quarta-feira, 11 de março de 2009

Aborto - Em homenagem a minha amiga saltitante...


Me perguntaram se eu sou a favor ou contra o aborto. Minha resposta é que sou contra qualquer agressão ao ser humano, não só o homicídio, ou o aborto, mas contra qualquer tipo de violência a integridade humana, seja ela física psicológica ou espiritual. O Aborto é uma violencia extrema contra a forma mais indefesa de humanidade, uma atrocidade, um "genecídio", algo revoltante.
Sou contra o aborto mas também sou contra o abuso sexual praticado contra adultos, e, principalmente, contra duas irmãs de 9 e 13 anos de idade, por um padrasto, que destruía a alma ingênua das enteadas durante 3 anos consecutivos, dentro do lugar onde as crianças deveriam poder chamar de casa.
Sou contra o aborto e também sou contra a pedofilia, seja ela praticada por familiares, por estranhos ou por clérigos que considerem este crime, ou o estupro, menos relevante do que o aborto feito para evitar que uma criança de 9 anos passasse por uma gravidez de gêmeos, que incorria em grande risco para a vida da pobre criança.
Sou contra o aborto e contra a violência doméstica praticada contra as crianças e mulheres, que são vitimas silenciosas de um sofrimento desumano que as acomete diariamente por longos anos, até que morram, ou, para evitar a morte, fujam de casa indo engrossar as estatísticas de criminalidade das grandes cidades.
Sou contra o aborto e também contra a fraqueza de alma que faz com que mães não tenham forças para lutar contra o abuso cometido contra seus filhos, assentindo que o homem que elas escolhem para ser seu companheiro cometa atrocidades contra pequeninos.
Sou contra o aborto e contra a hipocrisia daqueles que se dizem contrários ao aborto mas nada disseram enquanto seis milhões de judeus pereciam em campos de concentração, ou quando os ingleses, em sua expansão imperialista, exterminaram milhões de indianos, paquistaneses, aborígines e africanos, e menos ainda, pensou nas implicações da catequização, tocada a ferro e fogo, de milhares de nativos americanos, que só confessaram a fé cristã para logo depois serem exterminados pelas doenças espalhadas por lençóis viróticos.
Sou contra o aborto tanto quanto sou contra excomunhões de qualquer aspecto. Excomungar é o contrário do que o amor faz, o amor traz o perdão, a conciliação e a transformação da vida. Sou contra o amor condicional, sou contra o perdão tímido que aguarda passivamente a iniciativa do arrependimento. Para mim o amor e o perdão só são reais se forem reflexos do amor e perdão que encontramos em Deus, que providenciou nossa redenção antes da fundação do mundo, para não nos deixar eternamente em nossa excomunhão espiritual.
Sim, eu sou contra o aborto, sou contra a interrupção da vida seja ela no seu início, meio ou fim. Afinal a morte é o último inimigo a ser vencido. Sou contra o aborto e contra muitas coisas que acontecem neste mundo caído. Contudo, ser contra tantas coisas não é o suficiente para que elas deixem de acontecer, porque vivemos num mundo aviltado pelo pecado, onde o amor é uma rara flor do deserto. Ser contra só amplia os abismos não aproxima ninguém.
Melhor que abortar ou excomungar é amar, é se dar ao próximo sem esperar algo em troca. Neste mundo tão distante do ideal, onde coisas tão ruins acontecem todos os dias, não só em Recife, mas em todos os lugares, já deveríamos saber que a única solução para amenizar as constantes más notícias que nos assaltam, é ter fé que existe um Deus capaz de transformar corações, não com castigos e excomunhões, mas com seu amor, demonstrado tão explicitamente quando morreu na cruz em nosso lugar.
Diante de tudo isso, eu devo dizer que sou contra o aborto e também sou contra a excomunhão dos que o fizeram e de quem assentiu que fosse feito. O que me consola é que a excomunhão destes só diz respeito a não estarem mais em comunhão com a “igreja” Católica, mas nada tem a ver com a comunhão deles com Deus. Posto que quem tem verdadeira comunhão com o Pai, através da graça, nunca perderá essa comunhão, porque Deus a ninguém excomunga, antes os homens é que por livre escolha se excomungam da presença dEle, Deus pelo contrário diz que nada pode nos separar do seu amor. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. [Rm 8:38-39]

Graça Barata????

Uma frase, para ter sentido lógico, precisa obedecer a algumas regras. Essas incluem o princípio da identidade, pelo qual um termo tem que ser o que é e não pode nem deixar de ser o que é nem ser o que não é. Uma frase também deve obedecer a regra da não contradição: um termo não pode ser e não ser o que é ao mesmo tempo.

Ora, Graça é, teologicamente falando, definida como favor imerecido. Existe ampla evidência bíblica para essa definição. Graça é, portanto, uma intervenção divina em favor do ser humano exercendo sobre ele Sua misericórdia, independentemente de qualquer ato de justiça própria que tal ser humano possa fazer. Isso fica clarificado em nossa expressão do cotidiano: “De graça”, querendo se referir a algo que não envolve custo ou um relação de troca monetária ou de qualquer outra natureza.

Do mesmo modo, Barato é definido como algo com um custo baixo ou que é comprado abaixo do seu valor de mercado. O adjetivo Barato, então, já pelo princípio da identidade, assume a existência de um custo ou relação de troca na obtenção do substantivo que qualifica.

Sendo assim, a frase Graça Barata não pode existir pelas leis da lógica, já que, como vimos, Graça é algo que não envolve troca, e porque também, como demonstrado acima, Barato é algo que define uma relação de troca. Portanto, tal frase acaba por infrigir o princípio da não contradição, já que para fazer sentido o termo Graça teria de ser e não ser uma coisa ao mesmo tempo. No instante em que adicionamos à palavra graça o adjetivo barata, a palavra graça deixa de significar o que ela de fato significa. Ela passa assim a ser o que não é! Se é graça, então não pode ter custo, se tem custo (mesmo baixo) não pode ser graça.

Entendo, entretanto, que muitas vezes a graça que não tem custo tem valor! E muitas vezes o valor de tal graça não é aproveitado pelo ser humano, acostumado apenas a atrelar valor a relações de troca. Porém não é possível pregar uma graça que não seja plenamente Graça! O ser humano deve aprender a atribuir valor aquilo que é feito em seu favor imerecidamente e utilizar a Graça Divina em seu favor.

Jacques Ellul diz que a Graça é um elemento absolutamente inaceitável do evangelho. De fato ele diz que pregar a Graça causa revolta e repulsa na humanidade, que está condicionada a tentar obter por seus próprios méritos qualquer benefício. Talvez uma expressão melhor seria “Graça desvalorizada” para definir aquilo que Dietrich Bonhoeffer queria dizer quando falou da “graça barata”: a Graça que não é valorizada pelo ser humano simplesmente por ser... de graça...

Existem algumas pessoas que entram pelo caminho da “graça desvalorizada”, e a igreja, apavorada com a liberdade que a pregação da verdadeira Graça de Deus pode criar, prefere então usar essa desculpa (a das pessoas que entram pelo caminho da “graça desvalorizada”) para criar todo um sistema de controle, pregando uma “graça” controlada de um deus que não tem mais o direito de ser Deus, e que é forçado a obedecer leis. Um deus ao qual foi imposto pela religião uma Magna Carta da mesma forma que os nobres a impuseram ao Rei da Inglaterra na Idade Média.

Hoje em dia vejo poucas pessoas pregando a Graça. Mesmo os que o fazem pregam uma graça que não é de fato, Graça. Na verdadeira Graça de Deus existe perfeita Justiça, pois apenas Deus pode exercer justiça sobre qualquer ser humano. Apenas Deus tem a autoridade para ser justo e justificador de todo aquele que crê. E na Graça nós vemos a verdadeira justiça de Deus, tal como demonstrado em Jesus, que revela a Justiça total, em contraste com a injustiça da lei. A justiça de Jesus é sempre uma justiça maior do que a dos escribas e fariseus que era só legalismo.

A leitura do Evangelho é a demonstração de como a Justiça de Jesus é um escândalo para a Lei, assim como a Graça é escândalo para a religião cristã hoje em dia.

Ciro D’Araújo e seu pai, Caio

terça-feira, 10 de março de 2009

Censurado!!!

Um blog é um espaço muito interessante, porque nele podemos expressar nossas opniões, crenças, experiências, histórias de vida e impressões em geral. É claro que quem lê um blog tem que estar cônscio de que as coisas que nele se encontram são opiniões pessoais, aliás a menos que seja um site dedicado a ciências exatas, tudo o que encontramos na internet, seja em blogs ou em paginas pessoais, são informações que se baseiam em fatos, experiências e crenças de indivíduos ou grupos de pessoas. A internet é um espaço virtual completamente democrático, e isso exige que as pessoas saibam filtrar por si mesmas, de acordo com aquilo que crêem e pensam, as informações nela contidas, para que possam aplicar ou descartar de suas vidas o conteúdo lido.

Meu blog é tão meu quanto de mais ninguém, tudo o que escrevo aqui é fruto de minha experiência de vida e de meu relacionamento com Deus e com as pessoas. Não sou teólogo, apesar de ser formado em teologia, não sou mestre, não tenho ovelhas, não sou líder de ninguém, não sou professor, não tenho compromisso com nenhuma ideologia de qualquer instituição, não almejo o posto de guru, não me considero dono de um rebanho de almas, não me arrogo o título de profeta, e, portanto, não falo em nome de Deus [sei que ele fala por si mesmo], não sou sustentado financeiramente por nenhuma religião [nunca fui], não ganho nada com o que publico neste blog [seja financeiramente ou qualquer outro tipo de ganho, pelo contrário, só tenho angariado desafetos], não espero vender livros, CDs, DVDs ou qualquer outro tipo de amuleto através deste espaço, e não desejo influenciar ou mudar a forma de pensar, agir e crer de quem quer que seja, nem dos que estão na chamada igreja, nem dos que estão fora dela, nem dos que estão contra ela.

Minhas palavras são apenas pedaços de mim, idéias, informações acerca de mim mesmo e de mais ninguém. Nunca houve, não há e nunca haverá no conteúdo deste blog, qualquer convite ou incitação para que os fieis de nenhuma religião deixem seus lugares de repouso e sigam após mim, ou após algum outro. Quem anda comigo são meus amigos, aqueles que tem prazer em estar do meu lado, não atrás de mim, e muito menos por força de alguma autoridade eclesial da qual eu me revista, muito menos porque esperem que eu seja para eles um guia, ou alguém que dite para eles as regras, ou as leis, ou aquilo que podem ou não podem fazer. Esse não é meu papel, existe um, e somente um, que tem esta autoridade, e o nome dele é Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, e aqueles que comigo andam, sabem ouvir a voz dEle, não dependem de mim. Quanto a mim, sirvo em alegria àqueles que de mim se aproximam por amor a eles.

Sei que minhas palavras incomodam e preocupam certos lideres, e não os condeno por isso, acho que os pastores devem ser zelosos de seus rebanhos, afinal essa é a função deles. Portanto, se você meu caro leitor, tem um líder, e aprendeu que deve ser obediente e submisso a ele, se você acredita que isso é o que a Bíblia ensina, e se o seu líder te orientou a não ler ou a tomar cuidado com aquilo que lê neste site, te aconselho a ouvi-lo, uma vez que você voluntariamente se colocou debaixo da autoridade dele.

Aos líderes o que eu posso dizer é que nada do que escrevo aqui tem cunho pessoal, que não falo de pessoas falo de ideologias, de espíritos, de modismos, de ondas e de tudo mais que me der na telha. Assim sendo amados, se não querem que os membros de suas igrejas leiam o que penso, ou o que tenho a escrever, deixem isso bem claro para eles, porque de agora em diante meus escritos continuarão a serem publicados e, não vou deixar de escrever nenhuma virgula do que penso e sinto, não vou usar meias palavras e não me preocuparei nem um pouco, se o que será escrito, irá incomodar alguém ou prejudicar os interesses empresariais de alguma instituição. Sei que falam de mim pelas minhas costas, e não farei o mesmo com ninguém, mas também não tenho medo do que vão falar de mim. Não deixarei de denunciar aquilo que EU considero errado e muito menos de expressar aqui neste espaço que é MEU o que EU quiser dizer.