quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Freedom!!!


Alguns anos atrás li um livro chamado “O Jesus Que Eu Nunca Conheci” de Philip Yancey, naquela ocasião me tornei um admirador deste autor, depois deste título adquiri e li outra dezena de livros de Philip, quase todas as publicações dele disponíveis no Brasil. Na ocasião, o impacto da leitura do livro causou-me um fascínio pela pessoa e obra de Jesus. Sim, eu já era um cristão desde criança, e já era um evangélico professo há algum tempo, mas Jesus ainda era um ilustre desconhecido para mim, eu já havia ouvido muitas histórias sobre ele, já havia ouvido sermões em uma igreja batista que me levaram a crer que eu precisava “aceitar” Jesus como meu salvador pessoal, mas, ainda não conhecia Jesus, ele era um vulto de algo muito grande para que eu percebesse, na minha cabeça ele ainda era um Deus de quem eu deveria guardar uma distância de segurança, e um respeito solene e impessoal. Eu me relacionava com a igreja, na ilusão de que ela era tudo que eu poderia saber sobre Jesus, a igreja me dizia o que era certo e errado, a igreja me dizia o que era bom ou mal, ela me ensinava como me comportar, e como “fazer a vontade de Deus”. Ou seja, eu era um crente institucionalizado.
Hoje eu olho para traz, para tudo o que eu aprendi na igreja e me pergunto como eu pude estar tão perto e tão longe da pessoa de Cristo por tanto tempo. Como eu podia olhar para o rosto dele e conhece-lo se minha visão estava ofuscada por um véu de religiosidade e tradição? Eu estava exatamente como Paulo diz acerca daqueles que liam a Tora, até então ainda existia um véu sobre meu coração que precisava ser retirado (2 Co 3:14-15). Mas graças a Deus me converti da religiosidade para Cristo e o véu me foi tirado (vs 16), e agora posso viver a liberdade que há nos Espírito do Senhor (vs 17), refletindo a Sua glória sendo assim transformado dia a dia à imagem de Cristo (vs 18).
Eu havia aprendido a pautar minhas crenças em um híbrido de Antigo Testamento com Novo Testamento, ninguém tinha tido a coragem de me explicar o que está escancarado no em 2 Co 3:14 - Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; Assim eu me esforçava por cumprir o que já fora cumprido por Cristo na cruz, me debatia tentando viver conforme aquilo que havia sido abolido por Jesus quando ele tomou meu lugar naquele madeiro. Mais um texto que não me explicavam: Rm 10:2-4 - Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. Esse era eu, zeloso de Deus, mas sem entendimento.
Assim vivia eu, descartando alguns mandamentos que não eram mais necessários e defendendo outros que eram interessantes para a instituição, uma mescla esquizofrênica de Lei e Graça, onde a graça era só um tópico teológico e a Lei, essa sim, era a vivencia da fé mutante que se instalara em mim. Até hoje quando penso sobre este assunto me surpreendo pela minha incapacidade de questionar porquê não precisávamos mais guardar os cerimoniais levíticos, mas usávamos os textos levíticos para defender a obrigatoriedade cultual de se entregar dízimos.Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 5:17) hoje vivo uma espiritualidade genuína, simples e sem ostentações, sendo grato a Deus por sua Graça derramada sobre minha vida, conforme tudo o que se diz em Rm 3:20-24 - Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

3 comentários:

Danimoon disse...

It is so good that you are writing again... And there's no better topic than this one... The freedom of being... of believing... with no strains or guilt… The freedom of devoting to something bigger that loves us without the fear we have learned to have… The capacity of seeing further… The understanding… The true feeling of having a faith that fulfills our heart and calm the doubts inside us… It's so rewarding when the veil finally falls down and we can feel the real greatness of everything we trust and believe… Welcome back, my dear… May your words keep touching our lives…

silvania Itaboray. disse...

Paz, querido amigo Jerry...
Sei que tudo quanto escreve não tem a pretensão de direcionar, e muito menos construir a espiritualidade de ninguém... Mas como sempre digo,nos faz refletir.
Há algum tempo comecei a aprender e a compreender a proposta da “Graça” e dessa “Freedom” só experimentei a vertigem. Mas não me revolto, tenho tentado como um rio no oceano, desaguar o conhecimento de Deus que tenho adquirido, e grande parte desse conhecimento aprendo sempre com você.
Eu... Ainda continuo na igreja, pois acredito que "a partir" dela posso cumprir o meu objetivo enquanto salvo: ser íntimo de Deus. Mas com certeza é preciso corrigir os rumos de nossa peregrinação interior, desconstruindo a imagem internalizada de um “Deus” para encontrarmos o “Deus” da graça e do amor. É tempo de trazer a tona o fato de que a maior parte daqueles que se chamam por cristãos são, na realidade, seguidores de tradições herdadas.
Termino com a frase de Caio: “NINGUÉM É... A GENTE APENAS VAI SE TORNANDO...”
Um grande abraço amigo!
Silvania Itaboray.

Worlen Kaizer disse...

A falta de foco e visão é o que nos distrai e rouba a preciosidade de olharmos para Jesus e o conhecermos, conhecermos sua face como ela é... tentar encaixar esse relacionamento em fórmular é anular o poder da cruz sobre nós...