas e para os ganhos malandros e mágicos, conforme entre nós se vê sendo pregado! <o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Esse “Cristo” é o diabo! – Creiam-me! Porque quando um filho morre, desse “Cristo” não se tem consolo; quando o marido se vai, “Dele” não se tem carinho, só culpa; quando um parente adoece e não é curado, “Dele” só se tem juízo contra aquele que, pela fé, não conseguiu a cura; e quando se peca feio, “Dele” não se tem perdão, mas apenas uma longa e infindável penitência. E tudo isso tendo em vista não perder as conquistas materiais ou amorosas obtidas até então. Diz-se que se “volta para o final da fila”!<o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Todos os líderes desse “Cristo” só são fortes e veementes quando a vida não demanda a paz que excede a todo entendimento; do contrário, morrem de angústia. <o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Todos os líderes desse “Cristo” têm um medo desgraçado de morrer. Sim. Eles temem terrivelmente a morte, pois sabem que terão de prestar contas de suas perversões contra a verdade. <o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Sim! Eles não têm a esperança da Glória de Deus, não são filhos da Eternidade, não celebram a ressurreição como Esperança e nem tampouco aguardam novo Céu e nova Terra nos quais habita justiça. <i>O céu Deles é a prosperidade do mundo</i>!<o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Quem tiver dúvidas acerca do que digo, aguarde e verá que esse irremediável déficit de esperança induzirá a grande angústia, que tomará tais cristãos em pouco tempo, quando caírem as últimas máscaras. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Então, haverá muita gente se entregando ao Nada, ao Vazio, à Promiscuidade, ao Medo, ao Pânico, à Depressão, e ao Cinismo!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Falar-se de Cristo, mas só ter esperança para esta vida é algo muito pior do que ser ateu. Sim! Bem-aventurados os ateus, pois, honestamente não criaram um “Cristo-Mercadoria”. A alma destes está sob melhores cuidados espirituais do que a daqueles.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">A tais “cristãos”, Pedro diz: “Melhor lhes teria sido jamais terem dito que conheceram o caminho da verdade”!<o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Veja a “questão evangélica”. Em décadas passadas, ainda era possível ser Evangélico entre os “evangélicos”, pois, de fato, o fenômeno ainda era somente o da existência de sementes das perversões que vieram a corromper quase que por completo o “meio evangélico”. A coisa ficou muito mais feia ainda!<o:p></o:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="courier new" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Todavia, há algo acontecendo. Sim! Nem tanto porque as pessoas estejam, pela Palavra, entregando-se à Verdade, mas, sobretudo, porque estão sendo espancadas pela verdade das práticas abusadas desses “ambientes da Fé”, e então, já não conseguem mais dar tanto crédito à mentira desavergonhada. Uma hora cansa! Portanto, tais pessoas (e são milhões aqui no Brasil) estão vazias, e, de algum modo, estão se tornando cínicas... <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">É claro que todos os dias há desesperados entrando no engano. Ora, se eles vão à Macumba, não têm por que resistir ao convite para enriquecer rápido num “Templo Lotérico Maior” qualquer ou em alguma de suas “agências lotéricas” espalhadas por todo o país. Isso sem falar nas “Casas de Câmbio” que aplicam em menor escala o jogo que tão bem aprenderam com os inventores das regras.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Entretanto, os discípulos desse Evangelho “David-Cooperfieldiano” estão perdidos e sem saber o que buscar. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">O estrago que é feito em razão de alguma falência aqui ou ali, por mais forte que seja, não necessariamente os empurra para fora da fé. Mas a perversão sistêmica, virulenta, constante, diuturna e midiática contra o espírito do Evangelho tem o poder de anestesiar a alma de milhões. É o que aconteceu entre nós, tornando o Evangelho o “evangelho” do dinheiro, da insinceridade e do abuso de poder.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">O resultado é esse que todos podem ver!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Uma imensa horda de fiéis está deixando de ir às “igrejas”, e, enquanto isso, tomados pelo vazio ou pela descrença, dizem que são de Jesus, mas, cada vez mais, vão vivendo com raiva de “Deus”, pois transferem o engano dos homens para a conta divina. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">E, interiormente, com ou sem palavras, dizem: “Deus às favas! De que me adiantou? Só perdi tempo. Fui enganado!”<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:times new roman;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Assim, por tal decepção e segundo os milhares de cartas recebidas, há “evangélicos” “tirando o atraso” em casas de swing, em casos extraconjugais, viajando a esmo pela Internet, vivendo em chats cheios de “evangélicos” desejosos de “soltar a franga”... Também estão em todos os esquemas de lavagem de dinheiro, de exploração ilegal de madeira e do meio ambiente, de contravenções e de trapaças políticas. <o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><i>O que está acontecendo com a alma dos discípulos de Jesus hoje?</i><o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Ora, o que antes era orgulho, arrogância e surto de superioridade, agora se transformou em indiferença impressionante, em cinismo equivalente, e em mornidão incomparável. <o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Quem, todavia, for discípulo de Jesus, por mais chocado que fique com esse retrocesso “evangélico” à Idade das Trevas, não desanimará, e nem se tornará cínico. Ao contrário, não perderá mais tempo com o que já morreu, deixando que os mortos se ocupem de tal funeral, e, enquanto isso, olhará para cima, exultará no Espírito e sairá para pregar e viver o Evangelho. Fará de todo banco um púlpito, de cada esquina uma Catedral, de cada mesa um encontro de alegria com a Boa Nova e de todo relacionamento humano uma chance de comunhão fraterna ou de anúncio bondoso da Graça de Deus.<o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Ao contrário de ser uma palavra de denúncia, esta é uma palavra de ânimo e de consolação.<o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Portanto, volte a ler os evangelhos e a meditar na Palavra. E não se esconda. Do jeito que as coisas estão, a maioria dos que desejam ser do Evangelho precisam romper com os dogmas de morte e juízo proclamados por aqueles que profanaram <i>o sangue da Nova Aliança</i>, que pisaram sobre a Cruz de Cristo e transformaram a pregação da fé <st1:personname productid="em negócio... Um" st="on">em negócio... Um</st1:personname> “bom negócio”!<o:p></o:p></span></p><div face="times new roman" style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">É para esses tais “cristãos”, que se flagraram sob a condição existencial da desesperança e do cinismo que impermeabiliza o coração como proteção, que escrevemos este texto. <b>A Doce Revolução</b> é para vocês!<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">É também para os “meninos da fé” que estão com o coração todo depositado genuinamente na busca de Deus, sendo, todavia, <i>levados como ondas para lá e para cá, por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que induzem ao erro com astúcia</i>. Sim, é para os que estão confusos, por que:<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">1) Pensam que se algum milagre acontece é por poder do milagreiro, não levando em consideração os magos do faraó (que também sabiam fazer varas se transformarem em serpentes) e não levando a sério Mateus 7:16-24, onde Jesus diz que milagres, curas e exorcismos acontecem pelo Seu nome apesar do milagreiro ser um “desconhecido” para o próprio Jesus.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">2) Pensam que a Unidade no Corpo de Cristo é um acordo mafioso de silêncio ante o que é mau e que nega o espírito do Evangelho, engolindo blasfêmias cometidas pela manipulação-em-proveito-próprio do nome de Deus contra o povo, como se Deus fizesse parte de alguma corporação ou quadrilha. Daí a neutralidade, a passividade e a cumplicidade que <i>obscurecem o entendimento</i>.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">3) Pensam também que tudo o que é falado atrás de um púlpito vira Palavra de Deus oriunda de um “ungido” intocável que transforma qualquer frase de efeito em oráculo . E depois combatem a “mesa branca dos espíritas” quando, de fato, eles são o povo do “<u>púlpito branco</u>”, que é um espiritismo sem transe, mas cheio do transe da arrogância e interpretações bíblicas “convenientes”. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Tudo isso porque, de fato, tal meninice religiosa se revela, principalmente em não se saber fazer distinção entre o nome “Jesus” e a Pessoa de Jesus, o que faz com que celebrem um “Nome” que não tem correspondência com a Personalidade que o possui, com Seu ensino e com Sua prática, conforme as narrativas dos evangelhos. <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">A esses irmãos, pedimos que considerem a bênção de simplesmente... pensar.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> <span style="font-size:78%;"><u1:p></u1:p></span> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><u1:p> <o:p></o:p></u1:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;">Caio <o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify; font-family: verdana;"> </div><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><o:p> </o:p></span></p><p style="text-align: justify; font-family: verdana;font-family:verdana;" class="MsoNormal"><span style="font-size:78%;"><o:p>Fonte: www.caiofabio.com/2009<br /></o:p></span></p>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-44130535504121073822009-07-11T18:43:00.007-03:002009-07-14T17:35:08.172-03:00Homem Interior X Homem exterior, Evangelho X "evangélico"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9izsaqwOEztiCz6Opsts1HimXbRbLtGYOOkOgSepoFOLH9Ft1_7ALXTsuRQy06Swoqy8dz8bD4MTK-c-dwL99r6Q5TTGChQzM7eXjnRL4yyET0T5SU-0bXKoI_kiwa8rwABv8LDzOxWw/s1600-h/espirito_livre.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 379px; display: block; height: 303px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5357323115607013026" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9izsaqwOEztiCz6Opsts1HimXbRbLtGYOOkOgSepoFOLH9Ft1_7ALXTsuRQy06Swoqy8dz8bD4MTK-c-dwL99r6Q5TTGChQzM7eXjnRL4yyET0T5SU-0bXKoI_kiwa8rwABv8LDzOxWw/s400/espirito_livre.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><br />Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.<br />2 Co 4:16<br /><br /><br />Interessante como o Evangelho parece alienado se o analisarmos a luz da “explosão gospel” que acontece em nossos dias. Parecem mesmo duas músicas tocadas ao mesmo tempo, mas cada um em uma tonalidade, ritmo e melodia bem distintos. Qualquer neófito desavisado que leia este trecho do Evangelho, conforme anunciado por Paulo, teria, certamente, a impressão de que estava lendo qualquer outra coisa que não um livro “evangélico”. Afinal dentro do que é “evangélico” hoje não caberia uma afirmação tão negativa quanto essa, já que o “evangélico” é positivista, para ser um é preciso saber usar a sua fé para “determinar” que tudo contribua para o seu bem estar.<br />Essa frase em um livro evangélico, que é uma paródia do Evangelho, ficaria bem desde que fizéssemos uma pequena adaptação, algo simples, “tipo assim”: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem interior se corrompa, o exterior, contudo, se renova de dia em dia.” Pronto! Mudamos praticamente nada, afinal só trocamos 4 letrinhas do lugar, não acrescentamos e nem tiramos nada, conforme determina a regra do livro sagrado lá em MT 5:19 (rssss), assim apenas demos uma roupagem mais moderna ao Evangelho tão démodé, demos um upgrade no Evangelho e o promovemos a “evangélico”, deixamos ele mais light, mais palatável, mais politicamente correto, e, principalmente, muito mais rentável.<br />Seria cômico se não fosse trágico. Infelizmente, não existe uma forma de reverter o processo de “evangelicalização” do Evangelho no Brasil, que por sinal já é um processo herdado de fora, como quase tudo que acontece por aqui. Não vejo como seja possível arrancar todo o veneno que já está tão misturado no sangue do monstro que se tornou o “evangélico” no solo tupiniquim. Neste momento de minha caminhada, creio que o melhor a se fazer seja não se misturar a todo o imenso emaranhado de engrenagens que constitui a instituição evangélica, em todas as suas variações, dentro do contexto atual.<br />Dias atrás usei dois exemplos para mostrar a uma amiga o que penso de pastores que vivem do sistema evangélico, mas saem a apontar o dedo para outros líderes do mesmo seguimento, denunciando práticas que eles consideram heréticas: o primeiro é o de alguém que senta na ponta do galho e se coloca a serrar junto ao tronco, e o segundo é o de alguém que mama nas tetas da porca e vive chamando de leitão quem mama na teta ao lado. Creio que a Igreja de Cristo seja exatamente o que foi descrito por Ele em MT 16:18, ou seja, incorruptível, mesmo diante de todo o poder do inferno, mas não creio que o termo evangélicos seja a Igreja, com certeza entre eles existem milhares de participantes da Igreja, mas nunca foram, não são e nunca serão A Igreja.<br />A Igreja é composta por milhares e milhares de pessoas que são capazes de aceitar a frase de Paulo sem arranjos: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia”. Sim, pessoas que entendem que o Evangelho diz respeito às coisas interiores do homem, e não ao interior de seu bolso e ao conforto exterior de seu corpo, que aceitam que o Evangelho é destinado às coisas que não se vêm, pois essas são eternas, e não às que se podem ver, desejar, tocar e comprar, pois essas são passageiras. Pessoas que deixam “A Palavra” entrar em seus corações e fazer morada nele, e não pessoas que internalizem a letra, ou a escritura e a usem como ferramenta de manipulação, ou moeda de troca, ou mesmo, como medida para julgar os outros. Aqueles que são A Igreja a ninguém julgam, mas a todos oferece amor, pois sabem que A Palavra é Cristo, e que este veio para que todos tenham vida em abundância, veio para dar sua vida em resgate de muitos, veio para reconciliar com Deus, não somente a nós, mas o Mundo todo (1 Jo 2:2). Quem é A Igreja não precisa se justificar por suas próprias ações, sabem que não precisam de boas obras, nem de aparência de santidade, nem de sacrifícios, nem de esforço para merecerem ser A Igreja, já entenderam que isto foi consumado em um único sacrifício de Jesus por eles.<br />Pessoas que são A Igreja sabem que mesmo que tudo ao redor esteja ruim, o seu interior está sendo renovado dia a dia pela habitação de Deus neles. Confiam que o processo foi iniciado por Deus e que somente Ele pode aperfeiçoar a obra até o dia de Jesus Cristo. E aceitam o fato de que este é um processo de alma, de mudança de valores, de transformação de um caráter humano em um caráter divino, e que nada tem a ver com a cura de doenças físicas, ou com a garantia de um bom emprego, ou mesmo com o sucesso no meio “evangélico”, que nada tem a ver com ser cabeça ou cauda, que não existem promessas de riquezas ou glórias mundanas, não há nenhum segredo para o ser próspero, nenhum tipo de poder mágico que transforme esterco em ouro. E por incrível que pareça, esses que são Igreja, não dão a mínima para todas essas coisas, pois já sabem que existem coisas sobremodo elevadas, que estão reservadas para eles, e não é uma questão de coisas as quais eles vão receber, mas uma questão de coisas nas quais eles vão se tornando a cada dia na presença de Deus. </div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-24822933132638589102009-06-06T10:10:00.001-03:002009-06-06T10:20:33.015-03:00Uma luz na escuridão<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/TCcCs-kz3_A&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/TCcCs-kz3_A&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-87978981437944053832009-06-01T21:59:00.011-03:002009-06-01T23:52:36.014-03:00Almas Perdidas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSEeRqa82g5rhREb5xREHcR57P0op_Z2SQ1V4IyybJx3UcpI5thTxKkzYV8yrHhFEHloecs8u7yjghOrg0WP04rgYCX4oIGbfKmxVZpPUbEDVPD1JyZg8-_2U4zHVLKRZr8VBQNLezRg8/s1600-h/preso-del-alma.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5342531031433360738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 250px; CURSOR: hand; HEIGHT: 318px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSEeRqa82g5rhREb5xREHcR57P0op_Z2SQ1V4IyybJx3UcpI5thTxKkzYV8yrHhFEHloecs8u7yjghOrg0WP04rgYCX4oIGbfKmxVZpPUbEDVPD1JyZg8-_2U4zHVLKRZr8VBQNLezRg8/s400/preso-del-alma.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.<br />Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?<br />Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?<br />Trecho de Marcos capítulo 8<br /><br />Alma, que essência controversa e de difícil compreensão! Não importa se acreditamos que ela é um terceiro elemento na constituição humana, juntamente com o espírito e o corpo; se é a única parte imaterial do homem; ou se é, em conjunto com o corpo físico, o todo indivisível do ser humano. O fato é que, de qualquer forma não existem fatos, nem indícios nem tampouco provas, que possam nos desvendar a complexa estrutura da alma humana. Assim sendo, deixarei a discussão sobre a natureza da alma para quem tem tempo a perder com tais infindáveis questionamentos.<br />Jesus não se preocupou em explicar a origem, a constituição ou os mecanismos que regem a alma do homem. Ele simplesmente admitiu sua existência e destacou que ela é a coisa mais valiosa que um homem tem, tão valiosa que o mundo inteiro não compensa a sua perda, e dessa forma revela também que ela pode se perder. E uma vez perdida, não há coisa alguma neste mundo que a possa resgatar. Muitos acham que o texto acima está falando sobre aqueles que perdem sua alma indo para o inferno por não se renderem a Cristo. Pode ser, mas tenho meditado sobre um aspecto menos evidente nos últimos dias.<br />A alma para os judeus no tempo de Jesus era o centro dos sentidos, a sede das emoções e sentimentos, até hoje a visão antropológica dos judeus é a de que alma e corpo formam uma só coisa: o homem vivente. Não há como separar uma coisa da outra, como os gregos, com sua filosofia dualista, fizeram o ocidente e muitos pensadores cristãos pensar. Assim quem perde a alma perde-se por completo ainda em vida. Torna-se um zumbi, alguém que anda, interage com o ambiente em redor, mas não se pode chamar de vivo.<br />Vem-me a mente a pessoa de Salomão quando penso em alguém que perdeu a alma, não sei se ele a perdeu de verdade, mas quando leio Eclesiastes eu tenho essa impressão. Salomão parece não ver mais sabor e nem encontrar prazer em nada. Conquistou tudo que um homem pode conquistar, foi o rei mais rico de Israel, adquiriu a fama de ser o homem mais sábio de seu tempo, teve todas as mulheres que quis, experimentou todos os prazeres que alguém pode ansiar, tudo que o mundo pode oferecer. Mas suas palavras no fim da vida são de irritante insatisfação:<br /><em><span style="font-size:85%;">“Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” “E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.” (trechos de Eclesiastes caps. 1 e 2)<br /></span></em>Eu creio que pessoas que perdem a sua alma são assim. Incapazes de sentir. Perderam a capacidade de ver, de ouvir, de cheirar e de tocar a vida. Pessoas amarguradas que tem tudo mas não se satisfazem com nada, não se contentam, pois não acham contentamento em nada do que conquistam. Viver se tornou um vício em buscar, obstinadamente, algo que não sabem o que é e nem para quê ou porque querem. Não são mais capazes de se encantarem com a cor e o perfume das flores; não têm mais tempo pra discernirem as nuances dos acordes de uma bela canção; irritam-se facilmente com a insistência de uma criança em ter sua atenção, porque acham que têm coisas mais importantes e urgentes para fazer; há muito tempo não se importam com o que sente seu cônjuge, e muito menos se importam em fazer algo para alegrar aquele a quem juraram amar em qualquer circunstância, até que a morte os separe.<br />Perdidos de alma são pessoas amarguradas, odeiam gente apenas por preconceito, são incapazes de acolher as diferenças, preferem números a nomes, trocam ética por dinheiro, valores por vantagens, Deus por si mesmos. E que fique bem claro que não estou falando apenas de “incrédulos”, mesmo entre professos cristãos encontramos pessoas assim, nem vou me explicar, quem acompanha meu blog sabe o que penso sobre este assunto. O fato é que existem pessoas sem suas almas dentro e fora da “igreja” e existem pessoas que ainda conservam suas almas, dentro e fora da “igreja”.Por fim, creio que uma alma não se perca da noite para o dia, isso é um processo demorado e que varia de pessoa para pessoa, dependendo de muitos fatores e do caráter de cada um. Assim sendo, vale uma reflexão para mim e para os leitores deste artigo: será que não estou perdendo minha alma? Essa é a pergunta que me faço todos os dias, e que incentivo você a se fazer também. Pois se descobrirmos que nossa alma está se distanciando de sua origem, que é Deus (Gn 2:7), sempre é tempo de reverter este processo e buscar a reaproximação com aquele que nos dotou de tão valioso presente, Jesus dá a solução para que não venhamos a perder nossa alma em Mc 8:38: não se envergonhar dele e nem de suas palavras. Devemos repensar nossos caminhos, provar nossas ações e pesar nossos sentimentos e pensamentos, para saber se não estamos trilhando um caminho que está provocando a perda da alma. Afinal o que poderemos dar em resgate por ela depois?</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /><br />English Version (forgive me the bad english):</div><div align="justify"><span style="font-size:78%;">For whoever wants to save his life will lose it, but whoever loses his life for me and for the gospel will save it. What good is it for a man to gain the whole world, yet forfeit his soul? Or what can a man give in exchange for his soul?<br />Excerpt Mark Chapter 8<br />Soul, what a controversial and hard essence to understand! Whether we believe it is a third element in the human constitution, together with the spirit and body, or if it is the only part of the immaterial man, or whether it, together with the physical body, is the indivisible whole of mankind. The fact is that, anyway there are no facts nor warranties nor evidences, which may revelate the complex structure of the human soul. Therefore, let the discussion on the nature of the soul for those who have time to waste with those endless questions. Jesus did not bother to explain the origin, formation and the mechanisms governing the soul of man. He simply acknowledged its existence and said that it is the most valuable thing a man has, so valuable that the world does not compensate its lost, and thus shows that it can be lost. And once lost, there is not anything in this world that can recover. Many believe that the text above is talking about those who lose their souls going to hell cause don't surrender to Christ. Perhaps, but I have meditated on something less evident in recent days.<br />The soul to the Jews in the time of Jesus was the center of the senses, the seat of emotions and feelings, until now the anthropological vision of the Jews is that soul and body are one thing: the living man. There is no way to separate one thing from another, as the Greeks, with their dualistic philosophy, made the West and many Christian thinkers think. So who loses your soul is completely lost still in life. Becomes a zombie, someone who walk, interacts with the environment around, but that cannot be called of alive.<br />Comes to my mind the person of Solomon when I think of someone who lost his soul, I don't know if he really lost it, but when I read Ecclesiastes I have that impression. Seems to me that Solomon does not see taste in life and don’t find pleasure in anything. He conquested everything a man can conquest, was the richest king of Israel, acquired a reputation of being the wisest man of his time, had all the women he wanted, experienced all the pleasures that someone can earn, all that the world can offer. But his words at the end of life are of an annoying dissatisfaction:<br />I thought to myself, "Look, I have grown and increased in wisdom more than anyone who has ruled over Jerusalem before me; I have experienced much of wisdom and knowledge." Then I applied myself to the understanding of wisdom, and also of madness and folly, but I learned that this, too, is a chasing after the wind. For with much wisdom comes much sorrow; the more knowledge, the more grief. I denied myself nothing my eyes desired; I refused my heart no pleasure. My heart took delight in all my work, and this was the reward for all my labor. Yet when I surveyed all that my hands had done and what I had toiled to achieve, everything was meaningless, a chasing after the wind; nothing was gained under the sun. "(Excerpt from Ecclesiastes caps. 1 and 2)<br />I believe that people who lose their souls are like that. Unable to feel. Lost the ability to see, to hear, smell and touch their lives. Bitter people who have everything but are not satisfied with anything, are not satisfied, cause they don’t find contentment in anything of what they conquest. Living had becomed an addiction in seeking, obstinacy, something they don't know what it is, and not for what they want or why. Are no longer able to enchant with the color and perfume of flowers; have no more time for discerning the nuances of chords of a beautiful song, are easily irritateds with the insistence of a child to have his attention, because they think that there is most important and urgent things to do, since a long time they don’t care about how their couple feel, and even less care to do something to brighten the one who swore to love in any circumstances, until death separate them.<br />People of lost souls are bitter, hate people just for prejudice, are unable to accommodate the differences, prefer numbers to names, exchange money for ethics, values for benefits, God for themselves. And it is clear that I am not speaking only of "unbelievers," even among professed Christians there are people like that. So I will not explain, who that follows my blog knows what I think about this. The fact is that there are people without their souls inside and outside the "church" and there are people who still retain their souls inside and outside the "church”. Finally, I believe that a soul is not lost from the night for the day, this is a lengthy process and it varies from person to person, depending on many factors and character of each. Therefore, it is a reflection for me and the readers of this article: Am I losing my soul? That is the question that I do every day, and encourage you to do the same. For if we discover that our soul is away from his giver, which is God (Gen 2:7), ever is time to reverse this process and seek rapprochement with the one that gave us so valuable gift, Jesus gives the solution for don’t lose our soul in Mk 8:38: Do not be ashamed of him and of his words. We must rethink our ways, and weigh our actions proof our feelings and thoughts, to see if we are not trailing a path that is causing the loss of the soul. After all what can we give in rescue of it later?</span></div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-6608000171895674922009-05-06T21:15:00.007-03:002009-05-06T21:28:50.519-03:00Caminhante, não há caminho. faz-se caminho ao andar.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijsC0K-F363KeFgUiBN0Yl1G0pEaCubOzKzxVovdvZNHsgLgOGHrC80TchglBWecCfwRXi6r2xHLwGAy6nA01NRWlCxPhKhPilEAa8QUYEcHGgDT3773SlsbGa066yXGMs0xKKlxYvRZI/s1600-h/untitled.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5332870967526124130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 348px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijsC0K-F363KeFgUiBN0Yl1G0pEaCubOzKzxVovdvZNHsgLgOGHrC80TchglBWecCfwRXi6r2xHLwGAy6nA01NRWlCxPhKhPilEAa8QUYEcHGgDT3773SlsbGa066yXGMs0xKKlxYvRZI/s400/untitled.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>DOS PROVÉRBIOS E CANTARES</div><br /><div><br />I<br />Nunca persegui a glória</div><div>nem quis deixar na memória</div><div>da gente a minha canção.</div><div>Eu amo os mundos sutis,</div><div>delicados e gentis,</div><div>como bolas de sabão.</div><div>Gosto de vê-los pintar-se</div><div>de sol e romã, voar</div><div>sob o céu azul, vibrar</div><div>subitamente e quebrar-se…</div><br /><div>XXIX<br />Caminhante, é o teu rasto</div><div>o caminho, e nada mais;</div><div>caminhante, Não há caminho,</div><div>faz-se caminho ao andar.</div><div>A andar se faz o caminho</div><div>e ao olhar-se para trás</div><div>vê-se o caminho que nunca</div><div>se há-de volver a pisar.</div><div>Caminhante, não há caminho,<br /></div><div>somente sulcos no mar.<br /></div><div><br />XLIV<br />Tudo passa e tudo fica,</div><div>mas para nós é passar,</div><div>passar fazendo caminhos,</div><div>caminhos por sobre o mar.</div><div><br />Antonio Machado</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-87174338957850160612009-04-01T16:00:00.008-03:002009-04-02T11:40:31.894-03:00Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. (Mt 12 : 6)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XcRL1g2Dd3wcxuATu4e6Q6F5WTUp7KEepDWuZtx3hiuyM0WFm9yiGVQkwS7-9vUyYMDTwTJ43dEgEEMHBnMSruwXz553BUkcfo6IIDPqAagWeVb4z2D44fNpVGlodLZ6cB54nVEnfvQ/s1600-h/Beach%2520Day%2520%2528167%2529.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5319802765318645010" style="margin: 0px auto 10px; display: block; width: 320px; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_XcRL1g2Dd3wcxuATu4e6Q6F5WTUp7KEepDWuZtx3hiuyM0WFm9yiGVQkwS7-9vUyYMDTwTJ43dEgEEMHBnMSruwXz553BUkcfo6IIDPqAagWeVb4z2D44fNpVGlodLZ6cB54nVEnfvQ/s400/Beach%2520Day%2520%2528167%2529.jpg" border="0" /></a><br /><div><div align="justify">“E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.”<br />(Mt 21:12-13)<br /></div><div><br /></div><div align="justify"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5319802465987207922" style="margin: 0px auto 10px; display: block; width: 400px; height: 274px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg6A28Zj-Ba3M6COX_pNcLQmFSecEamjZf1kDNIB3_RobXGreiWLZw87AvM6zFGjsBKmW1iUgNogOT-bIRzHsfXSZO7DrgH6xSm13SB1_tr5uo0wvUvuiyAZPIhGU48h3W9Nv3xrS32y8/s400/800px-WhitbyAbbey01.jpg" border="0" /><br />Poucas vezes os Evangelhos relatam que Jesus esteve no Grande Templo de Jerusalém, a passagem acima diz respeito a uma destas poucas vezes, em nenhuma delas ele foi bem vindo, e em todas elas se indispôs com os líderes daquele edifício. Uma das vezes em que Jesus esteve no templo, é a relatada acima. Assim que chegou no templo Jesus foi cercado pelos lideres religiosos que o interrogaram acerca de qual era a sua autoridade para ensinar naquele lugar. Jesus respondeu com a clássica pergunta de volta: “de onde era o batismo de João?” e diante da recusa dos lideres em responder ele também não os respondeu diretamente, mas propôs a parábola do Pai que mandou seus dois filhos trabalharem na sua vinha. Veja como termina o capítulo 21: “E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam que falava deles; E, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.” Relação difícil a de Jesus com o Templo, não é mesmo? É, mas ainda não termina aqui, veja o que diz no capítulo 22 e versos 15 e 16a: “Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra; E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos”. Tenso, não? O povo tava pra briga mesmo! É, mas Jesus dá logo um chega pra lá nestes também: “E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.” Fico impressionado como Jesus incomodava os líderes religiosos do “povo de Deus”!!! depois dos Fariseus foram os discípulos deles e depois os saduceus e: “No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram.” Parece que nunca acabam as oposições ao “Verbo Vivo.” Olha os Fariseus ai de novo: “E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar”. Mas por fim diz Mateus: “E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.” Assim Jesus encerra sua disputa com os líderes religiosos de então, de hoje e de sempre:<br /><br />“ENTÃO falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo.”<br />(Mt 23:1-11)<br /><br />Depois desta experiência desagradável no Templo veja qual era o pensamento de Jesus acerca de templos: “E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.” (Mt 24:1-2)<br /><br />Diante dessa relação difícil entre Jesus e o templo, fico perplexo como algumas pessoas insistem em dizer que não estou ligado a uma igreja apenas pelo fato de eu não freqüentar um Templo, ou como chamam: “uma igreja”. Sei que são pessoas super capacitadas e experimentadas na Palavra que assim me acusam, mas eu como um mero mortal, um crente sem muita instrução, e sem nenhuma bagagem hermenêutica, acabo tropeçando em uma série de textos que encontro na minha Bíblia. Gostaria muito que um destes versados líderes tão amorosos e zelosos, me socorressem em minha ignorância acerca de passagens como as que abaixo descrevo:<br /><br />Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?<br />(At 7:48-50)<br /><br />O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.<br />(At 17:24-28)<br /><br />Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.<br />(1 Co 3:16-17)<br /><br />Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.<br />(1 Co 6:19-20)<br /><br />E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.<br />(2 Co 6:16)<br /><br />Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.<br />(Mt 18:19-20)<br /><br />Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.<br />(Hb 7:13-14)<br /><br />E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;<br />(1 Pe 2:4,5 e 9)<br /><br />Bom, são tantos versículos tão difíceis de entender que eu não poderia listar todos aqui, seria melhor colar todo o Novo Testamento (rsss), mas os que aqui foram listados são os que mais me parecem difíceis de entender, ou não? Mas tem um último texto que quero colocar aqui:<br /><br />Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.<br />(Hb 10:19-25)<br /><br />Engraçado que o escritor de Hebreus diz para que não abandonemos nossa CONGREGAÇÂO e não a nossa Igreja, o que seria impossível, já que uma vez que enxertados no corpo de Cristo, jamais poderíamos ser extraídos dele, e tampouco diz para não deixarmos nosso templo. A única referência acerca de uma possível fidelidade a um grupo de pessoas é claramente uma advertência para que não andemos sozinhos, e não para que sejamos engessados em um lugar pseudo-sagrado (que me perdoem as novas regras gramaticais). Assim fica difícil de um leigo como eu, que tem a ousadia de querer ler a Bíblia livremente, e entender o porquê de ser errado eu me reunir em casa com irmãos que amam a Deus, e que querem louva-lo e ter comunhão com Deus e com quantos mais tenham o mesmo desejo que eu. Será que existe algum texto bíblico que me proíba de fazer isso e eu ainda não achei (sou meio distraído é verdade, mas será que sou tanto assim?).<br /><br />Não bastassem minha dúvidas com relação aos textos bíblicos, que me dão a entender que onde quer que estejam dois ou mais reunidos em nome de Cristo, ali há uma igreja, ainda fico pensando em como será que Deus vai fazer com tantos cristão perseguidos, em tantos lugares do mundo, que arriscam suas vidas e até com perda delas, para manterem sua fé em Cristo, sem terem jamais o direito de pisar em um templo. Irmãos que vivem em lugares como a China que é um país oficialmente católico, e seus cidadãos não podem cultuar, ao menos que seja em uma igreja registrada e supervisionada pelo governo. Dezenas de milhares de cristãos – número estimado em mais de 100 milhões – se recusam a cultuar em igrejas controladas pelo governo. Esses cristãos “clandestinos” ou “não registrados” cultuam secretamente em suas casas, correndo o risco de serem presos, multados, ou aprisionados pelos oficiais do escritório de segurança pública. Os membros de igrejas não registradas argumentam que o governo não deveria ser o líder da igreja, e restringir o lugar em que devem cultuar é infringir a liberdade religiosa. Na China, somente as igrejas registradas podem vender Bíblias. A venda e distribuição das Escrituras é extremamente controlada, para que não sejam importadas ou vendidas em livrarias comuns. Como resultado, é difícil para as igrejas não registradas terem um exemplar da Bíblia. Talvez seja isso o que querem impor aqui no Brasil também.. será?<br />Fonte: Missão Portas Abertas<br /><br />Sem contar é claro com os milhares de cristãos que viveram na igreja primitiva, antes de Constantino criar o “cristianismo” e que não tinham nenhum tipo de templo oficial para se reunirem. Foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos. Até o quinto século o lugar de reuniões dos cristãos eram as casas, e não um templo, já que o primeiro templo cristãos surgiu apenas no século IV, após a conversão de Constantino.O primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria. Estas basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra, isso deu origem ao termo ex cathedra que significa “desde o trono”, numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo. O Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol. Assim sendo, o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino.<br />Fonte: Livro Cristianismo Pagão, Frank Viola.<br />Que se cumpra logo, para aqueles que ainda não perceberam o cumprimento da profecia de Cristo, a palavra que diz: Derribai este templo, e em três dias o levantarei!</div></div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-50223010026817546612009-03-11T14:25:00.006-03:002009-03-17T00:29:49.916-03:00Aborto - Em homenagem a minha amiga saltitante...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-tZ6Ho84tKOZRIV-hQZr7fhwT_JhUUCFRMk6rMFMA8AdFEQz1FUhBYBSrP_xpwUjUbqj4mmiYpbSKdtgdjOXRnYi83Xr05qcG_YBQQ2aUW8hHZmRJ8jlkOJj-B4UkRoMJA1mcQmRKDA/s1600-h/aborto.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311984737412434002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-tZ6Ho84tKOZRIV-hQZr7fhwT_JhUUCFRMk6rMFMA8AdFEQz1FUhBYBSrP_xpwUjUbqj4mmiYpbSKdtgdjOXRnYi83Xr05qcG_YBQQ2aUW8hHZmRJ8jlkOJj-B4UkRoMJA1mcQmRKDA/s400/aborto.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Me perguntaram se eu sou a favor ou contra o aborto. Minha resposta é que sou contra qualquer agressão ao ser humano, não só o homicídio, ou o aborto, mas contra qualquer tipo de violência a integridade humana, seja ela física psicológica ou espiritual. O Aborto é uma violencia extrema contra a forma mais indefesa de humanidade, uma atrocidade, um "genecídio", algo revoltante.<br />Sou contra o aborto mas também sou contra o abuso sexual praticado contra adultos, e, principalmente, contra duas irmãs de 9 e 13 anos de idade, por um padrasto, que destruía a alma ingênua das enteadas durante 3 anos consecutivos, dentro do lugar onde as crianças deveriam poder chamar de casa.<br />Sou contra o aborto e também sou contra a pedofilia, seja ela praticada por familiares, por estranhos ou por clérigos que considerem este crime, ou o estupro, menos relevante do que o aborto feito para evitar que uma criança de 9 anos passasse por uma gravidez de gêmeos, que incorria em grande risco para a vida da pobre criança.<br />Sou contra o aborto e contra a violência doméstica praticada contra as crianças e mulheres, que são vitimas silenciosas de um sofrimento desumano que as acomete diariamente por longos anos, até que morram, ou, para evitar a morte, fujam de casa indo engrossar as estatísticas de criminalidade das grandes cidades.<br />Sou contra o aborto e também contra a fraqueza de alma que faz com que mães não tenham forças para lutar contra o abuso cometido contra seus filhos, assentindo que o homem que elas escolhem para ser seu companheiro cometa atrocidades contra pequeninos.<br />Sou contra o aborto e contra a hipocrisia daqueles que se dizem contrários ao aborto mas nada disseram enquanto seis milhões de judeus pereciam em campos de concentração, ou quando os ingleses, em sua expansão imperialista, exterminaram milhões de indianos, paquistaneses, aborígines e africanos, e menos ainda, pensou nas implicações da catequização, tocada a ferro e fogo, de milhares de nativos americanos, que só confessaram a fé cristã para logo depois serem exterminados pelas doenças espalhadas por lençóis viróticos.<br />Sou contra o aborto tanto quanto sou contra excomunhões de qualquer aspecto. Excomungar é o contrário do que o amor faz, o amor traz o perdão, a conciliação e a transformação da vida. Sou contra o amor condicional, sou contra o perdão tímido que aguarda passivamente a iniciativa do arrependimento. Para mim o amor e o perdão só são reais se forem reflexos do amor e perdão que encontramos em Deus, que providenciou nossa redenção antes da fundação do mundo, para não nos deixar eternamente em nossa excomunhão espiritual.<br />Sim, eu sou contra o aborto, sou contra a interrupção da vida seja ela no seu início, meio ou fim. Afinal a morte é o último inimigo a ser vencido. Sou contra o aborto e contra muitas coisas que acontecem neste mundo caído. Contudo, ser contra tantas coisas não é o suficiente para que elas deixem de acontecer, porque vivemos num mundo aviltado pelo pecado, onde o amor é uma rara flor do deserto. Ser contra só amplia os abismos não aproxima ninguém.<br />Melhor que abortar ou excomungar é amar, é se dar ao próximo sem esperar algo em troca. Neste mundo tão distante do ideal, onde coisas tão ruins acontecem todos os dias, não só em Recife, mas em todos os lugares, já deveríamos saber que a única solução para amenizar as constantes más notícias que nos assaltam, é ter fé que existe um Deus capaz de transformar corações, não com castigos e excomunhões, mas com seu amor, demonstrado tão explicitamente quando morreu na cruz em nosso lugar.<br />Diante de tudo isso, eu devo dizer que sou contra o aborto e também sou contra a excomunhão dos que o fizeram e de quem assentiu que fosse feito. O que me consola é que a excomunhão destes só diz respeito a não estarem mais em comunhão com a “igreja” Católica, mas nada tem a ver com a comunhão deles com Deus. Posto que quem tem verdadeira comunhão com o Pai, através da graça, nunca perderá essa comunhão, porque Deus a ninguém excomunga, antes os homens é que por livre escolha se excomungam da presença dEle, Deus pelo contrário diz que nada pode nos separar do seu amor. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. [Rm 8:38-39]</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-91242398803167428552009-03-11T12:20:00.002-03:002009-03-11T12:25:20.558-03:00Graça Barata????<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZJDbebxKlJ89ej30ceEgp3x_9502OLQP_9Y4Wmlp9TmfwYAZ9VGPAGmSShjWu6YwbJhpr75md8BkPkCht_Ln6sKKU_qDEAT80qc_1VEGj_8MpEoS3hZ2uFtqGlpcrZMyWOfNksXBEGXY/s1600-h/Cifr%C3%A3o+nas+nuvens.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 249px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZJDbebxKlJ89ej30ceEgp3x_9502OLQP_9Y4Wmlp9TmfwYAZ9VGPAGmSShjWu6YwbJhpr75md8BkPkCht_Ln6sKKU_qDEAT80qc_1VEGj_8MpEoS3hZ2uFtqGlpcrZMyWOfNksXBEGXY/s400/Cifr%C3%A3o+nas+nuvens.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311951492284865458" border="0" /></a>Uma frase, para ter sentido lógico, precisa obedecer a algumas regras. Essas incluem o princípio da identidade, pelo qual um termo tem que ser o que é e não pode nem deixar de ser o que é nem ser o que não é. Uma frase também deve obedecer a regra da não contradição: um termo não pode ser e não ser o que é ao mesmo tempo. </div><p style="text-align: justify;">Ora, Graça é, teologicamente falando, definida como favor imerecido. Existe ampla evidência bíblica para essa definição. Graça é, portanto, uma intervenção divina em favor do ser humano exercendo sobre ele Sua misericórdia, independentemente de qualquer ato de justiça própria que tal ser humano possa fazer. Isso fica clarificado em nossa expressão do cotidiano: “De graça”, querendo se referir a algo que não envolve custo ou um relação de troca monetária ou de qualquer outra natureza. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Do mesmo modo, Barato é definido como algo com um custo baixo ou que é comprado abaixo do seu valor de mercado. O adjetivo Barato, então, já pelo princípio da identidade, assume a existência de um custo ou relação de troca na obtenção do substantivo que qualifica. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Sendo assim, a frase Graça Barata não pode existir pelas leis da lógica, já que, como vimos, Graça é algo que não envolve troca, e porque também, como demonstrado acima, Barato é algo que define uma relação de troca. Portanto, tal frase acaba por infrigir o princípio da não contradição, já que para fazer sentido o termo Graça teria de ser e não ser uma coisa ao mesmo tempo. No instante em que adicionamos à palavra graça o adjetivo barata, a palavra graça deixa de significar o que ela de fato significa. Ela passa assim a ser o que não é! Se é graça, então não pode ter custo, se tem custo (mesmo baixo) não pode ser graça. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Entendo, entretanto, que muitas vezes a graça que não tem custo tem valor! E muitas vezes o valor de tal graça não é aproveitado pelo ser humano, acostumado apenas a atrelar valor a relações de troca. Porém não é possível pregar uma graça que não seja plenamente Graça! O ser humano deve aprender a atribuir valor aquilo que é feito em seu favor imerecidamente e utilizar a Graça Divina em seu favor. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Jacques Ellul diz que a Graça é um elemento absolutamente inaceitável do evangelho. De fato ele diz que pregar a Graça causa revolta e repulsa na humanidade, que está condicionada a tentar obter por seus próprios méritos qualquer benefício. Talvez uma expressão melhor seria “Graça desvalorizada” para definir aquilo que Dietrich Bonhoeffer queria dizer quando falou da “graça barata”: a Graça que não é valorizada pelo ser humano simplesmente por ser... de graça... </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Existem algumas pessoas que entram pelo caminho da “graça desvalorizada”, e a igreja, apavorada com a liberdade que a pregação da verdadeira Graça de Deus pode criar, prefere então usar essa desculpa (a das pessoas que entram pelo caminho da “graça desvalorizada”) para criar todo um sistema de controle, pregando uma “graça” controlada de um deus que não tem mais o direito de ser Deus, e que é forçado a obedecer leis. Um deus ao qual foi imposto pela religião uma Magna Carta da mesma forma que os nobres a impuseram ao Rei da Inglaterra na Idade Média. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Hoje em dia vejo poucas pessoas pregando a Graça. Mesmo os que o fazem pregam uma graça que não é de fato, Graça. Na verdadeira Graça de Deus existe perfeita Justiça, pois apenas Deus pode exercer justiça sobre qualquer ser humano. Apenas Deus tem a autoridade para ser justo e justificador de todo aquele que crê. E na Graça nós vemos a verdadeira justiça de Deus, tal como demonstrado em Jesus, que revela a Justiça total, em contraste com a injustiça da lei. A justiça de Jesus é sempre uma justiça maior do que a dos escribas e fariseus que era só legalismo. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">A leitura do Evangelho é a demonstração de como a Justiça de Jesus é um escândalo para a Lei, assim como a Graça é escândalo para a religião cristã hoje em dia. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"> </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Ciro D’Araújo e seu pai, Caio </p>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-60998172430191332242009-03-10T12:39:00.003-03:002009-03-10T12:49:19.568-03:00Censurado!!!<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaR9sk8Yo30qw1fIb_8ZFfVjy4M0msBWavPZQwDOvblsfbYxLm8LGgwo0ZUY6mJpzaTwXzcjWPWmbUsFL32eWi77vkI5R9u9JkjPUzUq4rCUnbfoSSJk6-pC7K2bEY7EXVni-7-WmZoM8/s1600-h/censura1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 335px; height: 287px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaR9sk8Yo30qw1fIb_8ZFfVjy4M0msBWavPZQwDOvblsfbYxLm8LGgwo0ZUY6mJpzaTwXzcjWPWmbUsFL32eWi77vkI5R9u9JkjPUzUq4rCUnbfoSSJk6-pC7K2bEY7EXVni-7-WmZoM8/s400/censura1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311586458081574946" border="0" /></a>Um blog é um espaço muito interessante, porque nele podemos expressar nossas opniões, crenças, experiências, histórias de vida e impressões em geral. É claro que quem lê um blog tem que estar cônscio de que as coisas que nele se encontram são opiniões pessoais, aliás a menos que seja um site dedicado a ciências exatas, tudo o que encontramos na internet, seja em blogs ou em paginas pessoais, são informações que se baseiam em fatos, experiências e crenças de indivíduos ou grupos de pessoas. A internet é um espaço virtual completamente democrático, e isso exige que as pessoas saibam filtrar por si mesmas, de acordo com aquilo que crêem e pensam, as informações nela contidas, para que possam aplicar ou descartar de suas vidas o conteúdo lido. </div><p class="EC_MsoNormal" style="text-align: justify;">Meu blog é tão meu quanto de mais ninguém, tudo o que escrevo aqui é fruto de minha experiência de vida e de meu relacionamento com Deus e com as pessoas. Não sou teólogo, apesar de ser formado em teologia, não sou mestre, não tenho ovelhas, não sou líder de ninguém, não sou professor, não tenho compromisso com nenhuma ideologia de qualquer instituição, não almejo o posto de guru, não me considero dono de um rebanho de almas, não me arrogo o título de profeta, e, portanto, não falo em nome de Deus [sei que ele fala por si mesmo], não sou sustentado financeiramente por nenhuma religião [nunca fui], não ganho nada com o que publico neste blog [seja financeiramente ou qualquer outro tipo de ganho, pelo contrário, só tenho angariado desafetos], não espero vender livros, CDs, DVDs ou qualquer outro tipo de amuleto através deste espaço, e não desejo influenciar ou mudar a forma de pensar, agir e crer de quem quer que seja, nem dos que estão na chamada igreja, nem dos que estão fora dela, nem dos que estão contra ela.</p> <p class="EC_MsoNormal" style="text-align: justify;">Minhas palavras são apenas pedaços de mim, idéias, informações acerca de mim mesmo e de mais ninguém. Nunca houve, não há e nunca haverá no conteúdo deste blog, qualquer convite ou incitação para que os fieis de nenhuma religião deixem seus lugares de repouso e sigam após mim, ou após algum outro. Quem anda comigo são meus amigos, aqueles que tem prazer em estar do meu lado, não atrás de mim, e muito menos por força de alguma autoridade eclesial da qual eu me revista, muito menos porque esperem que eu seja para eles um guia, ou alguém que dite para eles as regras, ou as leis, ou aquilo que podem ou não podem fazer. Esse não é meu papel, existe um, e somente um, que tem esta autoridade, e o nome dele é Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, e aqueles que comigo andam, sabem ouvir a voz dEle, não dependem de mim. Quanto a mim, sirvo em alegria àqueles que de mim se aproximam por amor a eles.</p> <p class="EC_MsoNormal" style="text-align: justify;">Sei que minhas palavras incomodam e preocupam certos lideres, e não os condeno por isso, acho que os pastores devem ser zelosos de seus rebanhos, afinal essa é a função deles. Portanto, se você meu caro leitor, tem um líder, e aprendeu que deve ser obediente e submisso a ele, se você acredita que isso é o que a Bíblia ensina, e se o seu líder te orientou a não ler ou a tomar cuidado com aquilo que lê neste site, te aconselho a ouvi-lo, uma vez que você voluntariamente se colocou debaixo da autoridade dele.</p> <p class="EC_MsoNormal" style="text-align: justify;">Aos líderes o que eu posso dizer é que nada do que escrevo aqui tem cunho pessoal, que não falo de pessoas falo de ideologias, de espíritos, de modismos, de ondas e de tudo mais que me der na telha. Assim sendo amados, se não querem que os membros de suas igrejas leiam o que penso, ou o que tenho a escrever, deixem isso bem claro para eles, porque de agora em diante meus escritos continuarão a serem publicados e, não vou deixar de escrever nenhuma virgula do que penso e sinto, não vou usar meias palavras e não me preocuparei nem um pouco, se o que será escrito, irá incomodar alguém ou prejudicar os interesses empresariais de alguma instituição. Sei que falam de mim pelas minhas costas, e não farei o mesmo com ninguém, mas também não tenho medo do que vão falar de mim. Não deixarei de denunciar aquilo que EU considero errado e muito menos de expressar aqui neste espaço que é MEU o que EU quiser dizer.<br /></p>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-52811301127801420712009-02-26T22:16:00.003-03:002009-02-26T22:22:02.016-03:00Freedom!!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLa_mhTgValrlBbnArUsmVuDUtS_vwNoMB1Zx8vYC0h_Rg9b3Ru71Od0sHm44zlhS-Fq_f_EPkTq1-VaYhsyXpH06ZeUEguBF2pBf93yOzsLbb9Li-JmhmEU__7iOyHigbnD4ETmpqXMU/s1600-h/sonho-liberdade.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307280471064757698" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 231px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLa_mhTgValrlBbnArUsmVuDUtS_vwNoMB1Zx8vYC0h_Rg9b3Ru71Od0sHm44zlhS-Fq_f_EPkTq1-VaYhsyXpH06ZeUEguBF2pBf93yOzsLbb9Li-JmhmEU__7iOyHigbnD4ETmpqXMU/s400/sonho-liberdade.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Alguns anos atrás li um livro chamado “O Jesus Que Eu Nunca Conheci” de Philip Yancey, naquela ocasião me tornei um admirador deste autor, depois deste título adquiri e li outra dezena de livros de Philip, quase todas as publicações dele disponíveis no Brasil. Na ocasião, o impacto da leitura do livro causou-me um fascínio pela pessoa e obra de Jesus. Sim, eu já era um cristão desde criança, e já era um evangélico professo há algum tempo, mas Jesus ainda era um ilustre desconhecido para mim, eu já havia ouvido muitas histórias sobre ele, já havia ouvido sermões em uma igreja batista que me levaram a crer que eu precisava “aceitar” Jesus como meu salvador pessoal, mas, ainda não conhecia Jesus, ele era um vulto de algo muito grande para que eu percebesse, na minha cabeça ele ainda era um Deus de quem eu deveria guardar uma distância de segurança, e um respeito solene e impessoal. Eu me relacionava com a igreja, na ilusão de que ela era tudo que eu poderia saber sobre Jesus, a igreja me dizia o que era certo e errado, a igreja me dizia o que era bom ou mal, ela me ensinava como me comportar, e como “fazer a vontade de Deus”. Ou seja, eu era um crente institucionalizado.<br />Hoje eu olho para traz, para tudo o que eu aprendi na igreja e me pergunto como eu pude estar tão perto e tão longe da pessoa de Cristo por tanto tempo. Como eu podia olhar para o rosto dele e conhece-lo se minha visão estava ofuscada por um véu de religiosidade e tradição? Eu estava exatamente como Paulo diz acerca daqueles que liam a Tora, até então ainda existia um véu sobre meu coração que precisava ser retirado (2 Co 3:14-15). Mas graças a Deus me converti da religiosidade para Cristo e o véu me foi tirado (vs 16), e agora posso viver a liberdade que há nos Espírito do Senhor (vs 17), refletindo a Sua glória sendo assim transformado dia a dia à imagem de Cristo (vs 18).<br />Eu havia aprendido a pautar minhas crenças em um híbrido de Antigo Testamento com Novo Testamento, ninguém tinha tido a coragem de me explicar o que está escancarado no em 2 Co 3:14 - Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; Assim eu me esforçava por cumprir o que já fora cumprido por Cristo na cruz, me debatia tentando viver conforme aquilo que havia sido abolido por Jesus quando ele tomou meu lugar naquele madeiro. Mais um texto que não me explicavam: Rm 10:2-4 - Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. Esse era eu, zeloso de Deus, mas sem entendimento.<br />Assim vivia eu, descartando alguns mandamentos que não eram mais necessários e defendendo outros que eram interessantes para a instituição, uma mescla esquizofrênica de Lei e Graça, onde a graça era só um tópico teológico e a Lei, essa sim, era a vivencia da fé mutante que se instalara em mim. Até hoje quando penso sobre este assunto me surpreendo pela minha incapacidade de questionar porquê não precisávamos mais guardar os cerimoniais levíticos, mas usávamos os textos levíticos para defender a obrigatoriedade cultual de se entregar dízimos.Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 5:17) hoje vivo uma espiritualidade genuína, simples e sem ostentações, sendo grato a Deus por sua Graça derramada sobre minha vida, conforme tudo o que se diz em Rm 3:20-24 - Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. </div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-88469400327612498722008-12-13T22:33:00.003-02:002008-12-13T22:42:50.259-02:00Espiritualidade de Árvore de Natal<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83TyazSF1kLQA554V8PxXFGbgME-M6tyvA4yaZ5yFY5aPrkgCl6lMxM9RoPzjJCzXNXh2DgE1XYuf7oQQrOeZmJxFB8enelpbzhmEFvFIfJWOVZznOjHlyrA5c3RkItMoknD2xXWHfmA/s1600-h/Black-tree-trimmed-10-PM.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5279438149325583826" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83TyazSF1kLQA554V8PxXFGbgME-M6tyvA4yaZ5yFY5aPrkgCl6lMxM9RoPzjJCzXNXh2DgE1XYuf7oQQrOeZmJxFB8enelpbzhmEFvFIfJWOVZznOjHlyrA5c3RkItMoknD2xXWHfmA/s400/Black-tree-trimmed-10-PM.gif" border="0" /></a><br /><div align="justify">Nesta época do ano, as comemorações do natal colorem e enfeitam as ruas, casas, shoppings, praças com luzes papeis brilhantes, bolas de vidro, guirlandas e uma infinidade de materiais dependendo da criatividade de quem produz o espetáculo do comércio de natal.<br />Dentre todos os símbolos de natal, o que mais me impressiona é a árvore de natal, muitas são as explicações da origem do costume de se enfeitar um pinheiro na época do solstício (21 de Dezembro), a minha preferida é a que relaciona o costume da árvore com Ninrode, diz a tradição que ele era tão profano que se casou com a própria mãe, Semíramis. Depois de sua morte, seu corpo foi cortado em pedaços e enviado a vários lugares. Então sua mãe/esposa reivindicou ser ele o deus-sol. Mais tarde, quando Semíramis deu à luz seu filho Tamuz, exigiu para este o título de herói, o Ninrode renascido. Ela dizia que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, brotando de um tronco de árvore morta, o que simbolizava a ressurreição de Ninrode para uma nova vida. Todo ano no dia do aniversário do nascimento de Ninrode, Semíramis afirmava que ele descia para visitar a árvore, sempre viva e verdejante, deixando nela muitos presentes. O dia do aniversário de Ninrode era 25 de dezembro – dia do deus-sol.<br />Mas não quero dar explicações sobre a origem dos símbolos natalinos, e tampouco discutir a conveniência deles. Minha intenção é meditar sobre o que acontece com um pinheiro nesta época do ano. Como algo que é naturalmente belo, como toda criação de Deus, ganha uma maquiagem, uma capa, uma superprodução que torna a beleza divina em algo artificial, mecânico, artificial. Podemos perceber que há uma tendência humana de alterar o curso da natureza e tentar fazer mais bonito aquilo que já é naturalmente belo. São tantos recursos, tantos adereços e luminosidade artificial que fica difícil discernir a verdadeira essência do pinheiro.<br />Gostamos de enfeitar coisas, quadros na parede, brincos nas orelhas, néon no interior dos carros, etc. Não é fácil ver beleza na simplicidade, é trabalhoso constatar a beleza natural das coisas, e um exercício titânico apreciar o simples o humilde. Somos apegados ao grande, brilhante, sonoro, colorido, complicado, misterioso, enfim... gostamos de tudo produzido.<br />Tudo bem quando a mania de enfeitar está relacionada a casa, corpo, carro, comércios, mas fica meio estranho quando essa mania atinge a espiritualidade. O que mais tenho visto hoje em dia são igrejas que se parecem mais árvores de natal, cheias de brilho, enfeites, cores, presentes, mas com sua essência ofuscada pelo brilho artificial das manias humanas. Vou resistir a tentação de desenrolar aqui um cordel de acusações contra as práticas comerciais e cinematográficas do evangelicalismo nacional, já deixei bem clara minha repulsa a tais práticas em outras postagens neste blog.<br />Como é época de natal, e alegamos comemorar o nascimento de Cristo neste período, senti-me tocado a postar algo sobre a simplicidade com a qual Deus entra neste mundo, a forma modesta, simples e silenciosa como Jesus, o salvador do mundo, entrou em cena na história humana. Como testemunhas de sua chegada, um casal sem lugar para se hospedar, alguns animais e um grupo de pastores maltrapilhos, somente isto, não havia nenhum coral humano saudando a chegada de Deus, havia sim um coral de anjos adorando o menino-Deus, mas a apresentação foi vista apenas por aqueles humildes pastores. Deus não se impressiona com luzes, sinos, banquetes e nada do que nossa criatividade possa produzir. Fica claro no episódio do nascimento de Jesus, que Deus não é impressionável, que o relacionamento que ele espera com sua criação não passa pelos cultos elaborados, cheios de ritos e danças hipnóticas, nem pelos mantras extáticos que convencionamos chamar de louvores. Deus não está interessado em ofertas do estilo leilão, quem dá mais em troco desta benção? Deus não está preocupado com o tipo de gesso usado para cobrir o teto do templo, e muito menso com a quantidade de pontos por centímetro do tapete do altar. Enfim, jejuns, luas novas, shofar, coberturas, são tantas bolas de natal coloridas, tantos frufrus... espiritualidade de árvore de natal, do tipo que dura um mês e meio e depois se esmaece no dia de reis.<br />Fenômeno cada vez mais comum... pessoas compram um monte de enfeites que determinada religião vende como sendo garantia de felicidade eterna, mergulha naquela fantasia durante um tempo, e depois perde a graça, se enche dos pisca-piscas, se irritam com a não concretização do seu desejo de ser abençoado, e joga toda aquela tralha colorida numa caixa empoeirada no interior de sua alma escura, tornando-se então mais endurecido do que antes.<br />A proposta do natal é totalmente outra, quando Deus decide habitar entre nós a intenção era trazer paz ao coração do homem, simplificar todo processo de pacificação baseado nos rituais, nos enfeites, nos procedimentos e gestuais purificadores. Cristo quer nos dar vida em abundância, retirar todo o impedimento, toda a separação entre Deus e homem. Meu desejo neste natal é que todos quantos lerem esta simples mensagem, se desvencilhem de toda fantasia, de toda artificialidade de relacionamento com Deus, e se deixem expostos, como pinheiro natural, sem bolas ou fitas, que se aproximem com ousadia daquele que já não nos condena, mas ama incondicionalmente. Oro para que Jesus encontre você sem mascaras, sem enfeites, sem luzes piscantes e que ele possa adornar você com as vestes da simplicidade e da paz celestial. Feliz Natal!!!</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-14410847344596652122008-10-31T22:16:00.003-02:002008-10-31T22:39:13.862-02:00Evangélico Mundano<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN2XahJb3HtInX_wZcJnaqvdpttry2pZmPenhyx-ackwZMYyZwtQro_mGwpVLcdigLlrEt_BJhO0nyAdY3u5yplkSZTIGxPgoY9eiZY59m7OdWAUZExJTWXzdH-nVI70pGxl_IEACzML0/s1600-h/gospel_funk.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5263477272081599266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN2XahJb3HtInX_wZcJnaqvdpttry2pZmPenhyx-ackwZMYyZwtQro_mGwpVLcdigLlrEt_BJhO0nyAdY3u5yplkSZTIGxPgoY9eiZY59m7OdWAUZExJTWXzdH-nVI70pGxl_IEACzML0/s400/gospel_funk.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><br />Já faz algum tempo que não escrevo neste espaço, acho que meus assuntos se esgotaram, nunca fui muito bom de prosa. Mas, como sei que existem alguns que sentem falta dos textos que aqui são postados, seja por sentirem-se tocados por eles ou para vigiar meus passos na nova caminhada que assumi em minha vida, sinto-me impelido a escrever algo para satisfazer os dois grupos de pessoas acima.<br />Recentemente um fato hilário aconteceu comigo, e me fez meditar nos valores cristão de nosso tempo. Tenho o hábito de ficar conectado ao MSN e ouvir músicas ao mesmo tempo, e a maioria dos usuário de MSN sabe que existe uma opção que pode ser ativada nas ultimas versões deste aplicativo, que exibe a música que você está ouvindo no Windows Média Player, como mensagem pessoal na sua janela do MSN. Pois bem, Tenho uma lista considerável de CDs em minha biblioteca do Média Player, e dentre elas figurava uma faixa chamada “A primeira Vista” de Daniela Mercury, pensei em explicar aqui a razão pela qual esta faixa figura entre as músicas de minha biblioteca musical, mas isso seria me fazer escravo de homens, querendo me justificar diante deles, por isso prefiro não explicar e deixar que os juizes da Inquisição Evangélica façam suas suposições, basta apenas dizer que não aprecio o tipo de música que Daniela Mercury faz, não por ela ser uma “mundana” conforme a classificação musical oficial da igreja evangélica nacional, mas porque tenho outro estilo musical.<br />Num é que um de meus “amigos” do MSN ao ver que estava tocando uma música “mundana” em meu computador, se escandalizou e saiu comentando com as pessoas que eu estava ouvindo aquele tipo de música, e outros comentários provavelmente surgiram, porque sei muito bem como no meio evangélico quem conta um “ponto aumenta um conto” (e não é erro de digitação). Agora vez ou outra deparo com pessoas que me sondam acerca do ocorrido, querendo saber se eu tenho realmente praticado a abominação de ouvir musicas “mundanas”, ou porque eu apaguei meu orkut, este é outro assunto que nem sequer perderei tempo tentando explicar, e por ai vai.<br />Como já mencionei, não vim aqui para fazer um pedido público de desculpas, mesmo porque se ouço ou não ouço musicas de Daniela, Zeca Pagodinho, Roberto Carlos, Ana Paula Valadão, Hillsong ou quem quer que seja, é um problema absolutamente meu, não tenho que prestar contas a nenhum público ou platéia que antes me aplaudia e agora me condena, não vivo da minha imagem pública, vivo conforme a minha consciência, e presto contas somente a Deus. O que quero meditar com esta postagem, como também já mencionei, é em certos valores que norteiam a classe evangélica deste país.<br />A primeira coisa que me chama atenção neste episódio cômico é como as pessoas na igreja vivem de tradições e desprezam, ou não conhecem os ensinamentos de Jesus. Sim, temos um ensinamento de Jesus que se aplicaria neste caso e que não foi aplicado pelo meu desastrado “amigo” de MSN. Em Mt 18:15 é dito que se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; não bastasse esta ordem de Cristo aqui em Mateus, Lucas acrescenta: “olhai por vós mesmos” (Lc 17:3) antes de citar a mesma frase encontrada em Mateus. Ora, se alguém comete algo contra o incrédulo ele não tem nenhuma obrigação de exortar seu opressor, pode sair difamando aquele que o ofendeu, pagando na mesma moeda ou até em moeda mais alta, mas se um cristão é ofendido deve seguir o ensino do seu mestre e chamar o ofensor na regulagem para ganha-lo de volta. Lucas ainda completa o dito de Jesus acrescentando que se eu ouvir sete vezes Daniela Mercury no dia e me arrepender sete vezes meu irmão deve me perdoar (Lc 17:4), mas para isso eu preciso ter a oportunidade de me arrepender e ser perdoado antes de sofrer as pedradas.<br />Outro assunto interessante que se evidencia neste fatídico acontecimento, é o preconceito evangélico contra as pessoas que não se rotulam com a mesma marca de igreja. Existe uma bula papal, que cresce a cada dia, relatando quais pessoas podem e quais não podem ser ouvidas, quais musicas são “ungidas” e quais não são, o que é evangélico e o que é mundano. Se um cantor de pagode chegar na igreja e pedir para se apresentar e vender alguns CDs ele não será aceito, é um mundano e deve ser mantido fora do púlpito, lugar sagrado. Mas, se este mesmo cantor entrar na igreja dar uns pulos e disser que agora é evangélico, ele só precisa voltar para casa trocar na letra de suas mesmas antigas músicas, o nome da mulher para quem compôs a música pelo nome de Jesus, e no outro dia pode voltar na mesma igreja e falar com o mesmo pastor que o rejeitou e certamente terá duas horas do culto para dar o seu “testemunho” cantar suas músicas, que ontem eram mundanas e hoje foram maravilhosamente ungidas pelo nome de Jesus, e vender seus CDs na porta da igreja que ontem estava fechada para ele, mas hoje se abre e faz faixas e anúncios em carro de som, para convocar o maior número de pessoas possível, para ouvirem o grande testemunho do irmão fulano de tal de como sua vida foi transformada misticamente pelo encontro sobrenatural que teve com Jesus, ontem.<br />O que é ser evangélico e o que é ser mundano? A linha que separa estes dois grupos de pessoa é muito tênue, e se afina exponencialmente se o mundano é famoso e passa a se chamar evangélico, ele não precisa ser transformado pelo andar diário e intenso com Jesus, só precisa se dispor a usar o púlpito para contar às multidões que se acotovelam para ver o grande sinal de poder manifestado naquele que antes era imundo e agora, num passe de mágica se tornou santo, de que forma maravilhosa Deus o salvou e o rotulou de evangélico.<br />Mas eu fico me perguntando, o que era evangélico para Davi, quando ele dançava quase nu em público diante da arca, será que tocava um ritmo gospel ou um axé? O que era evangélico para Salomão, quando escreveu o Cântico dos Cânticos? Será que ele ouvia Lagoinha ou Chimarruts, enquanto beijava sua parceira e lhe elogiava a beleza? Mai vamos direto ao ponto, o que era evangélico para Jesus, será que ele ungiu os instrumentos antes de ouvir a música que tocava nas bodas de Cana? Ou será que ele pediu o regente para trocar o ritmo porque seus ouvidos eram santos demais para ouvir reggae? O que fazer para tornar uma música mundana em evangélica? Mudar de gravadora seria solução? Será que se Daniela amanhã se “converter” depois de perceber que o mercado fonográfico evangélico pode ser tão, ou mais, lucrativo quanto o mercado mundano, e começar a colocar Jesus escondido em uma ou outra linha de suas canções, eu deixaria de ser um desviado e passaria a ser considerado um profeta, porque vislumbrei sua conversão antes de todo mundo?<br />O que faz das músicas evangélicas menos mundanas que as “mundanas”? Vejamos, os grupos evangélicos gastam fortunas na produção e divulgação de seus CDs, usam muitas vezes os mesmos estúdios, contratam profissionais “mundanos”, usam instrumentos “mundanos”, gravam seus discos no mesmo material que os “mundanos”, vivem num mercado que segue as mesmas regras do mercado “mundano”... Ou será que os evangélicos acham que os grupos evangélicos não visam lucros? Ou será que os grupos evangélicos não disputam lugares nas paradas de sucesso gospel? ou será que os grupos evangélicos não ficam cada dia mais ricos, famosos e vaidosos, vendendo musica de má qualidade para os evangélicos que não sabem diferencial entre dó e ré? Ou será? Ou será? Ou será? Mais um será: será que se um "mundano" ouve musicas evangélicas ele se torna cristão???<br />Bom eu poderia colocar dezenas de serás aqui... Mas para não me prolongar, quero concluir. Evangélico ou “mundano”? Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados." (Tito 1:15). To cansado de ouvir histórias de grupos evangélicos que cobram alto para se apresentarem, fazem exigências dignas de estrelas de Hollywood, to cansado de saber quem são as inspirações de muitos destes grupos evangélicos, se eu ouço musica “mundana”? Me diga você se existe algo que não seja “mundano” no mundo? Me diz você quais são os verdadeiros quesitos para diferenciar o que é um e o que é outro? "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal." (João 17:15). Repito aqui está oração de Jesus: que Deus não me faça surdo ou cego para este mundo, mas que ele me livre do mal que existe, mesmo dentro do que se convenciona chamar evangélico. </div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-46265774101624496042008-09-22T15:48:00.003-03:002008-09-22T15:54:43.461-03:00A espiritualidade que quero<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ2i1SsUCL9rAiayZJVNWbSGbEv05ucsGOOn7MagHRcoEIpekasOSvGqH_hKvXmjoM8xFTWgzRsAMjMvSGqcwUhKUuUw4EYxj1Mrk7p6xvNpdpc9uaepLMgk-qat0MeX0ksJ3pXhDF1FA/s1600-h/worship.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5248920256350114002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ2i1SsUCL9rAiayZJVNWbSGbEv05ucsGOOn7MagHRcoEIpekasOSvGqH_hKvXmjoM8xFTWgzRsAMjMvSGqcwUhKUuUw4EYxj1Mrk7p6xvNpdpc9uaepLMgk-qat0MeX0ksJ3pXhDF1FA/s400/worship.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Quero uma espiritualidade que envolva todos os aspectos da vida humana. Estou cansado da espiritualidade esquizofrênica que mutila a imagem humana, tornando-a um tipo de mutação genética, algo semelhante a um Frankenstein criado pela vaidade de homens cheios de conceitos rígidos e monocromáticos da vida.<br />Estou farto da espiritualidade que supervaloriza o satânico, que pauta suas práticas e conceitos pelo temor exacerbado de demônios e toda sorte de espíritos obcessores e encostos que possam vir a castigar com suas maldições, hereditárias ou adquiridas, aos que se comportarem mal.<br />Não me sacia a espiritualidade que se cerca de exterioridades para esconder o que por dentro nada mais é do que sepulcros cheios de podridões e morte. Causa-me asco a espiritualidade que ambiguamente, ao mesmo tempo que demoniza determinados aspectos da perfeita criação de Deus, santifica outros elementos materiais, tais como ouro, prata, papel moeda, mansões e carros do ano.<br />Em lugar desta espiritualidade cheia de frivolidades e excentricidades, busco aquela espiritualidade que vejo em Jesus. O tipo de espiritualidade que dignifica os pobres e famintos desta terra, que vê no sorriso inocente e gratuito de uma criança posse do reino de Deus. Que não faz distinção entre gente e gentes. Uma espiritualidade que come sem lavar as mãos, e mesmo assim não se contamina por nada do que come.<br />A espiritualidade que permita a homens e mulheres os mesmos direitos e deveres, que saiba perceber o traço da imagem do Criador em ambos os gêneros. Que a espiritualidade seja livre para dançar e cantar, para imaginar e criar, para sonhar e realizar, para errar e acertar, para se alegrar e chorar, para temer e tremer mas também para encarar e vencer.<br />Uma espiritualidade assim, que prega o evangelho não por torpe ganância ou por vaidade de grandes rebanhos, mas porque não pode negar a si mesmo, não cabe dentro dos padrões religiosos, isso porque a religião é a vergonhosa tentativa frustrada da humanidade de ser auto-suficiente, e a espiritualidade que vê com ternura o tropeço desajeitado mas bem intencionado do irmão, tem que, necessariamente, descansar sobre a própria dependência e carência, e nunca sobre a própria força e capacidade.<br />Uma espiritualidade genuína deve ser construída através de experiências pessoais com Cristo, e não sobre teorias e doutrinas decoradas de livros, ou de papagaios eletrônicos que sempre repetem os mesmos rígidos e mortos mandamentos empedernidos, e que são gravados em corações rochosos, que nunca aprendem o significado de misericórdia quero e não sacrifícios.<br />Para se alcançar este tipo de espiritualidade não existem métodos, nem 5 passos, nem segredos, ou “como fazer para”. Mas existe um requisito, básico, jamais julgar, porque com a mesma medida que julgar você será julgado. Aprenda a receber com gratidão o seu salário e nunca questionar a justiça do patrão quando o vir pagando o que, aos seus olhos, é melhor para aquele que trabalhou menos que você.<br />Enfim, como disse nada do que eu escrever aqui irá direcionar e, muito menos, construir a espiritualidade de ninguém. Exceto a minha própria. Assim sendo, que tal se você parar de ler este texto e começar a viver mais a vida do lado de pessoas reais? Tomando mais sol, sentindo mais o vento, conversando com gente de verdade, e consigo mesmo? Ou quem sabe fazendo uma oração?</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-44285331927816375142008-08-28T15:32:00.003-03:002008-08-29T10:33:05.549-03:00A doença do Véu.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhRJ4xq9RjD5029Xdyuaz3C_owuUAk7ho33Epy8Jd9EBfm8iv9y1rMc0g_DHezdfiLwuBQw3EhHdwlVaTnDWyWBYvwGAo8AY3Re-Wpr4z9vf6TK8bPd-jrwJxv7GgwSifhXEA_e_awpw/s1600-h/ishr-burka.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhRJ4xq9RjD5029Xdyuaz3C_owuUAk7ho33Epy8Jd9EBfm8iv9y1rMc0g_DHezdfiLwuBQw3EhHdwlVaTnDWyWBYvwGAo8AY3Re-Wpr4z9vf6TK8bPd-jrwJxv7GgwSifhXEA_e_awpw/s400/ishr-burka.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5239641514061731010" border="0" /></a><br /><br /><h2 style="font-size: 120%; text-align: justify; font-family: arial; font-weight: bold;" id="teste"><span style="font-size:85%;">É somente na Graça que a Escritura não é uma pedra seca e morta. Ora, para que entendamos isto melhor, é necessário que olhemos com carinho para o texto de Paulo em II Coríntios 3: 1 a 18.<br />A relação de Paulo com os Coríntios foi forte e contundentemente passional. Ele chegara à cidade e lá encontrara Priscila e Áquila—um casal de Judeus que haviam deixado Roma porque Cláudio, o Imperador, ordenara que de lá saíssem todos os judeus!<br />E como eram do mesmo ofício, Paulo e Áquila, começaram a trabalhar e morar juntos, fazendo tendas. Aos sábados, todavia, Paulo pregava na sinagoga!<br />Havendo conturbação entre os judeus ante a mensagem da Graça em Cristo anunciada pelo apóstolo, Paulo não teve mais ambiente para permanecer usando a sinagoga como lugar de pregação. Então, iniciou seus ensinos da Palavra na casa de Tício, que era vizinha à sinagoga.<br />Em meio a não poucos conflitos, envolvendo ameaças de natureza tanto legal quanto à vida de Paulo, este temeu. O Senhor, todavia, numa daquelas noites, lhe falou, dizendo: “Não temas! Fica na cidade pois eu tenho muito povo nela”. Paulo, portanto, permaneceu em Corinto quase dois anos.<br />A relação dele com a igreja que ali nasceu tornou-se forte, e, como já disse, de certa forma, passional!<br />Para concluir isto, basta que se Leia as duas epístola que Paulo lhes escreveu. Todavia, é na segunda carta aos Coríntios que esse sentir apaixonadamente dolorido melhor se expressa.<br />O interessante é que mesmo em meio à paixão humana do apostolo, é fácil perceber como seus sentimentos aparecem sem comprometer jamais a verdade da Palavra.<br />Paulo era um homem que sabia sentir a dor da rejeição sem deixar de expor, com isenção, a verdade da Palavra, não adulterando-a jamais a seu favor!<br />Ora, é nessa viagem entre o sentir humano e a revelação da Palavra, que a verdade se manifesta como resposta divina ao contexto em questão!<br />A revelação, raramente, não se faz acompanhar pelo sentir de seus mensageiros. Sábios são aqueles que a separam de seu próprio sentir ou os que sentem sem, todavia, sentimentalizarem a revelação à seu favor.<br />É só assim que uma carta de um ser machucado pode se tornar uma epístola de um ser inspirado!<br />Neste trabalho, no entanto, não desejo explorar essa dimensão da veicularão da revelação através dos ambientes conturbados da alma do mensageiro. Para mim, isto é tão óbvio que, pelo menos agora, não é do nosso interesse imediato.<br />A epístola toda tem sido objeto de inúmeros estudos eruditos. Os “arranjos” à que ela tem sido submetida, são inúmeros. Para nós, no entanto, todas as discussões de natureza literária são irrelevantes. O que vale é a mensagem e, esta, não importando as interpretações de natureza histórico-literária, é a mesma:<br /><br />Um apóstolo apaixonadamente sofrido, sentindo-se traído e desconsiderado pela igreja que fundou, e que, agora, além de des-conhecer seu pai espiritual, ainda se entregava às seduções de “falsos apóstolos”, dos “obreiros fraudulentos”, que “adulteravam a Palavra de Deus”, e criavam um “outro evangelho”, pois eram, de fato, “mercadores do “evangelho”, ainda que tivessem o impressionante “poder” de se transformarem em “anjos de luz e ministros de justiça”.<br />A questão é: que “obreiros” são esses e que “evangelho” é esse que subverte aquilo à que Paulo chama de Evangelho da Graça de Deus?<br />É opinião praticamente unanime que os tais “adulteradores da Palavra” eram os cristãos judaizantes ou os judeus próximos à igreja, e que tentavam, insistentemente, trazer aos cristão a culpa de não serem pessoas que observam a Lei de Moisés. A prova disto é a seqüência do texto, onde as ilustrações são todas as da Lei e de sua produção na mente humana.<br />Como eu disse inicialmente, corre-se o risco de se ficar tão impressionado com as “pulsões” emocionais do homem Paulo neste embate, que deixa-se de perceber a mensagem.<br />Ou seja: fica-se com o que está “escrito” e não se percebe, ao nível da Palavra, o que está, também, “dito”, como expressão dos conteúdos da revelação!<br />Propositadamente abandono aqui os aspectos de natureza histórico-factual e mergulho exclusivamente na mensagem que Paulo faz viajar em meio às suas dores e passionalidades apostólicas.<br />Ora, assim fazendo, o que se vê, é, basicamente, o seguinte:<br />O que o ministério de Paulo gerara neles, pela obra do Espírito, era algo que realizava o sonho dos profetas, que era ver a Palavra inscrita não nas exterioridades do comportamento assustado pela Lei, mas impressa na consciência, nos ambientes do coração.<br />Os resultados da interiorização da Palavra, inscrita pelo Espírito do Deus vivente na consciência humana, não era humanamente realizável, sendo, portanto, algo à que Paulo se refere excluindo-se como agente essencial, pois, ele sabia, aquela era uma obra para a qual não há meios humanos de faze-la acontecer. A participação de Paulo era—sem suficiência própria—, apenas pregar o Evangelho da Graça e crer que o resto do trabalho era obra do Espírito de Deus.<br />A certeza de Paulo de que dera uma passo muito para além das basicalidades das pregações estereotipadas e exteriorizadas sobre as virtudes da Lei, vinha do fato que ele sabia que a Lei—conquanto boa e santa—, servia apenas para mostrar a nossa “insuficiência”, em relação a sermos salvos por ela. Paulo não se sentia suficiente nem mesmo para pregar a Graça e suas virtudes—como se procedessem dele—, quanto mais a Lei, como se por ela alguém pudesse ser salvo!<br />O argumento dele é o de sempre: “a letra mata”. A observância da Lei salvaria apenas aquele que pudesse cumpri-la toda. E como não existe, à parte de Jesus, ninguém que a tenha cumprido complemente—dos ambientes interiores às suas sutis exterioridades—,todos, portanto, por ela, se colocavam apenas sob os desígnios da culpa e da morte.<br />Tendo isto em mente, chega agora a hora de olharmos para a Palavra e não apenas para a “epístola de Paulo”. E qual é a “mensagem” que ela carrega para nós hoje?<br />Inicialmente, Paulo diz que a Lei e sua Gloria são coisas de outrora, diante da sobreexcelente Gloria do evangelho da Graça de Cristo. Todos os verbos por ele usados em relação à Lei a posicionam no passado da revelação da Graça.<br />O que segue é a incomparabilidade de ambas as revelações: A Lei era externa, a Palavra é interna. A Lei era o ministério da morte, a Palavra é o ministério da Vida. A Lei falava de condenação, a Palavra fala de justificação. A Lei se desvanecia, a Palavra brilha de Gloria em Gloria.<br />E é neste ponto que Paulo assume a maior ousadia quando compara a caducidade, o esclerosamento da Lei frente a eterna vida produzida pelo ministério do Espírito.<br />Mas sua ousadia não pára aí. Ele chama, fundado na certeza da Graça, até mesmo Moisés para um frente a frente, pois, diz:<br />“E não somos como Moisés que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do se desvanecia”.<br />Assim, ele diz que na Graça ele se sente com ousadia para tirar até mesmo a mascara de Moisés. O véu de Moisés, para Paulo, não escondia a Gloria, mas seu desvanecimento, sua morte, sua incapacidade de reacender a face, mediante a Lei, com a Luz da Graça.<br />O problema, para o apostolo, é que aquele véu se tornara um elemento de natureza espiritual. O véu se transformara numa camada de presunção que cegava os sentidos para as demais percepções da vida!<br />Ora, como a Lei estava dada, e sua constituição era fixa—desde o elemento no qual fora inscrita: pedra—, até mesmo as suas observâncias externas tornavam-se, também, fixas. Portanto, dela não se poderia esperar que nascesse vida, pois, esta acontece apenas onde há o humos da liberdade.<br />Assim, diz Paulo, há um véu espiritual sobre os sentidos embotados de todos os legalistas, sejam eles judeus ou não!<br />A Lei embota os sentidos!<br />A Lei tira a sensibilidade para a Palavra!<br />Somente a “conversão” ao Senhor—e aqui Paulo não fala de se tornar “cristão” ou “membro de igreja” ou “crentes na Bíblia”, conforme hoje entendemos a idéia de “conversão”, mas de se render à Graça em Cristo—, é o que pode des-anuviar os sentidos cegados pela presunção gerada pelo sentimento de superioridade oriundo da observância externa da Lei, bem como, pelo pre-conceito que dela se origina, criando uma barreira invisível para a percepção da Palavra no coração.<br />“Até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles”—é o que diz Paulo!<br />O que Paulo nunca imaginou é que dois mil anos depois nós ainda constatássemos a mesma cegueira, e muito menos ainda poderia ele imaginar que tivéssemos que repetir a sua frase relacionada aos judeus legalistas, agora, reatualizada e aplicada aos “cristãos”.<br />“Até hoje, quando é lida a Bíblia, o véu está posto sobre o coração deles”—é o que com dor melancólica tem-se que dizer acerca da grande maioria dos cristãos, especialmente de seus “lideres” e “mestres”.<br />Assim, o que se disse acerca “deles” é o mesmo que hoje temos que admitir acerca de “nós mesmos”, pois, se ainda há Lei, não há revelação da Graça.<br />Isto porque somente na Graça o véu é retirado. E este tirar o véu é fruto da libertação do medo, e que só acontece em nós como obra do Espírito no coração do ser humano que não tem nenhum tipo de auto-suficiência, porque confiou des-assustadamente na obra consumada de Jesus na Cruz.<br />Assim, onde está-há o Espírito do Senhor, aí está-há liberdade!<br />Neste ponto o argumento de Paulo nos remete, na Graça, para uma postura diametralmente oposta àquela gerada pela Lei!<br />A Lei cobre o rosto, esconde o ser, camufla a culpa, veste-se de exterioridades compartimentais, se jactancia de seu conhecimento e teme mostrar a cara a Deus e ao próximo, daí, pela Lei, o ser não revelar jamais seu interior, pois, em o fazendo, mostrar seu estado de desvanecencia!<br />Na Graça, todavia, a salvação é o posto. Se a Lei cobre a face e esconde o ser, o Espírito, e a confiança na suficiência de Cristo, nos põe no extremo oposto dessa atitude:<br />“E todos nós com o rosto desvendado, contemplando como por espelho a gloria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”—é o argumento antitético de Paulo.<br />E mais: não é algo apenas que ocorre na perspectiva individual, mas também, comunitária. Afinal, Paulo diz: “E todos nós...”<br />A minha tentação agora é prosseguir em II Coríntios. Todavia, julgo ser mais sábio—a fim de ser também sintético—, parar por aqui a fim de verificarmos as implicações dessa verdade em relação à nossa temática.<br />Primeiramente quero chamar a sua atenção para um fato. A maioria dos comentaristas bíblicos fica tão aferrado ao sentido “histórico” da Escritura em questão que não se dedica à percepção do que está dito para nós hoje.<br />Em segundo lugar, fica também claro que como nós somos seres ocidentais— de origem não judaica apesar de que, quase todos nós, sermos pessoas de origem culturalmente judaico-cristã—, na maioria das vezes, nos permitamos ler a passagem apenas como critica aos judeus legalistas ou aos cristãos judaizantes; esquecendo-nos que a Escritura em questão não é “pedra”, é Palavra do Deus Vivente, e é re-atualizada em cada novo contexto da história. Portanto, é algo para nós, hoje!<br />A terceira observação é que as implicações do que Paulo diz aqui, transcendem, em muito, ao contexto histórico imediato, e recaem sobre todos os conteúdos da Teologia Moral de Causa e Efeito—sejam eles judaicos, espíritas kardecistas, afro-ameríndios, católicos, evangélicos, animistas ou hindus!<br /><br />Aí está o nosso problema: nós lemos a Palavra emblematicamente, o que nos faz pensar que ela foi dirigida a “outros”, não à nós!<br /><br />Assim, onde se diz judeu não se pensa em nada que não seja “judaico”. É o que está “escrito” trabalhando contra o que foi “dito”!<br />A questão é que na maioria das vezes, onde se lê, negativamente, “judeu” ou “fariseu”, dever-se-ia ler “legalista”, “moralista”, “auto-suficiente”, ou mesmo, um praticante de qualquer Teologia Moral de Causa e Efeito e seus pretensos elementos de auto-justificação, fundados na presunção humana de agradar a Deus por seus próprios méritos!<br />Ora, isto posto, o texto em questão tem naqueles que Paulo chama de “todos nós com o rosto desvendado” um grupo que na história do Cristianismo é uma minoria insignificante!<br />A maior parte de nós é membro da “igreja em Corinto” e somos traidores do apostolo Paulo, pois nos entregamos aos “falsos apóstolos” e a seu “evangelho adulterado”, mesmo que embrulhado com papel de presente estampados com símbolos “cristãos”.<br />Quem, honestamente, pode dizer que a História do Véu não é também a História do Cristianismo?<br />Quem, sinceramente, não percebe que nós somos hoje, na maior parte dos casos, a repetição dos mesmos conteúdos humanos e espirituais contra os quais Jesus, os profetas, Paulo, os apóstolos e a Palavra se insurgem nas Escrituras?<br />Ninguém se engane!<br />Nós, cristãos, somos também parte do Povo do Véu! E nossos sentidos estão igualmente embotados para a percepção do Evangelho!<br />Como eu já disse antes, a aceitação do Jesus Histórico nada tem a ver com o acolhimento dos conteúdos de Sua Palavra!<br />Ou seja:<br />É possível conhecer a Jesus segundo a carne e não segundo o Espírito!<br />É a pressuposição da vigência da Lei o que nos impede de discernir o espírito da Palavra e a palavra do Espírito, com liberdade para mostrar a cara, crendo que somente pela expressão des-amedrontada do ser que confiou na Graça, é que vem a conversão incessante, de gloria em gloria, tendo a Jesus como a referência-infusa-cotidiano-existêncial, para a mudança.<br />Hoje as pessoas se convertem à “igreja”, não à Cristo!<br />É por esta razão que os conteúdos do Evangelho da Graça estão tão adulterados entre nós. E pior: não enxergamos nada disso, pois, à semelhança deles—os judeus, os fariseus, os cristãos judaizantes—, nossos sentidos também estão “embotados”.<br />A Graça é hoje a mais escandalosa de todas as mensagens cristãs!<br />E é por esta razão que não se pode nem mesmo usar mais as “nomenclaturas” do Cristianismo a fim de definir o conteúdo das palavras do Evangelho, pois, quase todos os termos se revestiram de outras conotações e de outros conteúdos.<br />A terminologia já não serve mais, pois, seus conteúdos foram adulterados por um “outro evangelho”, que usa os termos de sempre, mas nega, na prática, seus conteúdos inegociáveis e eternos!<br />Por exemplo, para Paulo, “lutar juntos pela fé evangélica” significava não fazer concessões que adulterassem os conteúdos do Evangelho da Graça de Deus!<br />Hoje, todavia, isto significa nos unirmos contra os que não nos aceitam como os “representantes” de Cristo na Terra!<br />Ora, neste sentido—com as conotações que a palavra “evangélico” carrega entre nós—, Paulo já não a usaria, pois, nossa prática relacional nega aquilo que ele entendia como evangelho; e nossos conteúdos, falsificam ainda mais o significado original da mensagem à qual ele fazia referência.<br />Pior do que isto, entretanto, é saber que Paulo, por exemplo, não nos reconheceria como cristãos, mas como pagãos não convertidos ao Evangelho da Graça de Deus!<br />Por muito menos ele escreveu aos Galatas e aos Coríntios temendo haver corrido em vão!<br />Mas e se ele estivesse presente num ano eleitoral no Brasil? se visse e soubesse de todas as negociações de almas-votos que são feitas em Nome de Jesus? se visse “cristãos” curvados aos ídolos visíveis e invisíveis, cultuando imagens—que vão das de barro e gesso à imagem como reputação ou, marketeiramente, apenas como “imagem”? e se assistisse pela televisão a venda de todos os significados cristãos na forma de crença em objetos de energia espiritual pagã? e se visitasse uma “igreja” e assistisse filas de pessoas para andarem sobre sal grosso, ou para mergulharem em águas tonificadas do Jordão e a passarem pela Cruz de Jesus—que nesse caso é iluminada com neon e não passa de um tapume religioso extremamente brega—a fim de ganharem um carro zero, como pagamento pela sua crença? e se ele soubesse agora que a fé é um sacrifício que se expressa como dízimos, como troca de bênçãos por dinheiro, de cura pelo sacrifício de longas novenas e correntes, que só não são “quebradas” se a pessoa não deixar de largar sempre algum dinheiro no altar-bolso dos pastores?<br />O que enojaria a Paulo, todavia, seria ver pastores oferecendo o “sangue do Cordeiro” ––e que no caso é um suco de uva—e, segundo o anuncio, a pessoa deve ir ao templo e levar para casa o “sangue do Cordeiro” a fim de ungir a casa de trás para frente e da frente para trás. Desse modo estão voltando para muito menos que as materialidades da imolação do sangue de um cordeiro—ordenada por Deus no Êxodo — indo para um poderoso suco de uva. E o suco de uva, que é menos que o sangue de um cordeiro na simbolização do Êxodo—período usado pela seita para amparar biblicamente a sua campanha de dinheiro—, é apresentado como “o Sangue do Cordeiro”, que não é mais o que Jesus fez na Cruz e é apropriado somente pela fé na Palavra, mas passou a ser um fetiche, uma pedra de toque, uma imantação animista da uva, uma regressão ao paganismo mais primitivo, uma mágica de bruxos, uma blasfêmia, um estelionato satânico de uma verdade com a qual não se brinca impunemente: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, tem a vida eterna...As palavras que vos tenho dito são espírito e são vida”—conforme o Cordeiro.<br />Desse modo, Paulo veria aturdido o regresso da fé evangélica aos tempos dos cultos feitos à Baal, para as imagens de escultura, para um tempo onde nem sombra ainda havia das sombras das coisas que haviam de vir.—coisas essas, que até mesmo perderam a simbolização em razão de Jesus haver sido o cumprimento de todas elas! A epistola aos Hebreus foi escrita por muitíssimo menos!<br />Fazer o que estão fazendo da santidade do sangue do Cordeiro, tornando-o num amuleto de infusão animista e de interesse cambista, e que se materializa num suco de uva que carrega em si o poder de benzer uma casa e protege-la de todo mal, é insuportável, enojante, blasfemo e é Anátema!<br />Paulo vomitaria!<br />E Jesus?<br />O escritor de Hebreus diria que estão brincando com fogo ardente e consumidor e crucificando o Filho de Deus não apenas uma segunda vez, mas todos os dias—fazendo Dele um produto de barganha, mágica e fetichismo, e que leva as pessoas não à Jesus, mas sim à “sessão”, pois, também segundo os mesmos “pastores”, Deus só fala no lugar onde eles, os pastores, estão com a sacola na mão!<br />E eles precisam que Deus se confine em seus templos, se imante nos seus sucos de uva—e outros produtos mágicos—e se deixe comprar pelo dinheiro depositado como sacrifício aos pés desses lobos que oferecem a Jesus como “poder” que se leva para casa em “pacote”; Cristo como “produto simbólico” que pode ser o Pai das luzes, não conforme Tiago, mas conforme Alam Kardec; o Sangue do Cordeiro como suco de uva bom para “proteger a casa”; sim! assim fazendo do que foi feito por Jesus, de Graça, de uma vez e para sempre, algo a ser vendido pelos camelôs do engano e do estelionato!<br />Meu Deus, e se... Paulo visse...!?<br />Sim, e se Paulo nos visitasse? que epístola nos escreveria? Será que a escreveria? Será que não nos trataria como o fez com as “sinagogas” durante a sua vida?<br />Ou seja: sendo acolhido e sendo-lhe dada a palavra, ficava até ser expulso, para depois disso abrir uma nova porta à Palavra, mesmo que fosse na casa vizinha, como foi no caso de Corinto!?<br />Ora, ser evangélico, antes–digo: para Paulo—significava ter compromisso de fé e vida com o Evangelho de Jesus. Hoje, ser “evangélico” é pertencer a uma “igreja”, uma instituição religiosa que roubou o direito autoral do termo, falsificou-o e se utiliza dele praticando um terrível “estelionato” simbólico.<br />Assim, ser evangélico já não tem nada a ver com ser Povo das Boas Novas de Jesus, mas ser membro de uma instituição religiosa que se utiliza das terminologias, enquanto, na maior parte das vezes, nega os conteúdos originais da expressão.<br />E se continuarmos assim, dentro de pouco tempo, quem for genuinamente evangélico—ou seja: alguém que crê conforme a Boa Nova da Graça em Cristo revelada nos evangelhos—, terá que deixar de se auto-definir desse modo sob pena de que as pessoas pensem que o Evangelho tem alguma coisa a ver com os “evangélicos”.<br />Nos dias de hoje, quase sempre, ser “um evangélico” já não tem nada a ver com ser evangélico conforme o apostolo Paulo.<br />Hoje, quando um evangélico “evangeliza”, em geral, ele o faz a fim de que a “igreja” cresça como poder histórico visível. Ou seja: “evangelização” significa crescimento numérico sob o pretexto de que se quer salvar as almas do inferno. Pelo menos é isto que se diz e é isto que as “ovelhas” pensam, pura e ingenuamente.<br />De fato, se se conversar ou se se tiver alguma intimidade com o meio pastoral, ver-se-á que na maioria das vezes corre-se não atrás da vida humana, mas dos recursos humanos que com as multidões também chegam para dentro do negócio religioso.<br />Portanto, não é de admirar que o marketing seja hoje um dos mais importantes instrumentos usados pela “igreja”. Apenas uma “igreja” precisa de marketing. Isto porque quem de fato é, não tem que se preocupar em parecer ser.<br />O marketing religioso é o lugar onde nossos ídolos são fabricados e polidos, de tal modo que sua “imagem” possa continuar a inspirar os devotos ou a enganar os que se impressionam com aparências.<br />O marketing como pro-moção pessoal, é moral, pois, é imagem de escultura, sendo, também, idolatria!<br />Explosão numérica, na História da Igreja, quase sempre correspondeu a diluição tanto da Palavra, como do caráter do discipulado, bem como implicou em des-significação da alma humana, afinal, uma multidão pode se beneficiar da Palavra, quando há Palavra, mas não pode experimentar reconstruções de individuação, pois, nas massas, ninguém cresce como indivíduo na comunhão fraterna, na afirmação individual e nos carinhos de quem conhece e se importa, pois, tais realidades, inexistem em todo processo de massificação.<br />Além disso, milhares de “acomodações” precisam ser feitas em relação ao conteúdo essencial do evangelho quando se utiliza do marketing religioso ou das associações políticas, culturais e econômicas que daí advêm— ou seja: da rendição ao significado-des-significado do capital das massas, que são reduzidas apenas ao testemunho de poder majoritário que elas trazem aos lideres, enquanto as almas dos indivíduos viram apenas números.<br />Quando Paulo evangelizava isto significava levar às pessoas a consciência da Graça salvadora de Jesus e da possibilidade da experiência da liberdade-salvadora, tanto na perspectiva individual, como também na comunitária. O resultado, portanto, não é o surgimento de um número a mais para as estatísticas celestiais, mas uma nova criatura, que já começa a se humanizar na Terra, nos vínculos e nas mutações dinâmicas e permanentes que o Espírito da Graça, em Cristo, faz nascer no Novo Homem!<br />Desse modo, como já disse antes, se Paulo estivesse vivo hoje, provavelmente, ele nos diria que nós ainda não somos convertidos, pois, voltamos atrás, e aderimos aos conteúdos que negam a Cruz de Cristo!<br />Isto nos coloca, no mínimo, diante de três reflexões. A primeira é que a atual “consciência cristã”, é, na maior parte das vezes, anti-cristã, e uma clara e escrachada negação dos conteúdos do Evangelho de Jesus!<br />A segunda, é a impossibilidade hermenêutica de que a Leitura da Escritura feita com “véu na face” possa nos conduzir à revelação da Palavra da Graça!<br />Portanto, não importa o “método” ou a “escola hermenêutica” em questão. Na Graça até o pior de todos os “métodos” trás mais revelação da Palavra que o melhor método hermenêutico usado com as viseiras da Lei, da Moral, dos Legalismos, dos Carismatismos narcisistas (que faz do totem carismático a forma referencial de ser para os demais), e seus derivados!<br />Todos são apenas o sub-produto da formula conceitual da Teologia Moral de Causa e Efeito!<br />?<br />É triste ver pessoas cristãs, inteligentes, cultas, preparadas, letradas, instruídas, e com capacidade de “ler”, não conseguirem levar as implicações do que entendem, mesmo do ponto de vista da compreensão cognitiva, até as últimas conseqüências de sua própria percepção!<br />E por quê? Porque ainda estão presas às sistematizações da Lei às quais o Cristianismo subjugou a Palavra que pode nos libertar! Mas não sendo a Palavra, não liberta. E se não liberta, escraviza e gera medo!<br />Enquanto não se abandona o véu e se põe a cara para fora, olhando na Graça para a Graça, não se vive a dinâmica da conversão que muda não apenas as exterioridades do comportamento, mas as essências do ser e isto de modo constante e permanente.<br />Afinal, são dinâmicas diametralmente opostas entre si: uma cobre a face, a outra a põe para fora!<br />Ora, isto no remete para a terceira constatação. A Teologia Moral de Causa e Efeito—que é a mãe da Síndrome do Véu—é a patrocinadora de nossas piores doenças!<br />O medo que esconde o ser transforma o interior humano num viveiro de enfermidades psicopatológicas. Literalmente, o ser se desvanece. Assim é que a História do Cristianismo é eivada de enfermidades numa demonstração tão escandalosa que nega a fé em Jesus.<br />Ou seja: se o Evangelho de Cristo gera algo como o Cristianismo e seus derivados históricos—incluindo-se, obviamente, os “evangélicos”—então, ele não é a Verdade!<br />Assim, os cristãos, até neste particular, foram objeto de seu próprio veneno e juízo sobre os demais homens. Pregaram não a Graça, mas a teologia de causa e efeito e seus veredictos.<br />Hoje—e não é de hoje—os mesmos critérios se voltaram contra nós. Ao nos oferecermos ao mundo como o efeito visível de nossa relação causal com Deus, e, após isto, com a maior cara-de-pau, nos exibirmos como a demonstração comportamental do efeito, sem o percebermos, demos e continuamos a dar um passo a mais em nosso auto-enagano: jactamo-nos de nosso comportamento e, sem o discernirmos, tornamo-nos aos olhos do mundo a Causa de nossa própria salvação. E como nosso “showcase” de comportamento nega a mensagem de Jesus, e, pior ainda, como nossa saúde humana e histórica não visibiliza nem mesmo aquilo do que nos jactamos—nossa superioridade Moral e humana sobre os demais homens—, caímos em nossa própria armadilha e desviamos o olhar humano do único ponto de referência para todos—para o indivíduo, a igreja e o mundo—, que é Cristo.<br />Esta é a razão pela qual o Cristianismo, no mundo ocidental, tornou-se o principal patrocinador da des-percepção do Evangelho e o agente mais corruptor de todos os conteúdos da Verdade de Deus em Sua Palavra.<br />O Cristianismo histórico se tornou o pior promoter de qualquer Palavra do Evangelho, pois, para nós, o Evangelho é apenas uma versão cristã da Lei, e de uma Lei brega, feia, estereotipada, infantil, presunçosa e des-cumprida pelos seus patrocinadores.<br />Assim, a doutrina do Purgatório é verdade para todos os cristãos—incluindo os protestantes e evangélicos!<br />E por quê? Ora, dizemo-nos “salvos” pela Graça, na chegada. Daí em diante, somos “santificados” pela Lei. Então, ficamos num limbo, num purgatório existencial sobre a Terra, pois, nem nos tornamos filhos da Graça a vida toda e nem nos entregamos aos rigores da Lei com honestidade. Desse modo, não usufruímos nem a saúde e nem a paz que vem da Graça e, nem tampouco, conseguimos viver pela Lei. Ou seja: vivemos em permanente estado de transgressão e culpa.<br />E quanto mais existimos nesse “purgatório”, mais orgulhosos, raivosos, arrogantes e mal-humorados nos tornamos. Afinal, nós sabemos que nós não passamos de um grande “estelionato” histórico, pois, no coração, nós temos consciência de que não somos nem uma coisa nem outra: nem Gente da Graça e nem tampouco o Povo da Lei.<br />Então, nos tornamos os doentes que vendem cura!<br />Somos como o homem que sofreu um derrame generalizado—perdendo seus movimentos e poder de agir—e, ainda assim, se oferece ao mundo para dar aula de levantamento de peso, estética corpórea, e garante que é capaz de correr as Olimpíades, não sendo capaz de nem mesmo enxugar a própria baba que cai de seus lábios arrogantemente murchos, e, muito menos ainda, é capaz de cuidar do próximo que vive ao seu lado no mesmo estado.<br />O Cristianismo não se enxerga. E os cristãos, raramente, o conseguem fazer!<br />Meu trabalho há muitos anos é tentar separar, ante a percepção histórica das pessoas, o que é o Evangelho daquilo no que o Cristianismo se tornou. Assim, vou vendo muitos voltarem a Cristo, ainda que, em muitos casos, jamais consigam botar os pés numa “igreja”. E, agindo assim, penso estar, de fato, também evangelizando, anunciando a Boa Nova aos Gentios como eu mesmo; ou seja: dizendo-lhes que estamos livres do Cristianismo a fim de podermos servir a Deus em novidade de vida e não segundo a caducidade da letra e nem tampouco de acordo com a perversão cristã do evangelho.<br />Assim faço por julgar que essa é a única maneira de ajudar aqueles que encontraram a Jesus, mas que jamais conseguiram encontrar na Terra a Sua Igreja porque esta não está perceptível aos nossos sentidos históricos, institucionalmente falando!<br />O Cristianismo não carrega nem os conteúdos do Evangelho e nem se parece com Jesus!<br />E como creio que o Evangelho de Cristo é a Verdade que liberta, só posso—juntamente com milhões de outros seres humanos—, pensar que o que experimentamos, na maior parte do tempo, até aqui, é uma “falsificação do evangelho”, especialmente porque os conteúdos do Evangelho de Cristo foram institucionalizados como doutrinas ( a letra mata) e formas (odres envelhecem) que negam a Graça, a Misericórdia e a Liberdade em fé, que Jesus conquistou na Cruz.<br />Jesus não veio ao mundo para criar um Circo, em alguns casos; uma Penitenciária, conforme outros casos; um Estado Soberano, conforme o Vaticano Católico e os “vaticaninhos” dos outros grupos e seitas cristãs; e, nem tampouco, um Hospício, como acontece na maioria dos casos!<br />Além disto, Ele não veio ao mundo para que Sua mensagem se transformasse numa ideologia moral ou política; e, nem ainda, para que ela, a mensagem, gerasse uma espécie de Admirável Mundo Novo, onde, pelo controle, todos se tornassem clones de comportamentos que matam as produções individuais e saudáveis das dinâmicas do ser.<br />Até mesmo a Reforma Protestante não percebeu o tamanho nem a profundidade do engano ao qual nós, cristãos, nos havíamos rendido, inconscientemente, é claro!<br />As 95 tese de Lutero puseram a Escritura, Cristo, a Graça e a Fé num pacote “sistematizado”, como se fossem coisas diferentes uma da outra.<br />O que nem Lutero e nem Calvino—o mais culto deles, embora Lutero pareça ter sido mais humano em suas expressões francas sobre sua condição humana— perceberam em plenitude, é que havia não apenas uma “Reforma Doutrinária” a ser feita, mas, muito antes disso, uma “Desconstrução do Pressuposto Conceitual” a ser realizada!<br />E por quê? Porque o problema não era, sobretudo, “doutrinário”. Os erros doutrinários da Igreja Católica não eram “tópicos isolados”. Eles eram todos o sub-produto da mesma e única coisa: a Teologia Moral de Causa e Efeito, que estava presente em tudo e que continuou, mesmo que sob outras insígnias, a determinar também os valores do Protestantismo.<br />Crendo assim, Lutero não precisaria de 95 teses. Bastava uma. E essa é aquela “única” tese de Paulo em todas as suas epístolas: a Graça de Cristo é o fim de toda Lei e o começo-realizado de toda Vida, para a paz e a justiça de todo aquele que crê!<br />As demais “teses” não passavam de aplicativos históricos e circunstanciais, mas o Protestantismo as transformou, posteriormente, em letras e formas fixas, perdendo assim, outra vez, as mobilidades e liberdades histórico-aplicativas da missão de fazer nascer uma reforma que sempre se auto-reformasse, conforme os tempos e as épocas, e de acordo com a Imutabilidade dos Princípios da Palavra. A tese, portanto, é uma só. Os aplicativos e suas des-construções e re-construções é que precisam ser permanentemente re-atualizados!<br />E mais: é somente quando se tem a coragem de se fazer essa ruptura radical é que o véu sai da face e nós ganhamos, movidos pelas certezas da fé na Graça, a coragem de botar o rosto para fora, saindo de nossos medos, sombras, fobias e auto-justificações neuróticas!<br />Neste sentido, perdoem-me os irmãos que beatificaram São Lutero e São Calvino—que, sem dúvida, são “santos protestantes” com as mesmas características de infalibilidade interpretativa da Escritura de um Papa Católico—, acerca dos quais eu digo, sendo muito menos atrevido do que Paulo— quando do ponto de vista judaico de seus dias, disse “E não somos como Moisés...”—, que aqueles dois baluartes da fé, Lutero e Calvino, ainda ficaram aquém do que é radicalmente proposto, pois, por razões que somente a Deus pertencem.</span></h2><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0023300006</span></span>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-83308152857892763282008-08-07T18:51:00.002-03:002008-08-07T18:54:33.728-03:00Geração Profética<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsmvXUaP2hUZDgo3H-mWq20zQ-hq_zu8VhaeYNKklpXXSQo_nr1P-ZwNYNs2eGJiD72j7STAEbXwvKw_yOE-nYJQYdFysN6lLXv9eN3f1CWPpZCKY4LfaDh1MM-xJ26v-KJZoQFedZq6g/s1600-h/oprofeta.jpg.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsmvXUaP2hUZDgo3H-mWq20zQ-hq_zu8VhaeYNKklpXXSQo_nr1P-ZwNYNs2eGJiD72j7STAEbXwvKw_yOE-nYJQYdFysN6lLXv9eN3f1CWPpZCKY4LfaDh1MM-xJ26v-KJZoQFedZq6g/s400/oprofeta.jpg.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5231897411989715810" border="0" /></a><br /><br />Um profeta é alguém que denuncia o afastamento de um povo do seu Deus. Muito mais que um prognosticador, que é a idéia predominante associada ao termo, e, certamente, muito mais que um agoureiro, que é a idéia associada ao termo pelos modernos adeptos do movimento profético, que consideram que ser profeta é proclamar uma benção ou uma frase mágica que fará com que as coisas venham à existência “ex nihilo”. Ser profeta é ter um relacionamento pessoal com Deus, e abrir a sua boca contra aqueles que se afastam de Deus e insistem em atrair para longe da verdade o povo de Deus.<br />Tenho visto alguns profetas verdadeiros surgirem no cenário conturbado do evangelho tupiniquim. Obviamente, assim como acontecia com os profetas que, na antiguidade se levantavam contra os sacerdotes e o regime religioso depravado de Israel, estes profetas modernos têm sido veementemente atacados pelo sistema religioso vigorante, são acusados de blasfemos, de insurgentes, são nomeados como aqueles que provocam dissensões no seio da igreja, como aqueles que só sabem criticar, etc. Exatamente assim eram tratados os profetas do Antigo Testamento, e exatamente assim eram tratados Jesus e seus discípulos no Novo Testamento.<br />A verdade é que aqueles que zelam pela Palavra e lutam contra os interesses comerciais de certos grupos e contra o esforço mercenários de certos “pastores”, sempre se levantam em tempos de apostasia, não há como calar aqueles que falam, e no caso destes tempos pós-modernos, aqueles que escrevem, com o senso crítico afiado contra os que se apoderaram do “Reino de Deus” e nele não entram, nem deixam que os que estão entrando, efetivamente entrem. E invariavelmente estes bravos servos da verdade, são torturados, difamados, e acusados de vários crimes, muitos são queimados, serrados ao meio, enforcados, enfim, mortos de diversas formas. Não têm honra na sua própria terra, e nem em seu próprio tempo.<br />Acontece que depois de mortos, suas palavras são canonizadas, uma geração nascerá de suas palavras, lançadas muitas vezes ao vento, como sementes em uma terra seca, que frutificarão quando a voz de seus semeadores já tiver sido calada pela opressão. Certamente uma geração adúltera e cruel não é digna destes homens, mas Deus não deixará de honrar aqueles que entregam suas vidas por amor à justiça e à verdade, os filhos da próxima geração, gravarão as palavras dos atuais profetas em livros, sites, e em diversas mídias, canonizando o que hoje soa como heresia, e reverenciando a vida honesta e simples dos que se levantam contra o sistema opressivo e explorador hora em vigor.<br />Quanto a mim, não julgo ser um destes profetas, estou longe disso, mas sou uma testemunha de sua luta, e um moço de profeta, que começo desde já a tomar nota das palavras santas, pois são originárias do Santo dos Santos, destes modernos profetas do Senhor. Que Deus abençoe a futura geração de filhos de profetas no Brasil.<br />Jerry.</div>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1168444333487852914.post-17886387058247881022008-07-23T09:36:00.002-03:002008-07-23T09:48:12.741-03:00Santidade<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7BqJ3VhLSyk1VCdH3sod3zF8OBaZCAd3ZdZ6fxOive1Wyv21cKMIgC51bT4JfHZ-IxdyCo0Nl5OLAgax43Pll-925ORIQxUQyysLB1PDXq2c9SaSZlKToL8CuzPH3l8rLDHmmB5x29nM/s1600-h/santidade.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7BqJ3VhLSyk1VCdH3sod3zF8OBaZCAd3ZdZ6fxOive1Wyv21cKMIgC51bT4JfHZ-IxdyCo0Nl5OLAgax43Pll-925ORIQxUQyysLB1PDXq2c9SaSZlKToL8CuzPH3l8rLDHmmB5x29nM/s400/santidade.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226190179543571586" border="0" /></a><br /><h2 style="font-size: 120%; text-align: justify;" id="teste"><br /></h2><h2 style="font-size: 120%; text-align: justify;" id="teste"><span style="font-size:85%;"> Vejamos o que Jesus estava nos ensinando quando relacionou o tema da santidade à Palavra e aquilo que Deus faz a nosso favor.<br /><br />1. O tema da Santidade conforme relacionado à Palavra de Deus (João 17:17). Para Jesus, a Palavra de Deus era o que poderia nos santificar. E para Ele não se tratava de uma definição de santificação esotérica e mágica. Ele não tinha em mente nenhum tipo de exposição mágica da alma humana à Palavra ao fim da qual a pessoa estivesse mais santa. Na sua mente não passavam aquelas "percepções" de que a mera exposição à Palavra santificava o ouvinte. Para Jesus, ser santificado tinha, na verdade, uma profunda e indissolúvel relação com a assimilação dos conceitos da verdade de Deus, mediante um aprendizado não apenas teórico e teológico da letra da Palavra, mas mediante a vivência da presença de Deus na história em conformidade com o padrão da Palavra de Deus feita verdade no coração.<br /><br />Tal percepção da relação da Palavra com a vida deve nos comprometer com a confissão de que Deus é santo e com a vivência da santidade. Além disso, ela nos induz também a perguntar por dois conceitos básicos encontrados na prática de Jesus. O primeiro tem a ver com o conceito de Palavra de Deus no entendimento de Jesus. E o segundo é aquele relacionado a como Jesus, à luz de Sua interpretação da Palavra, entendia o tema da santidade.<br /><br />Comecemos com o que a Palavra significava para Jesus e o que Ele chamava de Palavra de Deus. Inicialmente devemos dizer que Jesus olhava para a totalidade do Velho Testamento como Palavra de Deus (Jo. 5:39). Para Ele a questão nunca esteve entre o que era ou não Palavra de Deus no Velho Testamento, mas, apenas, em como entender, interpretar e aplicar essa Palavra ao contexto da vida humana. Ora, neste sentido Mateus 22:23-46 é o melhor exemplo disso. Nos três episódios narrados naquele texto, a grande questão não é o que é Palavra de Deus, mas como entendê-la e aplicá-la (Mt. 23:2,3). É por esta razão que nós não vemos na prática de Jesus querelas teológicas, na perspectiva seletiva a respeito do que deveria ser retirado do Velho Testamento para ser abandonado ou reforçado na prática dos seus discípulos (Lc. 24:45). Pelo contrário, para Ele, o Velho Testamento dava uma base e finalidade histórica (Lc. 4:16-19). Sua missão tinha suas raízes mais profundas nos sonhos dos profetas (Lc. 24.27). Seus sofrimentos e glórias já tinham sido vistos e saudados desde o início da caminhada histórica do povo de Israel (Lc. 22.36,37). Ele próprio tinha sido alegria existencial e a inspiração dos patriarcas e profetas (Jo. 8.56). Sua mensagem não era nova, mas o aprofundamento da revelação já existente (Mt. 22:34¬40; Lc. 10.25-28). Sua expectativa de aceitação e rejeição do seu ministério se baseava naquilo que a Palavra lhe autorizava a esperar (Mt. 13.14,15). A própria maneira sombria pela qual ele anuncia sua morte se fundamenta numa interpretação teológico-ideológico da freqüente e histórica atitude do povo de Israel, conforme descrita nas Escrituras (Lc 13.31-35). Para Ele, o Gênesis de 6 a 11 era digno de confiança histórica (Mt. 24.38-39). Além disso, o modo pelo qual ele interpretava a saúde relacional do homem e da mulher se fundamentava na originalidade do plano da criação conforme revelado no Gênesis (Mt. 19.4-6). A conexão entre pecado e queda, bem como entre ideal e realidade era para ele extraída da Escritura (Mt. 19:7-9).<br /><br />Até mesmo textos do V.T. de ares místicos foram encarados por ele como absolutamente simples e reveladores do modo pelo qual Deus age na história (Mt. 16.1-4). Assim, tudo que Jesus fazia tinha seu fundamento no Velho Testamento. Seu território ministerial (Mt. 4.12-17), o exercício das curas (Mt. 8.16-17), a pregação (Lc. 4.16-19), o ensino (Mt. 6-7) e a atitude de discrição e singela misericórdia (Mt. 12.15-21) estavam fundamentados no Velho Testamento. Seu sermão do Monte era, em síntese, a pregação do sonho dos profetas. De fato, o Sermão do Monte é a condensação das utopias dos profetas. Aquilo que eles não tinham conseguido chamar de História, Jesus chamou Vida.<br /><br />Concluindo, nós poderíamos dizer que, literalmente, toda a Escritura tem em Jesus sua afirmação: o Pentateuco (Mt. 22.23-29), os livros históricos (Mt. 12.1-7), os poéticos (SI. 118.26;22.8), as sabedorias (Mt. 12.42) e os profetas (Mt. 26.31). O próprio fato de as genealogias de Jesus estarem incluídas nos evangelhos com todas as ambigüidades “morais” às quais elas estavam sujeitas, pois Jesus descende de gentios (Mt. 1.3,5), adúlteros (Mt. 1.3-6), prostituta (Mt. 1.6), homicidas (Mt. 1.10) e ancestrais cheios de sincretismos (Mt. 1.7-10), nos mostra que, propositalmente, Ele quer estar ligado à História do Velho Testamento (Jo. 5.39).<br /><br />Isto posto, devemos agora relacionar a Palavra com o fato de Jesus ter dito que deveríamos ser santificados por ela. Ora, nesse caso nossa visão do escopo e da profundidade da santificação muda radicalmente. Ser santo é buscar ser essencialmente humano, ser parte da história porém vivendo a presença de Deus no mundo (Lc. 7.39). Ser santo tem relação com a busca de uma sociedade sem desigualdades e onde os mais fracos jamais sejam despojados (Mt. 23.14). Ser santo é viver a alegria do conhecimento de Deus com oração e fé e é sofrer as angústias da história como resultado de nossos vínculos com um padrão que o mundo não conhece (Mt. 11.25-27; 5.11-12). Ser santo é ser separado, não dos pagãos; como Israel equivocadamente tentou, mas é viver a diferença radical dos valores do Reino em meio às sociedades pagãs (Mt. 5.43-48). Ser santo é ter na paixão dos profetas a motivação existencial para o nosso enfrentamento histórico do mal (Lc. 13.33). Ser santo é, mesmo em dia de sábado, trabalhar a favor da santidade de vida (Lc. 14. 1-6). Ser santo é colocar o valor da vida acima do valor das coisas, mesmo aquelas mais "sagradas" (Mt. 23.23). Ser santo é entender que o altar diante do qual Deus nos quer ver prostrados não é apenas o altar do templo, mas também os altares ensangüentados dos corpos dos nossos irmãos de história e que estão caídos nas esquinas da vida (Lc. 10.25-37). Ser santo é viver a misericórdia no agitado ambiente secular, ao invés de viver a quietude alienada do ambiente religioso que não tem janelas para a história da dor humana (Mt. 9.9-13). Ser santo é acreditar que a santidade não se polui quando toca com amor, aquilo que é sujo (Mt. 8.1-4; Mc. 7.1-23). Ser santo é não temer ser mal interpretado pela mente daqueles que estão sujos de pretensa santidade.(Mc.7.5;Lc.7.39).<br /><br /><br />Para Jesus, ser santo é ser verdadeiro para com a nossa condição humana: é ter a coragem de chorar em público (Jo. 11.35), de admitir perdas e saudade (Jo. 11.36), de gritar de dor (Mt. 27.50), de confessar depressão (Mt. 26.38), de pedir ajuda emocional (Mc. 27.50), de se confessar cansado (Jo. 4.6), de dizer tenho sede (Jo. 19.28), de confessar dificuldades familiares (Mc. 3.21;Jo. 7.1-9), de admitir que a privacidade é um direito e uma necessidade de sobrevivência (Mc. 6.30-32,45,46). Ser santo é admitir que o amor pode ser exercido na perspectiva da disciplina física (Mc. 11.15-19) e que o "desabafo" é um sadio escape quando se está farto de estupidez (Lc. 11.31-32). Ser santo é continuar sendo de Deus mesmo em meio ao mais profundo e inexplicável silêncio divino (Mt. 27.46).<br /><br />Desse modo, não santificamos a Deus quando falamos o seu nome enquanto furtamo-nos à verdade e praticamos todas aquelas coisas que a Palavra de Deus decreta como abominações, ainda que disfarçados pela nossa pseudo-moralidade. Também não santificamos a Deus com a nossa teologia reducionista e domesticadora da divindade, que pretende reduzi-lo a dogmas, ritos, liturgias e espaços. Também não santificamos a Deus com a nossa noção de sermos secretários da divindade, achando que sabemos tudo sobre Ele, achando que discernimos toda a Sua vontade, como se tivéssemos todas as manhãs uma entrevista marcada com Ele, na qual nos mostrasse detalhadamente todos os caminhos da vida. Blasfema contra Deus quem não pode dizer como Paulo em Romanos 11:33-36, que ninguém jamais conheceu ou penetrou na totalidade dos seus caminhos. Blasfema contra Deus quem não se abriu para o ministério de Deus. Não santificamos a Deus quando todo o nosso interesse em relação a Ele é sermos "ajudados". Ofendemos a Deus não somente pela negação do Seu poder, mas também pela súplica egocêntrica. Não se santifica a Deus quando se estabelece um lugar para ele morar, caindo nas teologias pagãs do "lugar santo". Ora, lugares só são santos quando santificados pela presença de homens santos que cultuam ao Deus Santo. Não se santifica o nome de Deus quando se viola a sua imagem e semelhança nos seres humanos que nos cercam. Não se santifica a Deus onde os pequenos são apenas suportados e os grandes são preferidos. Não se santifica a Deus nas nossas ruas cheias de meninos nus e crus, que perambulam como cães virando latas de lixo. Não se santifica a Deus quando a Igreja se toma um "bastião" do poder religioso, capaz de favorecer influências políticas mundanas e iníquas. Não se santifica a Deus quando nossa esposa não é santificada pelo nosso convívio e os nossos filhos e amigos não provam o benfazejo resultado da nossa ligação com Deus.<br /><br />2. A obra redentora de Jesus conforme relacionada ao tema da santidade: "E a favor deles eu me santifico a mim mesmo..." (v.19) A segunda idéia à qual o tema do Pai Santo e da santidade está relacionada em João 17 é a obra salvífica de Jesus. Isso porque a santificação que o Pai santo pede dos Seus filhos só pode ser vivida em Cristo. É por isso que Jesus, conquanto nos desafie concretamente à vivência da santidade, nos faz provisão espiritual para que tal santificação seja uma possibilidade. Sem tal provisão espiritual a vida cristã é simplesmente impossível. Talvez essa seja justamente a nossa principal falha histórica: tentar viver por nossa própria conta e meios a santidade para a qual somos chamados. Talvez o mais terrível exemplo disso na atualidade esteja exatamente demonstrado na queda dramática e escandalosa de pregadores cujos projetos teológicos e pessoais pregam comportamentos de santidade antropocêntrica. Ora, a única diferença entre legalismo e santidade é que o primeiro é esforço humano e o segundo é obra do Espírito.<br /><br />Por que estou dizendo isso? Simplesmente para mostrar o que Jesus dissera quando afirmou que a "favor dos discípulos Ele se santificava a si mesmo", era muito mais do que poesia sacerdotal. De fato, tratava-se da mais fundamental afirmação de segurança espiritual que a Palavra de Deus nos oferece. É sabido por todos nós, que Jesus Cristo é a única provisão de Deus para a salvação humana. E na minha maneira de ver, salvação e santificação andam extremamente ligadas. Para entendermos o tema da santificação, precisamos entender primeiro o tema da salvação e aquilo a que ela está ligada.<br /><br />Ora, Deus está redimindo hoje o espírito humano de modo forense e judicial, por causa da obra de Jesus na cruz. No entanto, tal salvação também traz consigo o anúncio das boas novas de um processo redentivo, multidimensional, que Deus continua a realizar, atingindo variados segmentos da nossa própria vida. É isto que Paulo diz num texto que tem criado problemas na mente de muitos irmãos: "... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar segundo a sua vontade" (Fp. 2.13). O fato de a salvação precisar ser desenvolvida não significa que ela tem de ser conquistada. Nós só desenvolvemos aquilo que temos, e nós temos a salvação, definitivamente, pela fé na Graça de Cristo. Tal salvação, precisa apenas expandir-se, corporificar-se e multidimensionar-se na existência humana. É também por isso que Paulo continua apresentando alguns exemplos básicos de como fazer a salvação “crescer”: "sem murmurações nem contendas". Ora, isto tem a ver com a nossa interioridade curada e com as relações que precisam ser reconciliadas para que, na História, nos tornemos “irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus, e inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta”.<br /><br />A salvação judicial e forense, por meio da fé em Jesus, deve desembocar num processo de humanização, tendo Jesus como protótipo, conforme diz Romanos 8.29 "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos". A salvação que se recebe pela fé, desse momento em diante, entra na fase de desenvoltura dentro de cada pessoa para quem Jesus é o Salvador, o projeto, o protótipo, a referência e o Mestre. Isto porque o plano de Deus é que esta salvação se multidimensione em cada um de nós, de modo a caminhar na direção de tornar cada pessoa "conforme a imagem de seu Filho, para que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos", os quais são parecidos com Ele.<br /><br />Assim é que, metafisicamente, aos olhos de Deus, nós somos uma obra acabada. Sua graça nos fez totais aos Seus olhos, de modo que judicial e forensemente estamos justificados. Mas historicamente falando, porém, veja o que Paulo diz em Filipenses 3.12,13: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus". No versículo 16 diz ainda: “Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos”. O versículo 15 ele já havia dito: “Todos pois que somos perfeitos, tenhamos este sentimento”. Os dois elementos (salvação-forense-judicial versus salvação-histórico-processual) estão presentes nestas citações.<br /><br />Veja o que se diz acerca da salvação forense-judicial: "Nós que somos perfeitos" (v.15). Ora, tal afirmação só é possível em Cristo. Fora dele, nenhum de nós, inclusive Paulo, é imperfeito e inacabado.<br /><br />Veja agora o que se diz sobre a salvação histórico-processual: “não tenho obtido a perfeição...mas prossigo para conquistar...todavia andemos de acordo com o que já alcançamos...” (v.12,13,16).<br /><br />Assim é que, forense e judicialmente estamos perfeitos em Cristo.<br /><br />Historicamente, porém, estamos ainda a caminho, de modo que a justificação já realizada e acabada em Cristo não deve estagnar o processo histórico de continuidade de nossa salvação. Com relação a este último aspecto, Paulo utiliza em Filipenses três palavras e expressões processuais do tipo “prossigo”, “avançando”, “andemos”, “não alcancei”, e “tenho um alvo”. São palavras e expressões que nos colocam a caminho e que não permitem que a justificação se engesse no moralista religioso ou se apóie na graça barata.<br /><br />Ainda em Filipenses 3, Paulo diz que a salvação, enquanto obra a ser desenvolvida, implica num processo histórico, pois tem relação com três tempos: passado, presente e futuro. Ele diz que as “coisas que para trás ficam”, para trás ficam; que as coisas do presente ao presente pertencem (“não que eu tenha alcançado”) e que as coisas do futuro, “diante de mim estão”. Ora, isto é precisamente o que compõe a História: presente, passado e futuro. Portanto, tal salvação-santificação tem que se desenvolver aqui, na História.<br /><br />Paulo também afirma que este processo histórico pode ser chamado de processo de “cristificação”. Esse processo é dinâmico. Ele diz: “...não obtive, porém prossigo...”. Todos nós podemos alcançar tudo quanto Deus colocou à nossa disposição.<br /><br />Ora, aqui neste ponto nós voltamos objetivamente ao tema da santificação, e com uma pergunta. Isto porque uma vez que os conceitos básicos relacionados com a salvação estão postos, nós devemos perguntar o que isso tem a ver com a nossa santificação. Não devemos nos esquecer de que em João 17, texto de nosso estudo, o Senhor Jesus disse que Ele mesmo se santificava a nosso favor. Ou seja: há algo da vicariedade de Jesus na nossa santificação também. É bom afirmar isto, pelo simples fato de que há muito legalismo com relação à perspectiva da santificação. Na maioria das vezes, a santificação tem sido entendida como sendo o “lado humano” da salvação. Ou seja: “Cristo nos salvou e cabe a nós tornarmo-nos dignos da salvação através da santificação”. No entanto, não há santificação possível que prescinda também da graça santificadora de Deus. Com isto não estou dizendo que a santificação não implica em compromissos éticos concretos na história. Se assim fosse, eu estaria negando tudo o que escrevi a respeito da necessidade das nossas vidas confirmarem a revelação da Palavra. Como diz Willian Barclay: “o cristianismo, como também o judaísmo, é essencialmente uma religião ética. Por isso se deve dizer que o cristianismo insiste que o ser humano deva viver um certo tipo de vida e ser um certo tipo de pessoa” (William Barclay; "The Mind of ST. Paul”, pág 75).<br /><br />Do mesmo modo que o Novo Testamento ensina que a salvação é fruto da graça de Deus realizada e consumada em Jesus Cristo, ele nos ensina também que a realidade da santificação se alimenta da mesma fonte de eficácia espiritual: a Graça. A santificação resulta de uma vida que antes de tudo se viu morta em Jesus Cristo para o pecado (Rm. 6.11-14). Na realidade, a questão-chave da santificação se resume na expressão “estar em Cristo”. Estar em Cristo significa TUDO na vida cristã. Literalmente, não há qualquer progresso humano possível, fora desse estar “em Cristo”. Neste sentido, há uma diferença fundamental entre estar “em Cristo” e estar “na igreja”. Obviamente acredito que estar em Cristo significa também estar na IGREJA de Cristo. A questão, no entanto, é que a Igreja de Cristo se misturou com aquilo que nós chamamos de Cristandade. Foi precisamente nesse sentido que Santo Agostinho disse “que a igreja tem muitos aos quais Deus não tem e que Deus tem muitos aos quais a igreja não tem”. Para Santo Agostinho, a “igreja” não era necessariamente a IGREJA. Podia ser apenas uma deformação institucionalizada daquilo que Jesus sonhara.Isso porque, Santo Agostinho quanto nós, acreditamos que quem de fato está em Cristo está na IGREJA, e na comunhão da fé que a verdadeira Igreja promove e para a qual nos convida. No entanto, há aqueles que estão na IGREJA e que não conseguem “entrar nas igrejas”. Esses são cristãos, mas não suportam aquilo que nós chamamos de “cristianismo”.<br /><br />Descrevendo esse afastamento do cristianismo em relação à IGREJA conforme exposta no Novo Testamento, Jacques Ellul afirma em “Subversion of Christianity” o momento histórico em que essa mudança teve e tem lugar. O momento é exatamente quando sai-se da perspectiva orgânico-qualitativa de igreja para a perspectiva organizacional-institucional (por exemplo, quando a comunidade da fé vira “-ismo”). Nesse caso, é como se uma fonte de água viva fosse transformada em um canal de irrigação mais ou menos regulado e estagnado, até ao ponto em que a água da fonte original torna-se totalmente poluída na medida em que ela vai sendo “mecânica e artificialmente trabalhada” pelo sistema de distribuição.<br /><br />De fato, o grande segredo da santificação, como já dissemos, é estar em Cristo e tendo sempre a coragem de verificar se estamos mesmo nEle (II Co. 13.5) Este é o princípio essencial à santificação e às demais virtudes da fé cristã. Do ponto de vista do Novo Testamento, “em Cristo” nós temos:<br /><br />1. Consolação: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria...” (Fp. 2.1,2).<br /><br />2. Ousadia: “Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo para te ordenar o que convém ” (Fm 8).<br /><br />3. Liberdade: “E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, e reduzir-nos a escravidão” (Gl. 2.4).<br /><br />4. Vitória contra a mentira: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência” (Rm. 9.1).<br /><br />5. Promessas: “...a saber que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef. 3.6).<br /><br />6. O AMÉM de Deus à vida: “Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio” (11 Co. 1.20).<br /><br />7. Somos santificados: “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co. 12).<br /><br />8. Somos sábios: “Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos e vós fortes; vós nobres e nós desprezíveis” (Co. 4.10).<br /><br />9. Somos novas criaturas: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (II Co. 5.17).<br /><br />10. Somos chamados: "Porque o que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente o que foi chamado, sendo livre. é escravo de Cristo” (I Co. 7.22).<br /><br />11. Temos o mais elevado objetivo: "Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3.14).<br /><br />12. Apesar de tantas vezes sermos imaturos, somos salvos: "Eu. porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais; e, sim, como a carnais. como a crianças em Cristo" (I Co. 3.1).<br /><br />13. Estamos estabelecidos: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos ungiu, é Deus" (11 Co. 1.21).<br /><br />14. Podemos andar em vitória: "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele" (Cl. 2.6).<br /><br />Tudo isso parece simples demais para as mentes mais sofisticadas e teológicas, as quais, por certo, até "pularam" esta série de 14 afirmações decorrentes de se "estar em Cristo". No entanto, as coisas acima mencionadas são seriíssimas. Senão veja: se elas são assim tão simples, por que há tão poucas evidências dessa santificação em nosso meio? Por que tanto pecado, imoralidade, roubo, mentira, descrença, administração iníqua dos bens da igreja por parte de líderes? Por que tanta traição, falsidade, calúnia, inveja e maldade? E mais: por que isso acontece tão intensamente dentro da igreja quanto acontece fora dela? E mais: por que os grupos cristãos mais legalistas são, tantas vezes, as mais desgraçadas vítimas desse fracasso?<br /><br />Talvez tudo isso aconteça pela simples razão de que aquilo que o evangelho nos convida a ser tem íntima ligação com a Graça de Deus. E, nesse sentido, aquilo que o evangelho oferece é intolerável e inaceitável. Você julga que há alguma coisa aceitável na graça? Não! As pessoas não gostam da graça justamente porque a graça não lhes dá controle sobre a situação. A graça não depende de mim. Ela extrapola meu domínio. Não há nada de seguro no fato das pessoas condenadas à morte estarem livres dela porque um desconhecido e Estranho Soberano simplesmente as livrou disso, sem lhes dar qualquer razão justificável para tal ato. A graça é totalmente arbitrária: "Eu serei gracioso para quem Eu quiser ser gracioso e misericordioso para quem Eu quiser ser misericordioso..." Nesse caso não há nada que possamos fazer: não há sacrifícios, ritos, orações, atos de bondade, busca de sabedoria, ascetismo moral e religioso, etc. Nada pode ser feito para se ter controle sobre a graça. Não há trocas a serem feitas, e assim nos sentimos extremamente humilhados na nossa incapacidade de "justificar" a relação, pelo menos por um pouco. A graça exclui tudo aquilo que nos garante segurança. Nossos sacrifícios não são aceitos, nossos moralismos são ridicularizados, nossas liturgias são chamadas de cansativas, e nossas justiças próprias são chamadas de trapos de imundícia. Pode haver algo mais afrontoso para a natureza humana do que esse estado de absoluta impotência no qual a graça coloca a todos nós? Não! E por isso que o legalismo é o supremo ato de rebelião contra Deus. O legalismo é mais blasfemo do que o desconhecimento de Deus (Rm. 2.12-16). O sincretismo, o paganismo e a promiscuidade suscitaram menos a ira de Jesus do que o legalismo que lutava contra a graça. Todos nós ficamos possuídos por um desejo obcecante de justiça própria. Temos obcecante desejo por nos mostrar justos e retos. Nossa maior idolatria é aquela na qual nós mesmos somos os "nichos" e os “santos" do nosso culto moral. Nosso maior prêmio é sermos vistos como justos pela nossa comunidade. Ora, nesse sentido, nós, "religiosos", somos menos suscetíveis à graça de Deus do que as meretrizes e os pecadores da nossa sociedade? Eles já estão "como canas quebradas e como torcidas que fumegam" (Mt 12.20). Eles já perderam a chance de lutar pela sua justiça própria. Foi por isso que eles foram os mais receptivos à graça de Deus durante o ministério de Jesus.<br /><br />Eu quero dizer que a única maneira de receber o beneficio da graça de Jesus que nos santifica é mediante a aceitação da nossa total incapacidade de justificar o que Deus fez e está fazendo em nós. Somente quando nossas armas estão completamente depostas é que o Espírito pode atuar em nós, a fim de nos fazer entrar no profundo processo da santificação. Cristo já fez tudo na Cruz. O que nos resta é exorcizar os demônios das nossas pretensões religiosas, a fim de sermos suficientemente simples para receber aquilo que só os humildes de espírito admitem: a graça de Deus.<br /><br /><br />Paginas 38 a 47 de <em>Oração Para Viver e Morrer</em>, escrito por Caio Fábio em 1992 e publicado em 1994.</span> </h2>Jerryhttp://www.blogger.com/profile/09818660723813321919noreply@blogger.com2