quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Feirante


Arruma a cangalha na cacunda que a rapadura é doce mas não é mole não

E genipapo no balaio pesa,

Anda, aperta o passo pra chegar ligeiro,

Farinha boa se molhar não presta

Olha lá na curva a chuva no lagedo

Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas?

Rosas têm espinhos, e pedras no caminho

Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas

Firma o passo, segue em frente,

Que essa luta não tem trégua

Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega

A granel felicidade não custeia o lavrador

Vamos embora que a jornada é muito longa

E não há mais tempo de chorar por mais ninguém

Lá na feira a gente compra, a gente vende,

A gente pede, até barganha aquilo que comprou

E te prometo que depois no fim de tudo na Quitanda da Esperança

Eu te compro um sonho de açucar mascavo embrulhado num papel de seda azul

[Só] Pra te consolar ôh


João Alexandre

Um comentário:

Leancrocs disse...

João Alexandre...
Sem dúvida um dos melhores que conheço...
Bela postagem irmão...
Abraço.